Henry da alarme no carro e vem caminhando na minha direção. Seu sorriso está aberto e os olhos inchados e vermelhos, provavelmente de tanto chorar.
- Estou ansioso! - Esfrega as mãos quando para na minha frente. - Depois podemos conversar a sós? Quero fazer diferente dessa vez.
- Sim, claro. - Concordo e dou passagem pra ele.
Henry encara a porta fechada, os olhos azuis idênticos ao do nosso filho estão paralisados olhando a madeira.
- E se ele não gostar de mim? - Perguntou baixinho. - E se eu falhar?
- Bem-vindo ao meu mundo. - Passo a mão nas suas costas larga tentando tranquilizar.
Viro a maçaneta e empurro a porta. Parecia uma cena de filme a Gabi sentada com o Pedro no pé da árvore, vendo as bolinhas. Meus pais abraçados próximos rindo da reação do meu filho, e Edu tirando diversas fotos.
Eu amo a minha família e de certa forma agora sinto que ela está completa. Henry respira fundo, enchendo os pulmões de ar, os olhos já estão cheios de lágrimas.
- Meu Deus. - Suas mãos vão até a boca quando a Gabi caminha na nossa direção com ele.
Noto as suas mãos e lábios trêmulos, o seu rosto já está coberto de lágrimas e o sorriso cada vez mais esticado. Sinto parte do meu coração se partir ao meio por ter tirado isso dele.
Ele foi um completo idiota. Mas não merecia o que nós fizemos.
- Posso? - Pergunta com a voz embargada antes de pegar o Pedro. Eu balanço a cabeça em sinal positivo.
Sem jeito e com medo, Henry o segura nos braços e fica feito pedra, provavelmente com medo de deixá-lo cair. Seu filho passa a mão na sua barba por fazer e solta uma gargalhada.
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