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Um chefe irritante e irresistível (Celia Oliveira) romance Capítulo 110

É madrugada quando o ônibus finalmente estaciona em frente ao resort nas montanhas. A escuridão envolve o local, mas Marina consegue perceber a beleza do lugar.

Sávio se afasta por um momento e, quando retorna, diz sorridente:

— Já peguei a chave do nosso quarto.

Sem demora, ele pega a mala das mãos dela, assumindo a liderança enquanto começa a caminhar em direção a uma pequena trilha, indicando que ela o siga.

Enquanto caminhava em direção aos aposentos, Marina notou que o hotel reservava algo especial. Pequenos chalés independentes, charmosos e rústicos, alinhavam-se ao longo de uma trilha de pedras cercada por jardins bem cuidados.

Sávio caminha em direção a um dos chalés e aproxima o cartão da porta, que faz um curto barulho e depois se abre. Os dois entram, explorando o ambiente com a expressão de fascínio. Havia apenas uma palavra para descrever aquele ambiente — esplêndido!

— Nossa, como esse lugar é elegante — comenta Marina, encantada com o tamanho da cama e dos móveis luxuosos que completavam o ambiente.

— Eu sabia que gostaria daqui. Quando o pessoal do trabalho mostrou as fotos, só pensei em como você se sentiria à vontade nesse lugar.

— Sério, que pensou em mim? — pergunta com os olhos brilhando.

— Eu sempre penso em você, Mari — declara, colocando as malas num canto do quarto e se aproximando dela. — Tudo que faço é pensando em você.

Os dois se acomodam, ligando o aquecedor e depois vestindo roupas confortáveis para dormir. Quando termina de escovar os dentes, Marina caminha para o quarto, encontrando o namorado deitado na cama, mexendo no celular. Quando ele a vê, lança um olhar de desejo.

Ela sente um arrepio percorrer o seu corpo à medida que os seus olhos se encontram com os dele. Seu namorado estava ali, sem medo de expressar seus sentimentos, assumindo que tudo o que fazia era pensando no bem dos dois. Sávio mostrava a todos os momentos o quanto queria um futuro para ambos. Ele a queria para sempre…

Marina se aproxima da cama com cautela.

— Quero ser melhor para você — diz ela, se aproximando mais, sentindo o peito bater acelerado, por conta da hesitação que ainda sente. — Quero corresponder a todas as suas expectativas.

Sem esperar a reação dele, Marina apenas o beija. Essa é a primeira vez que decide tomar uma atitude por conta própria. Se as palavras de Andressa estivessem mesmo certas, queria tirar todas as suas dúvidas de uma vez, queria parar de pensar em Victor e focar apenas no homem que estava à sua frente.

— Mari, minha linda, eu te amo tanto… — Sávio diz, enquanto pressiona seu corpo contra o dela.

— Sávio, eu…

Antes de terminar a frase, uma batida na porta de seu quarto é ouvida.

— Quem será? — Marina se afasta um pouco e questiona com a expressão confusa.

— Vou dar uma olhada — ele diz, se levantando e indo em direção à porta.

Quando Sávio abre a porta, se depara com a sua colega de trabalho. A mesma mulher que estava encarando Marina no ônibus.

Marina se apoia no parapeito da varanda, observando o vale coberto de neblina, como se todo o cenário tivesse sido pintado para aquela manhã em especial. Ela fecha os olhos por um instante, sentindo o frescor da brisa em seu rosto e deixando que aquele momento perfeito a preencha. Ali, sem dúvida, é o lugar mais bonito que já viu.

Antes que se dê conta, sente mãos firmes e calorosas envolverem sua cintura.

— Bom dia, amor! — A voz de Sávio sussurra próximo ao seu ouvido, seguida de um beijo suave em seu pescoço que a faz fechar os olhos, aproveitando o momento.

— Bom dia — responde, virando-se para encará-lo. — Não vi você chegando ontem — comenta, com curiosidade nos olhos.

— Pois é, consegui consertar o aquecedor para a Fernanda, mas acabei demorando um pouco. Quando cheguei, você já estava dormindo, tão linda que não tive coragem de acordá-la — responde com um sorriso suave.

— Fernanda… — Marina repete, como se refletisse sobre o nome. — Ela ficou me encarando durante toda a viagem. Senti até um pouco de desconforto — confessa, sem conseguir esconder o leve incômodo.

— Ah, não liga para isso, amor. Ela só deve estar tentando fazer amizade com você e não sabe muito bem como se aproximar — ele diz, num tom casual, como se fosse a coisa mais natural do mundo.

— Vocês parecem próximos — observa, tentando disfarçar o tom leve de ciúme que escapa em sua voz. — De todas as pessoas que ela poderia procurar para ajudar, foi logo até você.

— Não é nada disso. É só porque ela está no chalé ao nosso lado — explica, rindo levemente. — Com certeza notou que éramos os mais próximos.

Embora Sávio dissesse isso com tranquilidade, Marina sente algo desconfortável, como se houvesse um detalhe importante escondido nas entrelinhas. A naturalidade com que ele fala de Fernanda parece encobrir algo mais, algo que não consegue exatamente identificar, mas que a incomoda.

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