Um chefe irritante e irresistível romance Capítulo 121

Após um banho, Victor se deita em sua cama, sua mente está agitada com pensamentos sobre Marina. Ele havia planejado tudo para a noite, reservando um quarto em um hotel cinco estrelas e organizado uma noite romântica com todos os detalhes. No entanto, algo ainda parecia incompleto. Tentando relaxar, ele se vira de um lado para o outro, mas a lembrança das palavras duras que a mãe de Marina lançara à filha pelo telefone se torna uma espinha dorsal de incômodo.

“Se ela pôde dizer aquilo por telefone, imagina o que mais a loirinha deve ter ouvido quando chegou em casa.”

Victor queria ligar para ela, dizer que estava ali para qualquer coisa, mas a verdade é que não sabia exatamente como a ajudar. Sem conseguir descansar, ele se levanta e começa a caminhar pela casa, em busca de algo que o afaste daquela inquietação. Quando chega à sala, encontra Rodrigo, que nota sua expressão agitada.

— Está tudo bem? — pergunta, lançando-lhe um olhar curioso.

— Não, as coisas não estão nada bem, e isso está me irritando — admite, com um nervosismo contido.

Rodrigo levanta as sobrancelhas e um sorriso zombeteiro surge.

— Sério mesmo que está admitindo que algo te afeta? Não me diga ser devido a uma mulher — provoca. — Você sabe que esse é o único campo que ainda não aprendeu a dominar.

Victor o encara, incomodado.

— Não zombe de mim. Posso ter qualquer mulher que eu quiser — rebate com firmeza.

Rodrigo sorri, dessa vez mais sério.

— Claro, você consegue atrair qualquer mulher para uma noite. Mas… sabe o que fazer no dia seguinte? — questiona.

Aquilo ressoa fundo em Victor. O irmão tinha razão em uma coisa: Victor conhecia todas as armadilhas para seduzir e conquistar uma mulher, mas nunca pensara no “dia seguinte.” Ele nunca foi fã de compromissos.

— Ah, vá encontrar outro para encher o saco — responde, tentando sair dali.

— Não precisa ter medo, Victor — continua Rodrigo, num tom mais leve. — Se está gostando de alguém, apenas seja honesto e assuma, não há nada de errado em se entregar ao amor.

Victor finge não ouvir o conselho e deixa a sala, mas as palavras do irmão ecoam em sua mente.

Com o anoitecer, ele pega o celular e manda uma mensagem para Marina, perguntando como estão as coisas em casa. Após um tempo, recebe uma resposta desanimada, e isso o faz ligar para ela sem hesitar. Enquanto escuta a voz dela, percebe o peso das acusações e o quanto a pressão dos pais a deixa emocionalmente desgastada.

Ele sente uma onda de determinação crescer e toma uma decisão. Sem perder tempo, volta ao quarto, toma outro banho para clarear a mente e escolhe um conjunto elegante, mas discreto. Pega as chaves e dirige até o bairro de Marina. Aquilo tudo parecia uma loucura, mas a vontade de resolver a situação de uma vez por todas o impulsionava. Quando toca a campainha da casa dela, sente o nervosismo à flor da pele, mas sua expressão permanece impassível. Após alguns segundos, Daniela abre o portão de ferro e o encara com um olhar hostil, deixando clara a sua desaprovação.

— Estou aqui pela Marina, apenas por ela — declara, com firmeza na voz.

José, que está na cozinha, ouve a voz de Victor Ferraz e caminha até o portão, surpreso com a visita inesperada.

— Que surpresa ver o senhor por aqui, — diz José, com um olhar curioso.

— Podemos conversar por um momento? — pergunta Victor.

Mesmo desconfiado, José faz sinal para que Victor entre.

O silêncio na casa é quase palpável, então decide perguntar:

— Onde está a Marina? — pergunta, visivelmente preocupado.

— Está no quarto — responde Daniela, com um toque de ironia. — Depois de tudo o que aconteceu, deve estar com vergonha de encarar a realidade.

O sarcasmo na voz de Daniela o incomoda, mas ele se esforça para manter a compostura.