Embora as visitas à mansão fossem raras, na maioria das vezes, Nicole evitava passar pelo hall de entrada ou pela enorme sala de estar. A luxuosa decoração clássica tinha um mobiliário antigo com molduras rebuscadas e um belo espelho dourado acompanhado por estatuetas de porcelana e um abajur antigo.
Nicole contemplou a escada curva e sentiu um arrepio na espinha. As pálpebras inferiores e tensas observavam os degraus de madeira com a base reta. Ela colocou a mão no corrimão dourado, o coração palpitou diante da sensação de impotência.
― Eu não consigo! Quero ir para minha casa. ― Levou a mão à boca e encostou-se contra o peito de Alexander.
― Está tudo bem! Ei, eu estou aqui! ― O dedo esguio levantou o rosto dela. ― Olha pra mim! Ninguém vai machucar você, eu prometo! ― Ele a apertou forte contra o peito.
Aos poucos ele a assegurava que estaria sempre por perto e a convenceu a subir um degrau por vez. Durante o tempo em que o acompanhou pela escada até o segundo andar, ele lembrou das broncas que Rosa dava todas às vezes que ele escorregava pelo corrimão na infância.
― Você era peralta. ― Deu mais alguns passos no carpete no corredor. ― Tia Joanna tinha trabalho com você.
― Você está melhor? ― Mudou o rumo da conversa.
Ele parou diante da porta branca com maçaneta dourada e abriu a porta.
― Um pouco!
Nicole olhou para a suíte e sentiu-se pequena diante do ambiente luxuoso.
― Posso ficar no quarto de hóspedes ou dormir com Alex. Isso tudo é... ― ela apontou para luxuosa suíte ― um pouco demais pra mim.
― Vamos ficar aqui até eu comprar a nossa casa.
Alexander atravessou a porta e a conduziu para dentro do quarto, retirou a blusa enquanto falava dos imóveis que colocou à venda na França.
― Mas eu já tenho uma casa!
― Sua casa é pequena e precisa de uma reforma urgente. Eu quero dar conforto a vocês.
Nicole se ajeitou na poltrona com estofado estampado em arabesco. Nenhum conforto traria a paz que tinha em sua humilde casa.
Ele se inclinou e apoiou as mãos nos braços da poltrona, a fragrância amadeirada de Alexander hipnotiza.
― Me perdoe! ― A voz soou rouca e provocante. ― Eu só quero o melhor pra nossa família! ― Ele insistiu.
Roçou a ponta do nariz ao lado do pescoço e passou a língua até a orelha.
― Eu preciso de você ― murmurou, a voz cálida perto do ouvido.
Colocou a mão no rosto de Nicole e acariciou a pele lisa. Examinou o belo rosto com um olhar tão belo e, ao mesmo tempo, tão vulnerável. Um desejo enorme de protegê-la tomou conta dele. As línguas se fundiram em um beijo apaixonado, traçou o contorno dos lábios sensuais e penetrou-lhe no interior da boca.
O corpo cedia aos impulsos mais primitivos de Alexander, clamava para senti-lo no ponto quente e sensível. As mãos dele a pegaram com firmeza e deitaram sobre a cama.
Um fogo lento corria solto nas veias, incendiava de lascívia e fazia esquecer toda a insegurança. Expôs os seios firmes assim que ele tirou sua blusa por cima dos ombros macios. Arqueando o corpo em cima da cama forrada por um lençol de seda, ofereceu os mamilos rijos aos lábios ardentes. Alexander percorreu com a ponta dos dedos, em carícias lentas e arrancou-lhe os gemidos.
Ele puxou o short devagar enquanto depositava beijos das coxas até os pés. Brandiu as pernas e aproximou o rosto ao meio das coxas. Tirou a calcinha, e deslizou a língua num movimento torturante. O corpo remexia-se com as carícias da língua habilidosa enquanto ele enterrava o dedo.
― Seu cheiro é delicioso! ― Os beijos subiam da barriga ao pescoço.
Alexander se livrou da bermuda preta que ainda o cobria. Deitou-a de lado, massageava-lhe os seios e beijava-lhe o pescoço. A mão percorreu sua barriga até a parte molhada por entre as coxas. Estava quente e convidativa, pronta para o amor.
― Perfeita! ― Virou-a sobre a cama.
Repousou o corpo sobre o dela e gemeu quando forçou a entrada, impulsionou mais uma vez abrindo o espaço na fenda molhada. Os corpos se movimentavam na agonizante dança do prazer. O desejo aumentava, ele movia-se dentro dele com urgência, os gemidos baixos de Nicole o enlouqueciam, não conseguia parar de amá-la.
Num súbito movimento, colocou-a por cima dele sem se desconectar. Entre os beijos e as leves mordidas, os olhos claros observavam a liberdade com que se movia sobre ele, nenhuma mulher o amou daquela forma. Arfou com uma sensação prazerosa. As mãos firmes de Alexander se enrolavam pelas mechas do cabelo forçando-a a olhar para ele.
― Você é minha!
Virou os corpos e enroscou as pernas em volta do quadril. Entrou mais fundo nos lábios que o apertavam, os uivos de apreciação na voz rouca ecoavam pela garganta. Se deliciaram no clímax do prazer e se amaram até que seus corpos estivessem saciados. Procurou pelos lábios dela e buscou o ar entre as respirações descompassadas.
Ele afastou alguns fios de cabelos que haviam grudado na face molhada pelo suor. Os olhos claros de Alexander encontraram o olhar amendoado.
― Só minha! ― Mordiscou os lábios ao contemplá-la.
Ambos estavam abraçados e relaxados em meio a calmaria, na escuridão do quarto. Ele abriu os olhos e admirou o corpo que ainda envolvia em seus braços, lá estava a mulher que tanto amava.
Puxou o lençol branco que a cobria, acariciou a cicatriz um pouco abaixo do umbigo e beijou a marca esbranquiçada ao lado da testa. Nicole virou para o outro lado da cama com os ruídos das batidas insistentes na porta.
― Alexander, eu sei que você está aí! ― Louise bateu outra vez. ― Precisamos conversar.
Alexander saiu da cama e colocou a bermuda. Pegou uma blusa de malha preta e foi até a porta enquanto se vestia, mas não abriu.
― Estou ocupado, falo com a senhora mais tarde!
― Não, Alexander, é urgente!
― O que há de tão urgente? ― Espiou pela fresta da porta.
― Alexander, você vai me deixar plantada aqui?
― Espere um minuto! ― Fechou a porta.
Suspirou ao vê-la relaxada por entre os lençóis. Os pés descalços andaram pelo assoalho. Voltou para a porta e saiu.
― O que há de tão sério? ― Fechou a porta atrás de si.
― Podemos falar em um lugar mais reservado?
― Agora não dá, mãe!
― Muito bem! Já que é assim que as coisas funcionam. ― Louise olhou para a porta de madeira branca fechada. ― Talvez a Isabella venha para o jantar. Eu faço questão que a Nicole jante conosco. Tenho certeza que ela vai gostar de conhecer uma de suas namoradinhas da França.
― Já chega, mãe! ― Alexander engoliu em seco, mostrou um certo desconforto. ― Esse assunto não me interessa.
Louise observou o visual bagunçado de Alexander.
― Ah! Tem mais uma coisa, use algum método contraceptivo, por favor! Não arrume outro filho com essa aproveitadora.
Um sentimento de protesto surgiu ao ouvi-la se referir a Nicole daquela forma. Entrou no quarto e bateu a porta.
― Eu posso ficar na minha casa até o casamento? ― Nicole já estava vestida. ― Não quero arrumar mais problemas.
― Não! ― Os olhos claros seguiam os dela. ― Você fica!
― Acho melhor eu ir para a minha casa!
Nicole afastou-se com a fisionomia compungida.
― Vou tomar um banho no quarto do Alex e chamar um táxi para irmos embora.
― Você está me punindo? ― Sentou na beira da cama.
― Não!
― Então, me diga o que está acontecendo? ― Apertou os lábios em um traço estreito.
― Talvez a sua mãe saiba o que é melhor para você.
― Que merda, Nicky! Você ouviu?
― Um pouco. Você pode casar com essa mulher que sua mãe falou.
Alexander levantou da cama e parou de frente para ela, impedindo que saísse. Levantou as sobrancelhas formando uma pequena ruga entre o nariz e a testa.
― A Isabella é apenas uma amiga.
― Uma amiga bem íntima. ― resmungou, a voz baixa.
― Porra, Nicky! Eu não sou perfeito! Eu pensei que você estava casada. ― Confessou com um ar desolado. ― Eu estive com outras mulheres, mas eu mal conseguia olhar no rosto de qualquer uma delas. Era seu rosto que eu via quando eu fechava os olhos.
Saber que Alexander encontrou consolo em outros braços ressentiu-lhe o coração. Ela virou a cabeça para o lado e evitou o contato visual.
― Não tem problema! Eu também tive alguém que gostava de mim. ― O tom embaraçado a impulsionou. ― Ele me levou a um restaurante e depois nos beijamos.
― Se foi o Marcello, então eu não quero saber. ― Ele saiu de perto.
― Claro que não! Foi o primo da Jenny. O doutor Kim, era pediatra do Alex e sempre fazia convites para jantar. ― Nicole acariciou as costas da mão. ― Ele me levou em casa e roubou um beijo, mas eu não estava pronta para um relacionamento.
― Ele foi agressivo com você?
― Não, pelo contrário, foi um cavalheiro.
Olhou de soslaio e o viu encostado contra a penteadeira branca com detalhes dourados. Os braços musculosos estavam cruzados.
― Após jantar com ele, eu mudei o pediatra do Alex e logo em seguida o doutor Kim viajou para a Coreia.
Era difícil imaginar outro homem tocando a mulher que amava. Aquela ameaça perceptível o intrigou. Ele fechou a cara e permaneceu em silêncio.
― A sua amiga vai jantar aqui? ― Ela o encarou ― Sua mãe prefere que você se case com ela.
― Nicky, vem cá! ― ordenou, mas ela ficou imóvel, não saiu da poltrona. A passos largos, Alexander caminhou pelo piso de madeira. ― Não me interessa o que a minha mãe ou qualquer outra pessoa quer. ― Puxou--a pelos braços de maneira que seus corpos se encostaram. ― Eu escolhi você!
Furtou-lhe um beijo e sugou a parte inferior com avidez.
― Espero que esse tal de David não volte tão cedo ― sussurrou contra os lábios dela e mergulhou a língua em um beijo demorado. ― Esta boca é minha! ― Os músculos pressionavam o corpo de Nicole. ― Eu não quero te perder de novo!
As bocas estavam embaladas em uma sinfonia de gemidos e suspiros, não conseguiam se soltar. Apertou as bochechas dela com uma das mãos e mordeu a parte inferior dos lábios. Lambeu em volta e depositou leves beijos.
― Eu amo tanto você! ― Deu um longo suspiro, o coração estava acelerado. ― Nicky, vamos nos casar depois de amanhã. Eu tenho um amigo que é juiz de paz e ele pode nos encaixar em um dos horários.
― Nós fizemos isso da última vez e não deu certo.
― Confie em mim!
― Mas e quanto às testemunhas?
― Vou separar alguns documentos e ligar pra Jenny.
Ele a soltou e abriu uma das gavetas do criado mudo. Pegou uma pasta marrom com papéis organizados e separou alguns documentos.
― Eu vou colocar o Alex na cama. ― Nicole seguiu até a porta.
― Daqui a pouco eu vou lá!
Alexander fez algumas ligações e passou algum tempo falando com Jenny sobre o casamento e em seguida ligou para Thomas Klein, um dos amigos de infância. Eram quase 11 horas da noite quando Alexander desligou o telefone e tirou o relógio de aço cinza do pulso. Ele olhou novamente a hora e estranhou a demora de Nicole.
Preocupado, ele saiu da suíte apressado e foi direto para a nova Alex's Cave. Lá estava ela, agarrada com o filho, não teve coragem de acordá-la. Puxou o cobertor com estampas de morcegos e cobriu mãe e filho que dormiam abraçados na cama em formato de carro.
Em passos rápidos, porém graciosos, Nicole caminhou pelo quarto após colocar o salto scarpin. Sorriu para o espelho e agradeceu a Lana por ajudar a escolher a roupa ideal. Ela usava um look elegante com peças coordenadas, um tailleur lilás e um macacão pantsuit branco.
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