A estadia no hospital dura poucos dias, e George recebe alta para continuar sua recuperação em casa. Quando ele chega ao apartamento e encontra Alice e o restante da família, sente uma alegria imensa, mas logo nota, com estranheza, o hematoma na cabeça de Richard.
Silvia percebe que é hora de contar ao marido toda a verdade sobre o que aconteceu desde que ele foi internado.
— Eu não posso acreditar nisso — comenta George, aterrorizado pelas informações que acaba de receber. — Vocês deveriam ter me avisado sobre o que estava acontecendo.
— Pelo amor de Deus, George! O que você poderia fazer no estado em que se encontrava? — questiona Silvia, com um tom de voz que mistura preocupação e firmeza.
— Minha mãe tem razão, pai. O importante é que tudo está bem agora. Quero aproveitar que estamos todos juntos para curtir esse momento em família — comenta Alice, abraçando o pai com carinho.
— Estou feliz por você estar aqui, filha, mas não posso ficar tranquilo sabendo as circunstâncias que a trouxeram de volta — responde George, com uma expressão de preocupação no rosto.
— Meu sogro tem razão — acrescenta Richard, com um tom sério. — Acho que todos só ficarão em paz quando Dora for levada a julgamento.
— Silvia, quais são as novidades? — pergunta George, ciente de que sua esposa está à frente do caso, atuando como advogada de defesa.
— Foram realizados alguns exames em Dora, e a família dela está custeando um advogado que planeja alegar insanidade mental como defesa — explica Silvia, de forma calma e objetiva.
— Se isso for verdade, os exames irão comprovar, mas ela não pode ficar solta por aí — responde George, preocupado.
— Tem razão, ela é um perigo para nossa família. Mesmo que eu não more mais no país, não conseguirei ficar em paz sabendo que vocês correm risco com ela solta — comenta Alice.
— Se Dora for realmente diagnosticada com um transtorno mental significativo, a situação muda completamente. Na Inglaterra, quando um criminoso é atestado como mentalmente doente, ele pode ser considerado incapaz de responder pelos seus atos da mesma forma que alguém sem esses problemas. Em vez de ser condenado a uma pena de prisão comum, ele pode ser submetido a uma ordem de internação em um hospital psiquiátrico de alta segurança — explica Silvia, mantendo a voz firme e clara, mas com um tom que enfatiza a seriedade do assunto.
Ela faz uma pausa, observando as expressões de sua família para garantir que todos estão acompanhando.
— Esses hospitais são locais rigorosamente controlados, onde os pacientes são mantidos sob supervisão constante. Eles recebem tratamento psiquiátrico intensivo, visando estabilizar a condição mental e garantir que não representem mais uma ameaça para a sociedade ou para si. A internação é por tempo indeterminado — continua Silvia, detalhando o processo. — A pessoa só pode ser liberada quando os médicos e as autoridades judiciais estiverem absolutamente certas de que ela não representa mais perigo.
Alice, visivelmente preocupada, pergunta com um toque de angústia na voz:
— E se ela nunca melhorar?
Silvia faz um leve aceno de cabeça, compreendendo a preocupação.
— Se ela nunca melhorar, pode passar o resto da vida internada. A avaliação de sua condição será periódica, e enquanto houver risco, ela permanecerá sob tratamento. Em casos como o de Dora, onde houve violência grave, a liberação é extremamente rara, mesmo com melhora, porque as autoridades precisam garantir que a sociedade esteja protegida.

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