Alice encostou o ouvido na porta. Durante alguns segundos, tudo o que ouviu foi silêncio. Silêncio tenso. Chegou a sorrir, satisfeita. Estavam discutindo em silêncio, talvez. Ela se imaginou a felicidade que sentirá no dia seguinte vendo Bianca e Fernando anunciando a todos que irão se separar e ela vai embora com a filha para São Paulo,de onde nunca devia ter saído.
Mas então vieram os sons.
Primeiro, um murmúrio. Vozes abafadas. Uma discussão, sim. Alice não conseguia distinguir as palavras com clareza, mas reconhecia o tom. Acusações. Defesas. Aquilo a fez sorrir ainda mais. "Exatamente como eu imaginei."
Mas, de repente, o tom mudou.
Vieram suspiros. Um ranger da cama. E então… gemidos.
Alice arregalou os olhos. Chegou a se afastar um pouco da porta, sem acreditar. Mas depois colou a orelha de novo, o rosto tomado por uma expressão de incredulidade e fúria.
Gemidos.
Altos, intensos, inegáveis.
Bianca estava gemendo. Fernando também. E não havia dúvidas: estavam transando. Estavam fazendo as pazes do jeito mais selvagem e apaixonado possível.
Alice recuou dois passos, sentindo o sangue subir como uma onda de raiva que lhe queimava o rosto. Cerrou os dentes, cravando as unhas nas palmas das mãos com tanta força que quase feriu a própria pele.
— Desgraçada — murmurou entre os dentes.
Aquilo não fazia sentido. Bianca deveria estar chorando, gritando, arrumando as malas.. Mas não. Estava ali, com certeza, montada no homem que ela queria para si, gemendo alto como se nada mais importasse.
Ela andou de um lado para o outro no corredor como um animal enjaulado. Mas, no meio da frustração, algo brilhou em sua mente. Algo que ela ouviu quando Fernando perdeu o controle da discussão e acusou Bianca de “usar os homens como um vício”.Como se nunca se prendesse realmente a ninguém.
Alice sorriu. Não de alegria, mas com a frieza de quem vê uma brecha perfeita para um plano cruel.
Fernando acreditava que Bianca pulava de homem em homem. Que ela se entedia. Que todos tinham prazo de validade com ela. Que ele poderia ser o próximo.
"É aí que eu entro", pensou, com os olhos faiscando de malícia.
Não precisava fazer nada escandaloso. Não agora. Precisava apenas alimentar essa desconfiança de Fernando ,plantar a dúvida,nunca pensou que um homem lindo e rico como ele ia se sentir inseguro em relação a uma mulher e aquilo lhe dava mais raiva ainda.
Se Fernando visse Bianca dando atenção demais a outro homem,, a semente da insegurança brotaria com força. Ele começaria a se perguntar se ela estaria se interessando por outro e estava prestes a dispensá -lo e conhecendo seu primo como conhecia ela tinha certeza que ele ia largar ela primeiro ,porque ele sempre foi muito orgulhoso e não aceitaria ser dispensado por ninguém.
E se ela também plantasse dúvidas em Bianca… se jogasse insinuações como:
Na sala de jantar, os empregados já haviam preparado o café da manhã com a sofisticação digna da família bilionária que serviam. A mesa extensa, feita de madeira maciça importada da Itália, estava cuidadosamente posta com uma seleção refinada: croissants dourados ainda quentes, pães artesanais variados, queijos europeus selecionados, geleias exóticas em potes de cristal, frutas tropicais cortadas com precisão quase artística e sucos recém-espremidos servidos em jarras elegantes. Uma criada uniformizada servia café fresco nas xícaras de porcelana fina, enquanto outra ajustava os guardanapos de linho com atenção aos detalhes, garantindo que tudo estivesse impecável para o início do dia.
Dona Célia já estava sentada à cabeceira da mesa, o olhar altivo, embora gentil, observando a movimentação dos empregados , sempre a frente de tudo.
— Bom dia , Bianca — disse ela com um sorriso gentil .
— Espero que tenha dormido bem ,querida.
Bianca retribui o sorriso.
Estava linda, como sempre: usava um vestido leve em tom lavanda, os cabelos soltos com ondas suaves, e a pele reluzente como se tivesse acabado de sair de um spa. Ninguém ali fazia idéia da tempestade da noite anterior. Nem do furacão de desejo e raiva que ela e Fernando haviam enfrentado — juntos, e nos braços um do outro transformaram tudo em muito prazer.
— Bom dia ,dormi sim, obrigada, dona Célia.
Fernando ainda não havia descido para o café da manhã, e Bianca já sabia que ele provavelmente acabaria se atrasando para o trabalho. Mesmo assim, não teve coragem de acordá-lo. Estava deitado como um anjo — ou melhor, como um deus exausto depois de uma batalha épica de prazer.
Ela corou só de lembrar da noite anterior. Do modo como ele a havia possuído, como se seu corpo fosse um templo sagrado e, ao mesmo tempo, um campo de guerra onde cada toque, cada investida, cada gemido carregava promessas de perdição e redenção.

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