A frase da mãe causa certo desconforto em Alice, que resolve sair dali, antes que as duas comecem a discutir.
— Já estou indo para casa, preciso arrumar algumas coisas — anuncia, guardando novamente a garrafa de água na geladeira.
— Vai fugir desse assunto? — Silvia a confronta, vendo que a filha quer se esquivar daquela conversa.
— A senhora não acha que já se meteu demais na minha vida? — contesta, sem se importar com o que a mãe poderia pensar sobre aquilo.
— Você acha que é errado querer o melhor para minha filha?
— Graças ao seu melhor estou indo embora do país, espero que esteja muito satisfeita — revela, pegando a filha no colo.
— Achei que estivesse feliz pela Lily — Silvia intermediou.
— E sobre a minha felicidade? Por acaso, pensou um pouco antes de enviar uma mensagem para o Richard? — confronta, sentindo um grande nó na garganta. — Estou feliz pela minha filha e estou feliz pelo Richard saber a verdade também, mas agora a minha vida toda vai mudar, para o bem deles dois. Ninguém me perguntou o que eu queria, simplesmente me deram duas opções e eu tive que escolher a que menos me feria.
Alice diz tudo que estava entalado em sua gargante e sai do apartamento da mãe com a filha no colo. Ela pega o elevador para chegar ao andar onde morava e, quando percebe que já está chegando na porta de casa, sente que pode colocar todos os seus sentimentos reprimidos para fora.
A filha continua dormindo, então ela a coloca no berço, depois vai até o armário da bebê e começa a separar algumas peças que Lily não levaria para os Estados Unidos. Dentre as peças de roupa que está escolhendo, esbarra no vestidinho que Richard presenteou à filha. Ela olha para aquela pequena peça que, apesar de pequena, é luxuosa. Imaginar que a filha terá um bom padrão de vida a deixa feliz, mas saber que a sua vida de certa forma mudará também a deixa inquieta. Alice senta-se no chão, ao lado do berço de Lily, e começa a pensar na conversa que teve com Richard.
“O que ele diria caso Silvia não tivesse aparecido naquele instante?”
Pensar nas possibilidades fazia com que milhares de borboletas invisíveis voassem em seu estômago, trazendo um pouco de ansiedade e expectativas. Alice queria ir até Richard de alguma maneira, mas não sabia qual a desculpa que daria se aparecesse naquele hotel subitamente.
Deixando todos os pensamentos de lado, terminou o dia cuidando da casa e da filha, que acordou e quis brincar um pouco.
Já se passava das onze da noite, quando Lily adormeceu outra vez, Alice a colocou no berço e foi para a sala, conversar pelo W******p com um comprador, que estava interessado em seu carro. Vender o carro que tanto lutou para adquirir era como desistir de um sonho que planejava para si, para viver a vida de outra pessoa. Quando consegue fechar o acordo, escuta uma batida em sua porta. Ela pensa que pode ser a mãe ou o pai que estão ali, para desejar boa noite ou saber se precisam de algo. Mas quando abre a porta, vê Richard.
— O que faz aqui a esse horário? — questiona surpresa.
— Você disse que eu poderia vir quando quisesse — replica, como se não estivesse fazendo nada errado.
— Sim, eu disse, mas pensei que viria no horário que a Lily estivesse acordada — manifesta objetifica.
— Ela já dormiu? — pergunta.
— Sim, há alguns minutos. — Richard faz cara de frustrado, mas não sai de frente da porta.

VERIFYCAPTCHA_LABEL
Comentários
Os comentários dos leitores sobre o romance: Querido CEO, seu bebê quer te conhecer!