— Deixa eu te explicar — Silvia pede, tocando o ombro da filha.
— Me explicar o quê? Que não conseguiu respeitar a minha escolha? Que resolveu decidir sobre a minha vida ao invés de se lembrar de que a Lily é minha responsabilidade? — questiona nervosa.
— Não é isso — explica. — Mandei um e-mail para o Richard há muito tempo, quando a Lily ainda estava no hospital e você estava passando por todos os perrengues: sem emprego ou diploma. Pensei que não daria conta de tudo sozinha, ainda mais por dizer que queria se mudar da nossa casa.
— Você não tinha esse direito — esbraveja.
— Como não? Acompanhei de perto todo o seu sofrimento dia e noite, eu também sofria com isso, filha.
— Independente do que estava vendo, você não tinha o direito de se meter em minha vida, a Lily é minha filha!
— E você é minha filha! — argumenta. — Acha que estou feliz vendo o seu sofrimento? Sou mãe também, Alice, e por um filho fazemos muitas coisas. Quando escrevi para o Richard, pensei que ele viria te ajudar com a Lily no hospital, mas como o tempo passou e ele não apareceu, achei que havia ignorado a minha mensagem e continuado a viver normalmente.
— Espera — Alice para e pensa um pouco. — Se faz tempo que enviou a mensagem, por que ele apareceu só agora?
— Ele me disse que só descobriu e leu sobre o e-mail ontem à noite, mas para te falar a verdade, eu não acreditei no que ele disse — confessa.
— Como assim? — Alice questiona, confusa.
— Mesmo com toda essa confusão da presença dele em nosso apartamento, acabei notando que ele não está usando aliança — revela, fazendo com que Alice a encare atordoadamente.
— O que isso tem a ver?
— Acredito que ele tenha descoberto a Lily há algum tempo, mas só veio atrás dela agora, após o término do relacionamento.
— Você acha? — Alice reflete sobre aquilo.
— Não creio que haja outro motivo para ele estar andando por aí sem as alianças.
— Mas isso não muda o que ele veio fazer, mãe. O Richard saiu daqui me avisando que ia entrar em contato com os seus advogados para tirar a Lily de mim. O que posso fazer?
— As coisas não funcionam desse jeito meu amor, eu sou advogada também e vou cuidar disso para você.
— O problema é que não temos nem a metade do dinheiro que ele possui, isso significa que a lei pode estar ao lado dele de qualquer modo, mesmo que a senhora seja a melhor advogada do mundo.
— Sugiro que você procure estabelecer um acordo com ele — Silvia sugere.
— Como assim?
— Guarda compartilhada — sugere. — Um mês com você, um mês com ele, o que acha?
— Quer que eu fique um mês longe da minha filha? — pergunta desacreditada.
— É melhor do que vê-la apenas uma vez ao ano — declara.
Pensar naquela possibilidade a faz ficar desesperada. Alice não quer ficar longe da filha nem por um segundo.
— Eu não acredito que isso foi acontecer logo agora que as coisas começaram a dar certo comigo — lamenta.
— Você conseguiu o emprego, não foi? — Silvia pergunta.
— Sim, eu consegui.


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Os comentários dos leitores sobre o romance: Querido CEO, seu bebê quer te conhecer!