- E o que você planeja fazer quando o bebê nascer?
Augusto largou os talheres no prato fazendo um barulho do aço contra o vidro. Respirei fundo antes de respondê-la.
- O que vamos fazer Henry? - Virei pra ele, que estava vermelho como um menininho assustado. - Pode falar um pouco também dos seus planos e planejamentos, já que o filho é de nós dois.
Ele balbuciou algumas palavras, pude ouvir o sorrisinho do Augusto. Eliza ficou da cor de um pimentão, se não fosse tão fina com certeza estaria gritando e jogando as coisas pelo chão.
- Henry irá terminar a faculdade. - Respondeu por ele.
- Agora ele tem mais responsabilidades do que isso, Eliza. - O pai falou baixinho, mas ela fingiu não ouvir.
- E a Catarina? Vocês não iam noivar? Como ela lidou com isso? - Aquilo foi a gota.
Afastei a cadeira e pedi licença antes de levantar, não iria ficar ali ouvindo humilhações por que o filho mimado não usa preservativos. Não forcei a me engravidar e também não fiz isso sozinha.
Peguei o celular e procurei o número da Gabi, sentindo meus olhos arderem. Nunca passei por esse tipo de humilhação, tudo o que eu queria era a casa dela com nossa pizza gelada e piadas fora de hora do Marco.
- Amélia! - Henry segura o meu braço apressado, quando já estamos do lado de fora.
- Me solta! - Puxei o braço.
- Me desculpa por ela, mas está sendo difícil...
- Difícil pra quem Henry? - Juntei as sobrancelhas, sentindo todo o sangue do meu corpo circular mais rápido - Difícil pra ela que não tem absolutamente nada com isso?
- Não quis dizer isso, mas ela é...
- Ela não percebeu que o filho dela cresceu e também foi irresponsável. É isso que aconteceu, se você não tem coragem de enfrentar a sua mãe para dizer que está errado problema é seu.
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