Procura-se um pai romance Capítulo 19

O copo em minha mão está com água gelada, deixando ele embaçado, mexo e o líquido passa por todo extremo da borda. Minha boca está seca por todo nervosismo que eu passei, mas agora é a vez da Gabriela.

- Ele está pensando que é quem? - Subo o olhar até ela que está andando de um lado para o outro no meio da sala - Aquele projétil de Riquinho.

- Não sei o que eu faço, estou arrependida por ter dito a ele sobre a gravidez. - Confesso e vejo Marco abaixar a cabeça ao meu lado.

Ele me avisou, mas era bom demais para jogar isso na minha cara. Estralava seus dedos enquanto apoiava o calcanhar na coxa inquieto, era visível a sua ansiedade e estresse com o assunto.

- Faz igual a ele, some! A velha vai adorar, se bobear até paga para te colocar longe do tesouro dela. Aquele merdinha!

O celular do Marco toca e de soslaio eu vejo ele colocar no silencioso e guardar novamente no bolso. Descruza a perna e levanta, provavelmente era ela e precisa ir encontrá-la.

Foi a minha vez de ficar inquieta, tive vontade de fingir um desmaio só para que ele ficasse.

- Está tudo bem agora. - Acariciou meu ombro amigavelmente, e isso acabou comigo. Não quero ser apenas a sua amiga. - Estamos aqui por vocês, sabe disso, né?

A voz rouca fez o meu corpo se arrepiar e querer me deitar novamente em seu peito. Céus, o que eu fiz?

- Eu estou bem. - Respondi e olhei para a Gabi que estava com as mãos na cintura e o rosto em chamas. - Só não quero voltar lá e nem ter contato com eles. Não quero mais passar esse tipo de nervoso.

Depois da segunda ligação, Marco se despediu com um abraço e beijo no rosto e foi embora, simplesmente foi embora. Ora, eu esperava o que? Que ele ficasse comigo a noite toda sendo que a noiva dele estava ligando? Sendo que ele tinha uma noiva.

Foi mágico. Indescritível. Cada batida do seu coração fez com que eu o amasse mais, era o meu bebê ali dentro, e eu cuidaria dele ou dela com todo amor e carinho do mundo, independente de como ele veio, o importante era que seria bem-vindo.

Saio dos meus devaneios quando ouço o interfone do meu apartamento, sigo calmamente e atendo.

- Olá, bom dia Senhora Amélia, hum, o Sr Henry está aqui, posso deixá-lo entrar?

A Amélia não queria vê-lo, mas a mãe do filho dele precisava dizer umas coisinhas e colocar os pontos no "i".

- Pode liberá-lo, obrigada.