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Rejeitada: A Luna do Alfa supremo romance Capítulo 190

A névoa verde demorou uma eternidade para baixar.

Pelo menos foi assim que pareceu para Lyra.

Ela sentia o gosto metálico de magia queimada na língua, os pulmões ardendo, como se tivesse respirado fogo, não fumaça. A visão piscava em manchas escuras e esverdeadas, o som do campo de batalha parecia distante, abafado, como se ela estivesse submersa em água gelada.

Mas, pouco a pouco, o mundo foi voltando.

Primeiro, o cheiro.

Sangue. Pelos queimados. Terra revirada. O fedor podre da magia de Atlas misturado ao perfume familiar que enchu seu coração de amor, o cheiro dele.

River.

Quando a névoa se abriu de vez, como um véu rasgado, Lyra viu.

O supremo.

O corpo colossal se erguia acima de todos os outros lobos, uma sombra gigantesca recortada contra o céu agora cinzento. O pelo escuro, manchado de sangue, parecia absorver quase toda a luz que batia contra ele. As garras ainda pingavam vermelho. Os olhos, antes verdes e dentes agora pulsavam no vermelho que Lyra conhecia que amava.

A luna tentou se mover, mas o corpo de loba prateada não respondeu de imediato. O flanco ardia, as costelas pareciam ter sido pisoteadas por um trem. Cada respiração vinha rasgando, curta e difícil. Mesmo assim, ela ergueu um pouco a cabeça, ofegante, e encontrou o olhar do monstro.

Não era mais um monstro.

Os olhos vermelhos de River estavam ali.

Inteiros.

De volta.

O supremo respirou como um animal selvagem, o peito subindo e descendo com força, vapor quente escapando pelas narinas enormes. Por um segundo, ele pareceu desorientado, como alguém que acorda de um pesadelo longo demais. O olhar varreu o campo, encontrou corpos, sangue, lobos seus caídos, lobos de Atlas ainda lutando, o solo manchado de vermelho. Depois, como se tudo tivesse sido varrido da mente dele em um único impulso, os olhos voltaram para um único ponto.

Lyra.

Um som rouco saiu da garganta dele, um guincho baixo, torturado, que fez os pelos da nuca dela se arrepiarem. River deu um passo à frente, depois outro, até que a sombra enorme dele a engoliu inteira. Lyra sentiu a mistura de terra e neve afundar um pouco quando as patas gigantescas dele se plantaram ao lado dela, firmes.

Ele ergueu o focinho para o céu.

O uivo que saiu dali pareceu rasgar o mundo.

Não era um uivo de comando, nem de submissão. Era um uivo de fúria e dor, de alguém que tinha sido quebrado e forçado a assistir tudo por dentro. A vibração atravessou o corpo de todos, lobos recuaram instintivamente, raposas encolheram e até as bruxas interromperam os cânticos por um segundo.

Lyra sentiu o uivo passar por dentro dela, como se os ossos estivessem vibrando na mesma frequência. A marca no pescoço queimou de novo, mas agora não era dor, era apenas o vinculo deles se restabelecendo.

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