Um chefe irritante e irresistível (Celia Oliveira) romance Capítulo 12

Joana observa Marina de cima a baixo, com um sorriso dissimulado nos lábios, como se estivesse prestes a aplicar uma lição.

— Conheço muito bem mulheres como você, querida — diz Joana, com a voz impregnada de uma doçura artificial. — Jovens, bonitas, ambiciosas… Entram em grandes empresas não apenas para trabalhar, mas para se aproximar de homens como os meus filhos. Rodrigo e Victor são ótimas oportunidades, não acha?

Marina sente o peso das palavras, mas não se deixa abalar. Mantém-se calma, enquanto um brilho cortante acende em seu olhar.

— Ah, senhora Ferraz, que interessante ouvir isso — começa Marina, com um tom educado, mas carregado de uma sutil provocação. — Mas, permita-me esclarecer: eu, de fato, tenho ambições, mas elas não envolvem depender de um homem rico para me auxiliar a alcançá-las.

Joana, surpreendida pela ousadia da resposta, se esforça para manter a pose superior.

— Vejo que você tem bastante confiança. Confiança demais, talvez — replica, forçando um sorriso. — Mulheres na sua posição geralmente buscam caminhos mais rápidos para alcançar o topo, e meus filhos são… atalhos tentadores, não são?

Marina abre um sorriso, desta vez mais franco, mas com um toque afiado.

— Acredito no poder do trabalho duro, senhora Ferraz. E, se eu quisesse atalhos, posso garantir que procuraria algo muito mais interessante do que seus filhos.

Os olhos de Joana se estreitam e a irritação cresce, apesar de seu esforço para manter a compostura.

— É uma pena que pessoas da sua classe confundam ambição com insolência — devolve-a, com o tom agora mais ácido.

Marina ergue as sobrancelhas, deixando o sorriso provocador ainda nos lábios.

— E é uma pena que algumas pessoas confundam uma mulher determinada com alguém desesperada — responde ela, com serenidade. — Eu não estou aqui para conquistar o coração de homem nenhum, senhora Ferraz. Estou aqui para conquistar meu espaço. Se isso assusta, talvez o problema não esteja em mim.

Joana, agora visivelmente irritada, fala com frieza:

— Cuidado com suas palavras, menina. Este mundo não é para qualquer um.

Marina se inclina levemente para frente, com um brilho desafiador em seus olhos.

— Ah, não se preocupe. Estou perfeitamente ciente de que este mundo não é para qualquer um. E é exatamente por isso que trabalho duro todos os dias, para merecer estar aqui. Prefiro ser reconhecida pelo que faço, não pelas coisas que as pessoas presumem a meu respeito. Títulos e nomes podem se perder, mas talento e determinação? Esses, ninguém tira.

Joana aperta os lábios e seus olhos agora são uma fina linha de frieza.

— Veremos, querida. Veremos — murmura, tentando manter o controle.

Marina inclina levemente a cabeça, deixando um último sorriso tocar seus lábios.

— Sim, senhora. Veremos.

— Pode se retirar, Marina! — ordena Victor, percebendo que a tensão só aumentaria se a conversa continuasse.

Ele sabe que intervir apenas pioraria as coisas e decide que é mais prudente lidar com cada uma separadamente.

— Com licença — diz Marina, saindo sob o olhar condenatório de mãe e filho.

Assim que Marina sai da sala, Joana se levanta bruscamente e começa a andar de um lado para o outro.

12: Indiretas e diretas 1

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