Procura-se um pai romance Capítulo 28

Fiquei no quarto da minha amiga até todos irem embora, não tinha cara para voltar lá e fingir que nada aconteceu.

Eu estou quebrada em cacos há muito tempo e não consigo me reconstruir, pois toda vez que tento me quebro mais ainda.

Gabriela entra no quarto e cruza os braços encostada no batente. Percebo que estávamos só nós duas, Edu que costumava dormir aqui também foi embora, imagino que a pedido dela.

- Desculpa por dizer aquilo, eu não tinha o direito.

- Tinha sim. - Garanti um pouco envergonhada - O que eu faço agora?

- Olha - Ela caminha até a cama e senta ao meu lado - Como mulher eu diria pra você esquecer pois ele já é casado. Agora, como prima dele e sua melhor amiga, eu aconselharia vocês a ficarem juntos.

- Sou uma egoísta.

- E ele é um orgulhoso, e por isso vocês não estão juntos agora. Um vai ter que ceder.

- E se não der certo?

- Eu não acredito mais no amor se vocês não derem certo.

**

As semanas corriam, e meu emprego novo era maravilhoso. Era em uma empresa de materiais cirúrgicos também, porém dessa vez eu era vendedora e ganhava quase o triplo do que recebia aquela época.

Mesmo não sendo no mesmo lugar que a Gabi, nós tentávamos almoçar juntas todos os dias, alguns dele o Edu estava portanto era só risada.

- Meninas, preciso ir. - Ele avisou ao guardar o celular - O trabalho me chama.

Beijou os lábios da minha amiga e deu aceno de mão pra mim antes de sair apressado. Gabi suspira feliz.

- Vocês combinam demais. Nunca imaginei que falaria isso, há um ano atrás você o odiava.

- Nem me fale. Mas falando nisso, daqui dois dias é Natal, você vai voltar nos seus pais?

- Provavelmente, minha mãe está me ligando todos os dias, se eu não voltar é capaz dela ter um troço! - Conferi o celular para ver se tinha mensagem da Monique, a babá do Pedrinho.

Era uma mulher de quarenta anos, melhor amiga da mãe da Gabi, extremamente carinhosa e apaixonada pelo meu filho. Confiava muito nela, porém sempre estava alerta.

- Vocês poderiam vir também, não é? - Convidei esperançosa.

- Eu iria amar! Vou falar com o Edu, mas com certeza ele topa.

- Vai ser otim...

- Amélia? - Escuto a voz atrás de mim e meu corpo enrijece.

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