Um chefe irritante e irresistível (Celia Oliveira) romance Capítulo 126

Quando sai da sala do filho, Xavier está com os punhos cerrados de raiva. O nervosismo em seu corpo é evidente, e ele sente o sangue pulsar intensamente nas têmporas. A cada passo, procura algo em que possa descarregar sua frustração, um objeto para socar, qualquer coisa que lhe dê algum alívio diante daquele nervosismo insuportável. Ao seu lado, Joana acompanha-o com o rosto pálido e a expressão contorcida de indignação.

— Viu como ele nos tratou? — Joana murmura, seus olhos faíscam com uma mistura de ressentimento e raiva. — Desde o início, eu sabia que aquela praga de garota só traria confusão. Não confiei nela no instante em que a vi.

Xavier apenas acena com a cabeça, enquanto seus lábios ficam comprimidos. A mente dele fervilha com os acontecimentos do dia, mas Joana continua, inflamada, sem perceber que ele já se desligou de suas reclamações.

— Ela é uma interesseira, Xavier. Eu senti isso de longe! — diz, apertando o próprio casaco. — Aquela garota está é de olho no nosso dinheiro, só quer saber de subir na vida, e para isso não se importa em usar nosso filho.

— Sim, eu vi. — Xavier interrompe, com voz cortante. — Mas não se preocupe, isso não durará. Garanto que tudo isso acabará muito em breve.

Ele caminha em direção ao elevador, sem se dar ao trabalho de olhar para a esposa, deixando claro que aquela discussão não o interessa naquele momento. Ainda assim, Joana segue ao seu lado, lançando farpas e reclamações incessantes sobre Marina.

— Dentre tantas mulheres por quem o nosso filho poderia se interessar, escolheu logo aquela que não tem limites e fará o que for necessário para alcançar o que deseja. Está claro para mim que o único interesse dela é o dinheiro do Victor. — Ela respira fundo, aumentando o tom de voz, como se quisesse que todos no andar ouvissem suas palavras. — Ele está totalmente hipnotizado, cego por essa interesseira de origem duvidosa. Será que ela fez alguma magia para o Victor? Ele nunca se interessou em mulher alguma para dizer que queria namorar!

Xavier olha para a esposa de relance, mas está claramente absorvido em seus próprios pensamentos, alheio à enxurrada de queixas dela.

— Xavier! — Joana o encara, franzindo a testa ao perceber a distração do marido. — Está me ouvindo? Em que está pensando?

Ele olha para ela com os olhos sombrios e um sutil tremor na mandíbula, como se estivesse tentando manter o controle.

— Preciso sair — responde friamente.

— Vai mesmo deixar tudo isso sem resolver? — questiona, incrédula, com os braços cruzados em desaprovação.

Xavier solta um suspiro exasperado, a raiva reprimida transforma seu olhar em algo frio e calculista.

— Resolverei isso, Joana — afirma, determinado, mostrando que não admite contestações.

Sem dar chance para a esposa retrucar, ele sai dali, sem olhar para trás. Com passos decididos, atravessa o saguão e, ao sair do escritório, pega o celular e disca para Andressa.

— Me encontre agora — ordena, com voz dura, quase cortando o ar.

Do outro lado da linha, Andressa assente imediatamente, sentindo o estresse na voz dele. Sem perder tempo, ela sai de casa e se dirige até a avenida onde ele costuma buscá-la. Quando o carro se aproxima, percebe a expressão fechada no rosto dele, que mal disfarça a irritação. Assim que entra no veículo, a primeira coisa que escuta é a voz fria e envenenada de Xavier:

— Aquela desgraçada da sua amiga está namorando o meu filho — diz ele, nervoso, suas mãos apertam o volante até os nós dos dedos ficarem brancos.

Andressa o observa em silêncio, engolindo em seco, sentindo o peso daquela situação e, ao mesmo tempo, o medo da fúria dele.

— Preciso acabar com isso logo — ele continua, com o tom mais baixo, quase como um sussurro, mas com uma intensidade perigosa. — No começo, eu só queria afastá-la para salvar minha pele, mas agora é diferente. Agora é uma questão de honra. Não posso, de forma alguma, permitir que essa vadia entre na nossa família. Ele aperta o volante com ainda mais força, enquanto o olhar está perdido no trânsito à frente. — Meu sobrenome não pode ser manchado por uma pobretona sem moral como ela. Não permitirei isso, entende?

Andressa assente, apenas o escutando.

— Acha mesmo que, após ver tudo o que planejei, o Victor vai querer ouvir qualquer desculpa? Será só a palavra dela contra todas as provas que apresentarei. Ele não dará uma segunda chance a ela.

Andressa consente, mas tenta mantê-lo sob controle.

— Mesmo assim, é melhor segurar até sexta, Xavier. Se nos anteciparmos demais, corremos o risco de um erro. Você sempre foi sangue-frio ao resolver as coisas, não é agora que vai perder o foco.

Ele reflete, por um instante, suas mãos continuam apertadas no volante.

— Eu sei, mas não consigo tirar da cabeça a cena dos dois juntos. Sempre soube que ele queria usá-la, mas assumir um namoro? Isso já é demais. E se alguém no círculo da família descobrir, como acham que vão nos ver? — A voz de Xavier soa enojada. — Como um Ferraz poderia namorar uma reles pobretona?

Andressa observa o desprezo com que ele fala de Marina, a sua expressão fica rígida.

— Se você odeia tanto esse tipo, por que resolveu se envolver comigo? — provoca ela, numa tentativa de desviar a conversa para algo mais leve.

Xavier ri, mas seu tom é gélido.

— Porque você é apenas minha amante — responde, sem hesitar, lançando um sorriso cínico. — Ou acha que, se fosse para te assumir publicamente, eu faria isso?

A resposta seca atinge-a em cheio, forçando-a a engolir a amargura, mas ela mantém o semblante firme, evitando transparecer qualquer desapontamento.

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