— Esta é a última caixa — diz Silvia, pegando sua bolsa no canto da sala e retirando uma nota de cinquenta dólares para dar ao carregador que ajudou a trazer as caixas para o antigo apartamento onde Alice morava. — Muito obrigada!
Ela acompanha o homem até a porta e, antes de fechá-la, vê Alice chegando com Lily no colo.
— Boa tarde, minha filha — saúda Silvia, pegando a neta com carinho. — Você não deveria carregar a Lily no colo, especialmente agora que sua barriga está tão grande.
— Eu sei, mamãe, mas quando saímos do elevador, ela me pediu colo e eu não pude resistir — explica Alice, com um sorriso. — Já ouviu dizer que as crianças ficam mais apegadas aos pais com a chegada de um novo irmão? E no caso da Lily, são dois, então talvez ela sinta um pouco de ciúmes.
— Isso é só no começo, querida. Tenho certeza de que ela se acostumará rapidamente, ainda mais agora que tem o vovô e a vovó morando bem pertinho — declara Silvia, enchendo a neta de beijinhos afetuosos.
— Falando nisso, como estão as coisas da mudança? — pergunta Alice, observando a quantidade considerável de caixas espalhadas pela sala.
— As últimas caixas acabaram de chegar, mas vou começar a organizar tudo só amanhã. Estou exausta — comenta Silvia, sentando-se no sofá.
— Onde está o meu pai? — questiona Alice, estranhando a ausência do pai.
— Ele foi se deitar. Você sabe que, depois do que aconteceu, seu pai não foi mais o mesmo. Ele se cansa mais rápido e precisa evitar esforço — comenta Silvia, fazendo com que ambas se lembrem de Dora.
— Eu sei, mamãe, mas o importante é que ele continua conosco. Tenho certeza de que, com o tempo, ele ficará completamente recuperado.
— Espero que sim, minha filha. Com a chegada dos garotos, seu pai precisará de muita energia para brincar com eles.
— Você teve alguma notícia da Dora? — pergunta Alice, querendo saber mais sobre o estado de saúde da ex-sogra.
— Desde que ela foi internada, não soube muito. Apenas que está passando por tratamento psicológico para lidar com o luto pela morte do filho, mas isso leva tempo. Não se preocupe, ela não vai nos causar mais problemas.
— Eu sei…
— Vamos falar de coisas boas? — Silvia sugere, mudando de assunto. — Quando os bebês vão chegar?
— A qualquer momento, mãe. Tanto que o Richard não deixou que eu fosse trabalhar na empresa.
— Ele está certo. Agora, você precisa cuidar de si mesma e descansar. Além disso, sua situação agora é bem diferente de quando estava grávida da Lily. Você pode se dar ao luxo de descansar sem se preocupar com o futuro, por ter um marido provedor.
— A senhora tem razão. Amo trabalhar, mas também quero aproveitar esse tempo para descansar, então parei de questionar o Richard e decidi tirar os próximos meses para cuidar exclusivamente dos meus filhos.
— Aproveite bem esse tempo, porque ele passa rápido. Quando perceber, já estará de volta ao trabalho e à sua rotina.
Alice aproveita o conforto do sofá e se deita, levantando a camisa para deixar a barriga à mostra. Os bebês estão agitados e começam a chutar sua barriga. É uma sensação mágica e, ao mesmo tempo, um tanto perturbadora por saber que a qualquer momento enfrentará novamente o parto. Embora desta vez a situação seja muito diferente, sem riscos e com a presença do marido, ainda sente medo dos imprevistos que podem surgir.
— Acho que eles podem chegar ainda hoje — comenta Silvia, enquanto observa Lily brincar distraída com uma das caixas.
— Será? — Alice pergunta, com uma ponta de preocupação na voz.
— Já arrumou suas coisas?
— Sim, tudo já está pronto.
— Então, durma um pouco e descanse. Cuidarei da Lily para você.
Alice segue o conselho da mãe e rapidamente adormece.
[…]
Na empresa, Richard acaba de sair de uma reunião com alguns clientes e segue para sua sala. Ele verifica o celular e nota que não há nenhuma ligação da esposa, o que o faz acreditar que tudo está sob controle. Nos últimos dias, ele vinha ligando para ela a cada minuto para se certificar de que estava bem e se precisava de algo, até que ela o advertiu a parar com as ligações constantes. Eles combinaram que ela ligaria se precisasse de algo.

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Os comentários dos leitores sobre o romance: Querido CEO, seu bebê quer te conhecer!