Resumo de Capítulo 45 – Capítulo essencial de Sal, Pimenta e Amor(Completo) por Diana
O capítulo Capítulo 45 é um dos momentos mais intensos da obra Sal, Pimenta e Amor(Completo), escrita por Diana. Com elementos marcantes do gênero Romance, esta parte da história revela conflitos profundos, revelações impactantes e mudanças decisivas nos personagens. Uma leitura imperdível para quem acompanha a trama.
As vezes eu fico pensando em como a vida pode nos ser surpreendente. Meu coração ainda doía muito depois do que eu tinha visto, mas nunca mais ouvi falar de Alexander depois disso. Era como se de repente ele tivesse desaparecido.
Muito embora a minha curiosidade continuasse muito forte. Afinal, como será que ele estava depois de tudo o que ocorrera? Eu torcia para que ele estivesse bem. Não queria que ele voltasse ao que ele tinha estado.
O restaurante continuava indo bem, embora o tempo passasse. Aninha e eu já tínhamos juntado um dinheiro para comprar um carro bem barato para não ficarmos precisando de uber. E a vida seguia enquanto eu já começava a aceitar a ideia de que talvez eu não tivesse sido feita nessa existência para ter alguém.
Mas tudo bem. Eu aceitava esse fato.
Mamãe e Vovó pareciam muito felizes que eu e Aninha tínhamos nos acertado, na medida do possível, e que íamos tocando o nosso negócio da melhor forma que podíamos. Na verdade, até nós duas não demos créditos que teríamos o lucro que estávamos tendo e a forma como estávamos sendo reconhecidas. Era algo que gostávamos muito de ver, já que estávamos nos empenhando o máximo possível para fazer o Dobby dar certo.
Infelizmente, cada tempo que passava, mais distante ficava a ideia de Dobby voltar. Afinal, o carro que compraríamos seria ainda mais básico do que Dobby era, fora ser metade do preço e Dobby teria que esperar um momento quando eu conseguisse juntar dinheiro novamente e pudesse compra-lo com meu próprio lucro individual. Ou seja, Dobby ia demorar para voltar.
O movimento já começava a diminuir quando vi pela janela de recados que uma pessoa conhecida se aproximava para pedir algo para comer, embora Aninha não soubesse quem era. Sorri diante da imagem de Murilo e abri um pouco mais a janela para que ele me visse enquanto dizia:
– Sentiu minha falta? – E ele ria achando graça enquanto coçava a cabeça.
– Na verdade, vim mais parabeniza-la pelo grande trabalho com Dobby. Vim fazer uma matéria, se você não se importar. Estou devendo a você. – Disse Murilo piscando e eu baixei o olhar, ainda encabulada, pois não sabia se Murilo estava falando da cena de muito tempo atrás, que ocorrera na festa, ou se ele estava falando de agora pouco, o fundo do poço que Alexander foi capaz de chegar. Já não sabia mais do que ele falava. Estava confusa.
– Uma matéria? Estamos fazendo tanto sucesso assim? – Perguntou Aninha com um sorriso bobo de orelha a orelha, o que chamou a atenção de Murilo que passou a se apresentar para a moça.
– Sim, isso mesmo, Senhorita. Chamo-me Murilo, sou jornalista. – Ele disse e Aninha deu uma risadinha boba, que só me fez revirar os olhos, enquanto cumprimentava Murilo com um aceno respondendo-o:
– E eu sou Ana Claudia, a prima da Sara. Mas todo mundo me chama de Aninha. – E ela sorriu ao dizer isso, o que fez Murilo abrir um sorriso também.
– Você não se parece tanto com a Sara. – Ele comentou me olhando de soslaio e eu revirei os olhos porque realmente não podia acreditar que Murilo e Aninha agora estavam conversando sobre mim na minha frente.
– Ah, mas a Sara a gente aprende a conviver. Ela pode parecer meio maluquinha das ideias num primeiro momento, mas ela tem um coração de ouro quando serve para ajudar os outros. – E ouvir aquilo saindo da boca de Aninha só me fez ficar de boca aberta, pois nunca pensei que Aninha fosse capaz de um elogio, ainda mais na frente da pessoa elogiada. Até parecia outra pessoa, como se Aninha tivesse sido abduzida. O que seria uma explicação muito mais plausível do que Aninha estar bem.
– Devo concordar com você. – Ele disse rindo o que me fez arquear uma sobrancelha, fazendo barulho com a garganta para ver se assim eles me notavam e percebiam que eu estava ali. Pareceu dar certo.
– Bom, vou fazer uma entrevista, se vocês não se importarem. – Ele disse e eu neguei balançando os ombros. Por fim, antes de começar, Murilo se aproximou de mim e fez a pergunta que eu não imaginava que ele fosse capaz de fazer: – Você e o Alexander...? – E eu respirei fundo contando até mil para não morrer enquanto me fazia de indiferente na frente de Murilo.
– A gente terminou sim. Mas tudo bem. Sem mágoas, sem problemas. Eu e Aninha como você pode ver estamos muito bem. Até mesmo ela que também terminou um relacionamento. – Disse dando uma alfinetada enquanto arqueava a sobrancelha, porque não tinha me ficado nem um pouco despercebido o olhar que Murilo estava tendo na minha prima. E talvez sair com alguém fizesse bem para ela. Ajudaria ela a esquecer de Jorge. Ao menos era o que eu pensava. Não costumam falar que se cura um amor com outro amor? Eu torcia muito por Aninha e esperava de coração que ela não tivesse o mesmo azar que eu de aceitar a vida ficando para titia.
Obviamente, Aninha sempre me surpreendia cada vez mais.
Eles estavam falando sobre literatura e eu fiquei ouvindo Aninha realmente se esforçando para lembrar alguns nomes de livros que leu. Murilo ficou de prestar alguns livros para ela, dos quais ele parecia gostar mais e ela agradeceu dizendo que esperaria. Depois, quando ele passou a falar do passado, ambos pareceram se darem bem, mencionando relacionamentos passados e o que foi necessário eles fazerem até chegarem onde chegaram. Eu fiquei entretida na conversa deles, mas logo me obriguei a parar de ouvir. Sabia que isso era uma coisa feia e que eu não tinha direito de fazer algo assim.
Eles mereciam privacidade. Então, voltei a minha limpeza de todos os dias e suspirei enquanto limpava com desengordurante pensando novamente no meu algoz romântico: Ale.
Por que sempre que eu pensava em pensar em outra coisa, minha mente insistia em fingir estar numa montanha russa de looping eterno, voltando sempre as lembranças que me faziam ficar mal, cabisbaixa, com uma saudade intensa? Por que não lembrava da grande briga que tivemos? Por que sempre dos beijos? Por que sempre das risadas? Céus, porque sempre daquele pedido tão espontâneo e lindo?
Eu devia ser internada, só pode. Por que eu já estava parecendo uma masoquista, gostando de me ver sofrer com uma coisa dessas. Eu não podia, por mim mesma. Deveria ter algum amor próprio. Suspirei. Infelizmente, eu já não sabia mais quando eu havia perdido o meu amor próprio em algum lugar sombrio do esquecimento, porque eu não tinha mais nem amor, nem carinho, nem nada por mim mesma.
Quando a noite avançou bastante, Murilo ofereceu uma carona para nós e aceitamos. Acho que, na verdade, isso foi só uma desculpa para ele saber onde a gente morava. Desconfio também que ele tenha pego o telefone de Aninha, pois ele em nenhum momento havia pedido e ainda terminou dizendo para Aninha:
– A gente se fala mais tarde. Muito obrigado por tudo. Meninas. – E acho que ele só disse Meninas pelo fato de finalmente naquele momento ele ter percebido a minha presença, só pode, porque até então era como se eu fosse invisível. De qualquer forma, ele agora sabia onde morávamos e, outra: Ele parecia realmente compenetrado na minha prima, tal como ela também, conversava com ele com uma naturalidade que até então eu nunca tinha visto igual. Eles realmente pareciam um par perfeito. E eu realmente ficaria muito feliz se acontecesse de isso acontecer e Aninha ter a chance dela de ser feliz. Com todos os problemas, que é claro que um ser humano os tem, Murilo parecia ser uma pessoa pacata e que faria um ótimo par para Aninha, pois parecia fiel e compreensivo, o que acho que devia ser o que ela mais precisava naquele momento. E Murilo parecia ter isso de sobra, o que me fazia cogitar a ideia de que Talvez no futuro eu pudesse vê-los juntos namorando, ou, quem sabe, até algo mais. Vai saber. Tudo é possível.
Mas eu torcia muito por Aninha e por Murilo.
Eles mereciam. Contrário do que eu merecia. Nada disso. Só solidão.
Comentários
Os comentários dos leitores sobre o romance: Sal, Pimenta e Amor(Completo)
Esse livro é certamente o melhor que eu ja li aqui no site,pelo titulo achei que ia ser picante mais fiquei feliz ao perceber que não teve sexo no contexto....