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Rejeitada: A Luna do Alfa supremo romance Capítulo 195

O silêncio que se seguiu à morte de Atlas não parecia real.

Era um silêncio pesado, carregado, como se o próprio ar estivesse tentando entender o que tinha acabado de acontecer. Durante um segundo, um único segundo, o campo de batalha congelou. Lobos, raposas, bruxas, todos ficaram ali, respirando o cheiro de sangue, observando o corpo gigantesco do lobo cinzento tombado na neve, já sem vida, sem poder, sem ódio. Agora apenas uma casca vazia e morta.

River ficou sobre ele, ainda em sua forma de supremo, respirando como um animal prestes a cair. O peito subia e descia em golpes irregulares, e o vapor quente escapava das narinas enormes em jatos violentos. O sangue de Atlas escorria pelas garras negras, pingando em linhas grossas que evaporavam ao tocar o corpo quente do Lycan. Mais uma vez o supremo havia triunfado, mais uma vez, a Lua Sangrenta havia vencido, por todos os que se foram antes disso, nas batalhas anteriores pela segurança de todos que já foram ameaçados por Atlas.

Um momento eterno passou.

Então River levantou a cabeça.

Os olhos vermelhos apagaram a selvageria por um instante, e algo humano, cansado, destruído, mas vivo, brilhou ali dentro. Ele virou o rosto na direção onde Lyra ainda estava sendo protegida por Caleb e Lua, e por um instante, só um, os olhos vermelhos pareceram suavizar.

Quando o supremo finalmente deu o primeiro passo para longe do corpo do irmão morto, muitos lobos recuaram instintivamente. Não de medo, mas de respeito.

Ele havia encerrado um capítulo que durara mais de 700 anos em sua vida… Seu último parente de sangue antes de sua filha estava morto, ele mesmo o havia matado, para proteger os seus. Sentia que o destino era injusto se lembrava dos dois garotos correndo na mata num tempo em que aquele desfecho não seira sequer cogitado ou imaginado.

“Espero que encontre a paz, irmão…”, pensou, olhando para o corpo de Altas uma última vez. “Porque a paz em meu mundo só foi possivel com sua morte…”

River parou no centro do campo, ergueu o rosto para o céu e soltou um rugido tão profundo que fez o solo tremer. Era um rugido de dor. De vitória. De luto. De renascimento.

Quando terminou, o rugido morreu no vento, reverberando pelos penhascos.

Então o corpo dele começou a encolher.

A transformação foi lenta, pesada, como se cada osso estivesse cansado demais para mudar de forma. As patas retraíram, o pelo negro começou a sumir, a coluna se contorceu e diminuiu, os músculos perderam o volume monstruoso.

Quando finalmente terminou, River caiu de joelhos no chão, humano outra vez.

Estava coberto de sangue, o próprio e o de Atlas. O peito marcado por cortes longos, as veias saltadas no pescoço denunciavam o esforço absurdo que tinha feito para resistir à magia e lutar contra o irmão. Mas mesmo ferido, mesmo mancando, mesmo exausto, ele parecia maior do que qualquer rei que as montanhas já tiveram.

Ele era o supremo.

E ele tinha vencido.

Respirando com dificuldade, River se levantou. O vento frio balançou seus cabelos escuros, sujos de sangue. Ele olhou ao redor, para todos os lobos congelados no campo, esperando, temendo, o que ele diria.

Então ergueu o queixo.

A voz dele saiu rouca, baixa, mas profunda como trovão.

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