No outro dia, lá estava eu acordando cedo novamente. Enquanto preparava o meu café, rapidamente, percebi que mamãe também tinha acordado cedo, embora vovó continuasse dormindo.
– Bom dia, mãe! – Disse alegremente. Eu gostava de trabalhar, isso era fato. Mamãe me retribuiu o seu sorriso, parecendo feliz por me ver feliz também, enquanto respondia:
– Bom dia, Sarinha. Andou ontem o dia inteiro fora, onde estavas? – Ela me perguntou curiosa. Estava fazendo uma tapioca na frigideira e virei-a antes que queimasse o fundo, enquanto a respondia:
– No novo restaurante. Começando a dar uma olhada, treinando receitas. Para quando chegar a inauguração, estar tudo perfeito. – Respondi e já emendei: – Quer uma?
– Não, não, obrigada. – Mamãe sorriu. – Você sempre prevenida para tudo, não é mesmo querida? – Perguntou mamãe. Coloquei a tapioca num prato enquanto me sentava na bancada da minha cozinha. Dei de ombros. Eu nunca me toquei do quanto era prevenida. Apenas era assim desde que me entendia por gente.
– Uhum. – Respondi enquanto dava uma mordida na minha tapioca. Mamãe parecia estar alheia ao que eu fazia.
– Eu vou ter que voltar e deixar a vovó aqui, Sara. – E foi assim que minha mãe jogou a bomba. Instantaneamente, aspirei um pedaço de tapioca e comecei a tossir freneticamente enquanto tentava entender a informação que recebia.
Não que eu tivesse problema com vovó aqui, estando comigo, mas o problema era porque mamãe precisava fazer isso, ou porque eu precisava passar por isso. Não era possível, devia ter alguma explicação. Mamãe me ajudou, dando batidinhas nas minhas costas e esperando pacientemente até que eu melhorasse para, logo em seguida, me explicar o que até agora pouco tinha dito.
– Vou ajudar suas tias com a arrumação da fazenda para o recebimento de toda a família. Vovó não poderá fazer muitos esforços depois da cirurgia, fora que vai estar momentaneamente cega, sem enxergar direito. Vou precisar que você ajude vovó levando ela na cirurgia. Somente isso, querida. Sabe que vovó sabe se virar bem. Enquanto isso, vou ter que retornar. Entende? – Ela pergunta jogando já a bomba em mim. Só isso. Só levar vovó na cirurgia. Nada demais.
– Sim. – Respondo suspirando. Não podia dizer não para a minha mãe. – Pode ir despreocupada, mãe. Eu cuido da vovó para esse sentido. – E mamãe concordou.
– Vou embora ainda hoje, filha. Vou ver se ainda tem passagem. – E eu concordo. Dou um longo abraço em mamãe enquanto me despeço momentaneamente. Nos encontraremos na reunião de família. E disso, tenho tamanha certeza.
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O dia que mamãe foi embora passou tranquilamente. Vovó faria a cirurgia dela dali dois dias e depois, alguns dias depois, passaríamos o fim de semana na fazenda. Portanto, eu ainda teria mais um dia para trabalhar nos meus pratos.
Seu Arnaldo me deu a chave, a cópia, e o dia que mamãe viajou, pude ficar o dia todo, até tarde, trabalhando. No outro dia poderia fazer o mesmo. O dia passou rápido, de forma que no outro dia, ali estava eu, novamente, pronta para mais trabalho.
Bom dia chuchu! Vou ter que fazer uma viagem de urgência e só volto na quinta. Será que dá para mesmo assim ir visitar sua família? Recebi quando mal tinha acordado. Era Alexander.
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