Larissa cumpriu o que disse. Naquela noite ela saiu por aquela porta pra nunca mais voltar. Levou com ela todos os nossos sonhos e planos, provavelmente com o coração fechado e magoado.
Não tenho o direito de procurá-la, mesmo querendo que ela fique bem. Não tenho mais o direito de saber. Até por que a mensagem grosseira da sua irmã deixou isso bem claro.
O guarda roupa esvaziou, a pia do banheiro ficou com espaços vagos onde ficavam seus cremes e perfumes, a sapateira teve mais espaço e o meu coração estava completamente vazio e solitário. Eu mereço isso.
Quase não consigo abrir a porta de casa de tão embriagado que estou, sorte que nos últimos dias isso é comum, portanto sei o caminho até o meu quarto perfeitamente.
Seguro o celular e vejo que já é a véspera de Natal, me recuso a ir passar com os meus pais e sei que a Gabi está com a Amélia.
Ah, a Amélia. Não sai dos meus pensamentos nem dos meus sonhos, chega a ser uma tortura o tanto que eu penso nela.
Contudo ela não me mandou mensagens depois do ocorrido, me sinto errado em ir procurá-la, certamente ela não sumiria se aprovasse o que aconteceu.
Destravo o celular e clico no seu contato, a vontade de ligar é grande. Saudade da sua voz e de saber como foi seu dia, sinto falta do Pedrinho e das nossas inúmeras e longas chamadas de vídeos. Sinto falta da minha amiga, e acima de tudo da mulher que sou apaixonado.
Estou no fundo do poço. Acho que preciso subir e tomar o último fôlego antes de me afogar por completo. Eu vou até a casa dos pais dela.
Em um impulso de coragem me vejo dentro do carro dirigindo para o interior, rezando para que nenhum policial esteja de mau humor.
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