Procura-se um pai romance Capítulo 36

Com a mão livre ele segura uma das minhas mãos e entrelaça os nossos dedos. Meu corpo esquenta e por um momento sinto vontade de beija-lo. Como não me lembrava de ter passado uma noite com ele.

Será que ele se lembrava?

- Você se lembra daquela noite? - Pergunto sem esconder a curiosidade. Ele da uma risada gostosa. - Está rindo por que?

- Estava tudo bem, estávamos curtindo até você desmaiar. Sério, você desmaiou! Eu te dei um banho e mesmo assim você não acordou, coloquei minha blusa em você e precisei ir embora pois Catarina havia chego, e bom, minha mãe surtaria se soubesse. Mas acho que nunca pedi desculpas por isso, né? Por ter te deixado lá sozinha.

- Não. - Respondo, tentando lembrar daquela noite mas a única coisa que consigo lembrar é do Marco falando que me carregou até o carro.

- Me desculpa - Henry tira uma mesa do meu rosto e coloca atrás da minha orelha, seu toque é quente e carinhoso. - Agora me fala, quem é o felizardo.

Meu corpo enrijece ao ver uma sombra atrás do Henry. Não era uma sombra qualquer, eu conhecia muito bem aqueles ombros, altura e a forma de como o seu rosto estava contraído em desentendimento. Tão confuso quanto o meu.

- Marco? - Tombo a cabeça para o lado, e vejo as suas costas enquanto ele caminha para a direção oposta.

MARCO FERRAZ

Os dias seguiram arrastados, não posso negar. O beijo com a Amélia me desconcertou, o que eu já sentia foi intensificado e eu quase não consigo controlar, a pior parte foi perceber que a Larissa também percebeu.

Quase não nos falávamos mais, a nossa casa ficou silenciosa e fria, eu sabia o que precisava fazer, depois de varias semanas pensando e repensando, decidi que eu e ela deveríamos nos separar. Não era justo eu fazer isso com a vida de outra pessoa.

Chego do trabalho e afrouxo a gravata assim que cruzo a porta, mesmo assim ainda me sentia sufocado.

- Chegou tarde. - Ela observou enquanto mudava os canais da televisão.

Lari é uma mulher doce e compreensiva, mas nos últimos dias estava tão fria que mal a reconhecia, e eu sabia que eu era o principal culpado de ter destruído a mulher mais incrível que eu já conheci.

- Reunião atrás de reunião. Tudo bom? - Pergunto, sentando ao seu lado. Um pouco distante.

Há dias nós não nos cumprimentávamos mais, apenas acenávamos e sorriamos um para o outro nas despedidas. Viramos dois estranhos.

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