Sal, Pimenta e Amor(Completo) romance Capítulo 31

As pessoas já estavam tirando suas comidas quando retornamos. Continuavam conversando alheios a nossa presença e conseguimos sem muitos problemas tirar a nossa comida também. Eu e Alexander sentamos no chão, um do lado do outro e passamos a comer calmamente a nossa comida enquanto ninguém nos enchia.

– Mas me diga, Sara... – Disse Susana novamente entre garfadas. – O Ale aceitou facilmente essa sua neura por limpeza? – Perguntou Susana e todos começaram a rir, achando graça. Olhei Alexander que tinha a atenção voltada para mim. Ele balançou a cabeça positivamente, como se dissesse que eu tinha o aval dele e eu sorri tentando agora mudar o jogo.

– Mas é claro Susana. Mas não se preocupe, se eu encontrei o Ale que aceita minha neura por limpeza, você claramente encontrará um homem também que entenderá sua neura por pés. – E eu mal terminei de dizer isso todos caíram na gargalhada concordando. Até tia Marilene deu batidinhas nas costas da Susana como se concordasse que isso fosse possível.

– O que você... – Começou Susana e seu rosto foi tingindo-se de vermelho forte. Mas acabou que ela não disse nada, pois tia Marilene acabou falando:

– Mas você tem sorte, Sara. Um homem aceitar que você não cuide dos filhos, da casa, só fique trabalhando. – Disse titia e Alexander que acabou falando:

– O que posso fazer? Sara fica irresistível num avental. – E todos começaram a rir novamente, o clima, finalmente mudando agora que Susana não conseguia mais abrir a boca.

Aparentemente tudo estava começando a mudar agora que eu tinha me imposto mais. Talvez todos estivessem com medo de que eu falasse os podres deles na frente do Alexander e agora todos estivessem fingindo uma postura agradável e tranquila só para isso.

Ao menos eu estava feliz, pois não haveria mais ninguém me enchendo o saco, assim eu esperava, perguntando um monte de coisas que não dizia respeito a nenhum deles. Talvez Alexander estivesse me ensinando algo, afinal.

O dia passa tranquilamente e cada vez mais tios e tias e primos chegam. A casa vai ficando cada vez mais cheia, pois o outro dia, como desfecho da reunião de família, haveria uma pequena festinha que se fazia em homenagem ao aniversário da vovó.

À noite, dormi cedo. No entanto, a noite não foi nada agradável como presumi que seria depois do dia agradável que eu tivera. Eu estava andando pela fazenda, calmamente, mas então quando eu viro para trás ali está Ana, a mulher da cozinha que tinha me prometido um monte de coisas ruins.

Havia um sorriso sanguinário nos lábios dela e um facão de peixe. Eu começo a dar passos para trás para fugir dela, mas ela segue na minha direção com a faca. No entanto, não é em mim que ela enfia a faca, mas em Alexander que aparece no último segundo. Eu grito algo como um não, mas a cena agora é só sangue escorrendo para todo canto e eu acordo suando frio numa noite escura na fazenda.

Levanto a cabeça tentando fugir da escuridão que é presente, mas só há mais escuridão, o que começa a me dar uma leve falta de ar. Eu quero luz, quero me levantar, mas só vejo entre lágrimas escuridão sem fim. Ainda estou meio confusa, pois sei que estou na fazenda, mas não sei exatamente onde estou. O medo de que Ana esteja ali se faz presente, pois ainda não consigo distinguir se isso é sonho ou realidade.

– Sara? – Ouço a voz de Alexander enquanto ele levanta a cabeça ainda meio atordoado também. – O que aconteceu? – Ele pergunta, mas eu não sei exatamente o que dizer e acabo fazendo a pergunta mais estúpida de todas:

– Isso é um sonho? – Alexander ainda está envolto pela escuridão e eu começo a temer que ainda seja um sonho. Mas percebo que a pergunta é idiota, pois mesmo que seja um sonho, Alexander diria que não é.

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