Bianca seguiu apressada pelos corredores da mansão, os saltos ecoando pelo mármore, até desaparecer na escadaria. Raul acompanhou o movimento com os olhos, o sorriso satisfeito surgindo em seus lábios. Aproximou-se de Paola e Alex, que conversavam próximos ao bar, e inclinou-se em falsa preocupação.
— Bianca não está se sentindo bem… — disse em tom baixo.
— Achei melhor pedir para alguém dar uma olhada nela. Como ela e meu primo não estão nada bem, e não quis minha ajuda e muito menos vai querer da Paola… — lançou um olhar enviesado para ela.
— …achei que só você poderia ajudá-la, Alex.
Alex franziu a testa.
— E por que não pediu para Célia, a sogra dela?
Raul suspirou teatralmente.
— Hoje é o aniversário dela, não quero preocupar a tia. Por favor, só vá até o quarto ver se Bianca precisa de algo, eu faria isso mas ela rejeitou minha ajuda e se algo acontecer com ela meu primo não vai me perdoar, afinal, ela estava na minha companhia.
A preocupação falou mais alto. Alex não pensou em segundas intenções, apenas assentiu e seguiu em direção ao andar superior. Raul ergueu a taça em discreto brinde para Paola, cúmplice, e os dois trocaram um olhar de vitória silenciosa.
No quarto, o som do chuveiro enchia o silêncio. Alex bateu na porta entreaberta.
— Bianca? É o Alex… está tudo bem?
Não obteve resposta, apenas o barulho constante da água. Avançou hesitante, até que a cena o fez congelar: Bianca estava sentada no chão do boxe, ainda vestida com o longo vestido vermelho, encharcada, os cabelos colados à pele. A respiração dela era pesada, os lábios entreabertos, os olhos semicerrados, como se lutasse contra algo invisível.
— Meu Deus, Bianca! — Alex entrou às pressas, agachando-se ao lado dela.
— O que aconteceu?
Ele tentou ajudá-la a se levantar, mas o toque em seu braço provocou nela um arrepio violento. Um gemido suave escapou de sua garganta, e seus dedos, desesperados, se agarraram à camisa dele.
— Não… me deixa… sozinha… — sussurrou, a voz rouca, implorante.
O afrodisíaco falava mais alto do que a razão. Bianca deslizou as mãos pelo peito de Alex, puxando-o para mais perto, a respiração quente roçando-lhe o pescoço. Ele tentou se afastar, mas ela se agarrou a ele como se seu corpo implorasse por aquele contato tão íntimo.
A porta do quarto foi aberta, batendo na parede com violência. Fernando surgiu no batente, os olhos faiscando de fúria. Por um segundo, ficou petrificado ao ver a cena: a esposa molhada, agarrada ao primo, os lábios quase tocando os dele. O coração dele se contraiu como se tivesse levado um golpe.
— Mas que porra é essa?! — a voz dele explodiu pelo quarto, carregada de ódio e incredulidade.
Alex se ergueu de sobressalto, tentando se explicar, mas Fernando já não enxergava nada além da suposta traição diante de seus olhos.
— Calma, Fernando… não é o que está pensando! Eu encontrei ela passando mal e só queria lhe ajudar. — Disse Alex em sua defesa, muito constrangido, porque já havia passado por aquela situação algumas vezes, mas a ironia é que dessa vez ele era realmente inocente.
Fernando avançou, agarrando Alex pelo colarinho da camisa, o rosto vermelho, a respiração pesada. Ambos rolaram pelo chão do quarto, trocando empurrões e insultos, enquanto a raiva consumia cada movimento.
— Para com isso, cara! — gritou Alex, tentando se desvencilhar, o peito arrebentando de tensão e constrangimento.
— Eu não fiz nada! Muito menos com sua mulher, caralho! — esbravejou Alex.
— Cala a boca! — Fernando grunhiu, incapaz de controlar o ciúme que o consumia.
— Eu vou te ensinar a respeitar a mulher dos outros, seu desgraçado! Filho da puta!
Nesse instante, a porta do quarto se abriu com força. Alfredo entrou, acompanhado por dois seguranças. O olhar dele, firme e autoritário, imediatamente impôs silêncio.
— Chega! — ordenou Alfredo, a voz grave cortando a tensão.
— Seja lá o que está acontecendo, vocês resolvem na conversa e não como dois selvagens!
Os seguranças intervieram, separando Fernando e Alex, mantendo-os firmes, enquanto Alfredo avançava até o centro do quarto, os olhos percorrendo cada expressão de fúria e medo.
— Eu não vou permitir que estraguem a festa de aniversário da sua mãe — disse, a voz dura, carregada de autoridade.

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