— O Richard não tem que se lembrar de nada, Madeline. Você inventou essa história e quer a todo o custo prender o meu irmão, mas não irá conseguir — Elis diz, pegando o celular e ligando para a sua amiga ginecologista.
A médica Abby Hills chega à mansão Jones e se apresenta a todos, ela mostra suas credenciais e prova ser uma profissional de renome.
— Doutora Hills, eu peço que a minha mãe esteja comigo nessa consulta — diz Madeline, mostrando-se constrangida com toda aquela situação.
— Não se preocupe, ela poderá estar ao seu lado — responde. — Podemos nos dirigir a um local reservado onde iniciaremos a nossa consulta? — Abby pergunta.
— No quarto da Madeline — diz Nina. — Minha filha não é acostumada com essas coisas e sei que lá ela se sentirá um pouco mais à vontade num lugar onde ela se sinta segura.
As três mulheres deixam a sala de jantar, deixando a tensão nas outras pessoas que ficaram ali.
— Sei que ela está mentindo — sussurra Elis, para seu marido Steve, que está quieto apenas assistindo a toda aquela situação.
— E se ela não estiver? — Steve questiona em baixo tom para que ninguém o ouça.
— Acha que ela tem razão?
— Não, não acho. Mas eles podem realmente ter ficado juntos, Elis e agora você acabou forçando mais a situação. Eu disse que não deveria se meter na vida do Richard, ele mesmo sabe se resolver.
— Como posso ficar calada diante das acusações que aquela megera está fazendo contra ele? Olha para o meu irmão, ele está visivelmente abalado.
Steve olha para onde Richard está sentado e percebe o quão nervoso ele está. Não bastava a acusação de abuso, estava tendo que lidar com as suas memórias que não voltavam de modo algum. Tudo que queria era se lembrar do que aconteceu, mas nada vinha à sua mente. Ele torcia para que Elis tivesse razão, assim tiraria um grande peso de sua consciência.
Richard se levanta e se aproxima de Donald, visivelmente alterado no canto da sala.
— Donald. — Richard inicia a conversa com o ex-sogro. — Quero que saiba que sinto muito por tudo isso que está acontecendo, eu jamais quis magoar a sua filha ou manchar a honra dela.
— Se nunca desejou fazer isso, por que estamos tendo um momento tão ruim como esse? — questiona Donald, sem tirar os olhos da escada onde as mulheres foram há alguns minutos.
— Eu não me lembro do que aconteceu aquela noite, juro para você, mas sei que jamais faria nada contra a vontade dela.
— Não me venha com essa, Richard, eu não vou acreditar em você — zomba, com vontade de socar a cara do rapaz.
— Tudo bem, não acredite, mas essa é a mais pura verdade. Eu tentei amenizar o sofrimento da sua filha quando vi o quanto ela acordou arrependida no outro dia. Eu iria me casar com ela, mas algo me disse que não é certo condenar nós dois pelo resto da vida, num casamento sem amor, onde jamais seríamos felizes.
— A Madeline seria feliz, porque ela te ama muito — replica, virando-se para encará-lo. — Ela te ama tanto ao ponto de ocultar um absurdo desse que veio hoje à tona. Ela faria de tudo por você, Richard. Não fingiremos de inocentes, todos sabemos que ela te ama desde muito nova.
— Sei que ela me ama — afirma. — E é por isso que não quero fazê-la sofrer. Não posso dar a ela o que merece. Madeline necessita de alguém que a ame e a mime sempre que quiser.
— Por que mudou de ideia? Vocês estavam indo tão bem, o que fez você chegar a essa conclusão? — rebate. — A Madeline falou sobre uma amante e um filho fora do casamento, isso é verdade?
Richard não sabia se era correto dizer aquilo naquele momento, mas queria sair dali com a cabeça erguida, sentindo haver cumprido com aquela família todo o seu dever.


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