Enquanto aguarda notícias de Richard, Alice anda de um lado para o outro, ansiosa. Já se passaram da meia-noite e ninguém ainda havia dado sinal de vida. Sabia que o jantar demoraria, pois havia muitas coisas para serem colocadas em questão, mas algo em seu peito dizia que algo não estava nada bem.
De minutos em minutos, olhava para o celular à procura de uma mensagem ou ligação perdida, mas nada chegava.
— Por que estão demorando tanto? — se pergunta.
Já havia colocado a filha para dormir e arrumado todas as coisas do dia seguinte para saírem em um passeio. Mesmo assim, procurava alguma coisa para fazer. Quando estava na cozinha preparando um chá para se acalmar, ouviu o seu celular tocar. Seu coração acelera, mas quando olha para a tela, não vê o nome da pessoa que espera. Mesmo assim, atendeu com expectativa, pois sabia que Elis também teria novidades para contar.
— Elis, boa noite, o jantar já terminou? — pergunta, cheia de esperanças.
— Sim, mas foi um desastre total — explica Elis, do outro lado da linha. Alice não precisava ver o rosto da cunhada, pois sentia o quanto ela estava triste e frustrada com o que havia ocorrido apenas pelo seu tom de voz.
— O que aconteceu? — pergunta, sentando-se à mesa, sentindo as pernas bambearem.
— A vagabunda da Madeline não é mesmo virgem — revela.
— O quê?
— Tenho certeza de que ela se deitou com qualquer um por aí para dizer que foi o meu irmão que tirou a sua virgindade. Depois disse a todos que o Richard abusou dela e fez tudo contra a sua vontade.
— Não acredito nisso. — No peito, Alice sente um grande pesar ao imaginar como Richard deve estar se sentindo com tudo o que aconteceu.
— E o Richard? Como ele está?
— Mal. Meu irmão está péssimo, eu nunca o vi tão abalado quanto hoje. A família dela acreditou em tudo o que aquela cobra disse e o ofenderam de modo que meu irmão parecesse um estuprador.
— Meu Deus — Alice começa a chorar, pensando na dor de Richard. — Onde ele está agora? Por que ele não me ligou?
— Acho que meu irmão está tentando esfriar a cabeça um pouco. Tudo foi bastante pesado para ele. Os ataques do pai da Madeline foram assustadores. O Donald nem ganhou as eleições e já quer abusar do poder e influência dele, ameaçando acabar com meu irmão.
— Elis, eu preciso desligar e ligar para o Richard agora mesmo.
— Não faça isso. Ele precisa de um tempo para ficar sozinho e pensar. Acho que o fato dele não se lembrar de nada do que aconteceu está pesando demais, pois mesmo que se defenda na frente de todos, está sendo julgado como errado. Foi a palavra daquela vaca contra a dele, e a dela pesou mais, ainda mais quando tive a ideia de chamar uma médica para atestar que ela era virgem e, no final, ela não era.
Alice fica em silêncio, pensando em tudo o que escuta. As coisas estavam andando tão bem para ser verdade.
— Tudo bem, Elis, já está tarde, creio que esteja cansada e queira descansar um pouco. Desligarei e esperarei que o Richard me ligue e diga o que está planejando fazer.
— Sinto muito por não ajudar, Alice. Sei o quanto vocês se gostam e creio que alguma solução irá surgir no meio disso tudo.
Quando desliga o telefone, Alice sente a cabeça doer e tudo ao seu redor girar. Se não estivesse sentada, tinha certeza de que teria caído no chão. Ela se segura na mesa e fica ali até que a vertigem passe. Após alguns minutos, se levanta e caminha até o quarto da filha para ver se estava tudo bem. Um sentimento de impotência b**e em seu peito enquanto olha para a filha que dorme com um pijama de unicórnio. Tudo o que quer é se resolver com Richard, mas se perceber que sua vontade pode acabar estragando a vida e reputação dele, não pensará em renunciar à sua felicidade para vê-lo bem. Pensar em ficar longe de Richard novamente a deixa mal, a ponto de sentir um forte enjoo. Percebendo que está prestes a vomitar no quarto da filha, ela sai dali e corre para o banheiro social. Enquanto coloca para fora tudo o que havia comido no jantar, Alice chora por estar sozinha em meio ao caos.
[…]

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