Procura-se um pai romance Capítulo 11

Gabriela Menezes

Já achei, mas iria falar pessoalmente e quando fosse da sua vontade. Terminei com o Eduardo e sai do mato, me passa o endereço do seus pais, vou passar o natal com vocês.

Gelei. Meus lábios formigaram e desaprendi a respirar, a Gabi achou o pai do bebê. O famoso ditado: a água bate na bunda, nunca teve tanto sentido pra mim.

- Ei. - Marco abriu a porta delicadamente. Bloqueei a tela após passar o endereço e escondi o celular.

Não sei porque não queria dizer a ele, seus olhos amorosos me cobriam de esperança, nós podíamos dar certo.

- Descu...

- Por favor - Interrompeu balançando a cabeça - As luzes foram acesas na praça, está muito cansada para ir até lá?

**

O clima nunca esteve tão agradável as nove horas da noite. Mesmo estando escuro, as ruas estavam claras e coloridas, pelas janelas dava para ver as famílias conversando e as árvores acesas.

Marco caminhava ao meu lado com as duas mãos nos bolsos, inquieto. Queria perguntar a ele o que foi conversado, talvez ele queira desabafar ou pedir conselhos, mas sinto que não deveria me colocar nessa situação.

- A Gabi vem para o Natal. - Avisei animada, após lembrar da mensagem.

- Jura? Que legal. Ela vai estragar o natal. - Ironizou e deu uma gargalhada gostosa.

- Não diga isso!

- Não? - As mãos saem do bolso e eu agradeço internamente por ele estar se sentindo mais confortável - Ela já te contou metade das histórias dela? O do dia que ela acidentalmente colocou fogo na árvore de natal?

- Você tá brincando! - Indaguei desacreditada.

- O sonho dela era ser o Grinch. Sabe? O filme? Então, ele coloca fogo na árvore, porém o fogo sobe rapidamente e logo se apaga, na vida real não é bem assim. Foi gritaria, correria, fogo e fumaça.

Nossas risadas foram interrompidas quando chegamos na praça. Difícil descrever o quanto ela estava natalina e bonita, todas as árvores com luzes brancas entre os galhos, os bancos enfeitados, as grades com pisca pisca e um lugar reservado para os músicos com diversos enfeites.

- Encantador. - Suspirei encantada.

- Acho que nunca vi um lugar tão bonito e harmonioso igual essa cidade, igual aos seus pais, você e tudo o que você me trouxe e três dias. - Desabafou grato.

Levantei o pescoço para olhá-lo e ele já me encarava com o de praxe meio sorriso no rosto. Meu coração bate forte contra a minha caixa torácica e tenho vontade de gritar o quanto ele é incrível.

- Você tornou isso tudo bem mais fácil - Disse a ele - Não sei como seria esse natal, não imagino ele diferente do que esta sendo.

Gosto da forma que ele me olha, mesmo quando desvio o olhar e sinto seus olhos em mim. É atencioso e gentil, o Marco é como um abraço quentinho e acolhedor em um dia frio.

- Hum - Lembrou-se fuçando no bolso - Será que posso dar o seu presente agora?

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