Resumo do capítulo Capítulo 37 do livro Sal, Pimenta e Amor(Completo) de Diana
Descubra os acontecimentos mais importantes de Capítulo 37, um capítulo repleto de surpresas no consagrado romance Sal, Pimenta e Amor(Completo). Com a escrita envolvente de Diana, esta obra-prima do gênero Romance continua a emocionar e surpreender a cada página.
– Se sujou, Sara? – Perguntou Ale e eu meneei a cabeça concordando enquanto pegava a minha bolsa e decidia que ia sair dali.
– Sim. Acho que não vai dar mais para almoçar com você, Ale. Eu preciso trocar de roupa e ainda tenho que desfazer a minha mala. – Menti, pois eu já tinha feito isso no dia anterior. Ale concordou com a cabeça.
– Tudo bem. Eu te dou uma carona até em casa. Mas antes, deixe-me contá-la o que houve com meu pai. – Concordei. Na verdade, eu já nem escutava Ale direito, a agonia me sorvendo por inteira, mas eu não podia deixar isso tão na cara. Ale perceberia que eu tinha mexido nas suas coisas se eu transparecesse isso e aí sim eu não conseguiria terminar de ver aquelas folhas. Dei meu melhor sorriso falso, ainda que não estivesse afim.
– Sim, claro. – Disse e Ale concordou sentando na cadeira onde outrora eu estava sentada. Desviei meu olhar dali, pois não queria dar indícios de ficar olhando para aquela gaveta, fazendo-o perceber o quanto eu estava encucada.
– Meu pai teve um começo de infarto, que pode ser tratado. No entanto, ele está em observação. Meu pai não é de fazer muitos exames médicos e, com esse susto, o médico fez uma bateria de exames. Infelizmente, os exames acusaram algo mais grave. Aparentemente, meu pai está com um câncer no intestino e ele precisa agora se cuidar. Ele acabou se afastando do Le monde e adivinha, Sara? Eu agora sou o dono das Le Monde Falcão. Meu pai está para terminar de me transferir tudo hoje. – Disse Ale e eu concordei com a cabeça.
A verdade é que eu não estava ouvindo nada, tampouco prestando atenção direito se ele era dono disso ou daquilo. Ele parecia ter ficado animado com seu novo cargo, o que só me fazia pensar se Ale não era o tipo de pessoa que usava os outros e não se preocupava com ninguém. Pelas minhas suspeitas, sim.
– Que bom para você Ale! – Disse, mas tenho certeza que pareceu falso. Ale estava sorrindo, radiante, e eu dei um passo para trás, instintivamente, quando ele andou na minha direção. Ele então parou também e franziu o cenho. Mas que droga, será que ele havia percebido alguma coisa?
– Tudo bem Sara? Eu não estou com o Dobby aí, mas pode deixar que mais tarde eu deixo ele lá com você e aproveito e pego minha mala com roupas na sua casa também. – Disse Alexander como se o motivo de eu estar assim fosse a ausência de Dobby. Concordei. Fingiria que o jogo era aquele.
– É só que... Fiquei preocupada com vocês dois. Você não me atendia. Mas que bom que tudo está dando certo para você, Ale. – Disse e tenho certeza que a frase suou meio irônica porque, aparentemente, tudo só estava dando certo para o Ale e para mais ninguém. Felizmente, ele pareceu não perceber isso, lançando-me um de seus lindos sorrisos.
– Não precisa ficar mais preocupada, chuchu. Eu estou bem como você pode ver. E logo você verá que o Dobby também. Eu não atendi, pois precisei de muitas reuniões depois disso e estou há vinte e quatro horas sem dormir resolvendo todos os problemas. – Disse Ale e eu voltei meus olhos na direção dele.
Ale estava usando um terno, muito bonito por sinal. Mas, era visível que ele não estava mentindo com a quantidade de olheiras que ele estava. Realmente fiquei preocupada com um sonâmbulo desses andando de carro pela rua. Ale parecia muito cansado.
– Eu vejo. E acho melhor você não me levar para casa. Na verdade, acho melhor você não mais sair de carro. É melhor para você, Ale. Está quase a dormir em qualquer lugar. – Ale deu de ombros.
– Eu ainda tenho mais algumas coisas para resolver, mas depois passo lá para te ver e dormir um pouco também. Realmente estou precisando. Você tem certeza que não quer que eu te espere para almoçar comigo, chuchu? Um dos nossos acionistas estava ansioso para conhecer a minha noiva. – Ale então arqueou uma sobrancelha deixando a entender algo mais que eu não captei. Naquele momento, na verdade, eu só queria ficar longe dele. Pelo menos enquanto eu não sabia o que era verdade que saía da boca dele.
– Acho melhor não. Eu preciso mesmo arrumar lá em casa, já que você vai passar lá. – Digo e me preparo para sair. Não quero sequer uma carona de Ale, para falar a verdade.
– Tudo bem então, chuchu. Sua família está bem? – Perguntou ele. Concordei já me afastando. Para minha surpresa então, Ale me puxou na direção dele dando-me um selinho antes de permitir que eu saísse das suas garras.
Sai em passos rápidos. A verdade é que nem sei ao certo como peguei um taxi, tampouco como vim parar em casa de tão absorta que ainda estava com todos os acontecimentos. Pior do que isso, estava sem fome, meu estomago revirando só de pensar nos papéis que estavam na minha bolsa, apitando como uma bomba relógio.
Não esperei chegar em casa, nem me preocupei com minha neura com sapatos jogados pela casa. Me joguei no sofá enquanto tirava os papéis afoitamente da bolsa e os colocava descuidadamente em cima do sofá. As folhas se espalharam, algumas caindo no tapete da sala, mas tudo parecia mais do que nítido para mim conforme eu analisava-as com cuidado.
Comecei por uma folha escrita e aquilo pareceu dizer tudo o que eu precisava ouvir, ou, pelo menos, ler, para entender porque tinha sido pesquisada por Alexander.
"Caro Alexander,
Com muita relutância, visto que não estou gostando nem um pouco de fazer isso para o senhor, consegui, finalmente, o que o senhor pediu. De todos os entrevistados e observados, de todos os indivíduos que fazem parte da Rede, encontra-se uma que seria a peça perfeita. Talvez haja outras, contudo, com o material disposto abaixo, o senhor poderá entender melhor porque considera-se essa a melhor escolha para o senhor.
Cada vez mais que eu pensava nisso, mais a dor parecia abrir um buraco no meu peito. Havia fotos de Dobby, comigo nele, fotos de alguns dos meus parentes. Fotos de eu trabalhando. E eu só conseguia pensar em como diabos eu tinha sido enganada. De uma forma avassaladora. Além de ter tido a minha identidade completamente invadida. Minha vida exposta de uma maneira que nunca imaginei. Eu sequer conseguia imaginar.
Não sei ao certo quanto tempo fiquei com as folhas ali, coletando com os meus olhos todo e qualquer tipo de informação ali contida. Não sei ao certo quando a dor começou a diminuir e eu parei de chorar, acostumando-me àquelas informações com certo desdém.
No entanto, quando meu telefone tocou, eu soube que precisava dar uma desculpa para Ale não aparecer no meu apartamento, pois eu sabia que não conseguiria o olhar. Não sem revelar tudo. Aquele dia estava sendo perfeito para isso. Além disso, eu ainda estava suja do chocolate, sem me preocupar com isso, embora agora quisesse muito um banho.
– Chuchu? – Ouvi Ale falando e aquilo me parecia tão falso que eu tive que engolir minhas palavras junto. – Quer que eu te leve alguma coisa? To saindo do trabalho agora. – Neguei com a cabeça, embora ele não pudesse ver.
– Na verdade... – E minha voz saiu mais rouca do que imaginei que sairia. – Só acho melhor você não vir. Por favor. Tomei um remédio para dormir. Estou com muita dor na barriga. – Disse e Ale ficou alguns segundos em silencio no telefone antes de me responder:
– Tem certeza de que você não quer que eu vá aí cuidar de você? – Ele perguntou e sua voz parecia preocupada. Eu já não sabia mais dizer. Tudo parecia algo. Eu já não conseguia distinguir quando Ale estava sendo verdadeiro.
– Não. Eu só quero dormir. – Respondi curtamente o que fez Ale concordar, aparentemente tentando respeitar meu espaço.
– Tudo bem chuchu. Qualquer coisa estou aqui, ok? – E eu concordei com um fio de voz, pois não sabia se aguentaria mais falar com ele sem o xingar por brincar a tal ponto com o meu coração. Maldito coração idiota.
Mas ele logo desligou e isso me foi um alívio. Joguei o telefone para um canto, ainda tentando aguentar o buraco que se expandia no meu peito e me levantei do sofá. Precisava de um banho urgente. Não somente para lavar meu corpo, mas também para lavar a minha alma. E todas as lágrimas que porventura quisessem ser lavadas junto também.
Comentários
Os comentários dos leitores sobre o romance: Sal, Pimenta e Amor(Completo)
Esse livro é certamente o melhor que eu ja li aqui no site,pelo titulo achei que ia ser picante mais fiquei feliz ao perceber que não teve sexo no contexto....