Um chefe irritante e irresistível (Celia Oliveira) romance Capítulo 132

Quando chegam ao apartamento, Marina percebe que Andressa parece ligeiramente inquieta, lançando olhares rápidos para o celular, como se aguardasse uma mensagem importante.

— Está tudo bem? — pergunta, notando o nervosismo da amiga enquanto ela serve o jantar.

— Claro, amiga, tudo ótimo! — Andressa responde com um sorriso forçado, colocando um prato diante de Marina. — E então, o que quer fazer primeiro? Piscina ou filme?

— Acho que um filme seria ótimo — responde Marina, sentindo um leve desconforto no ar.

— Perfeito! — Andressa responde rapidamente, desviando os olhos para o celular mais uma vez.

Marina observa aquilo, percebendo a tensão nos gestos da amiga, mas decide não comentar. Ela permanece em silêncio enquanto prova o macarrão com camarão, reparando nas particularidades do apartamento. O lugar parece… vazio. Não há fotos, itens pessoais ou qualquer sinal de que alguém realmente more ali.

— Que tal um filme de terror? Ouvi falar de um excelente — sugere Andressa, com uma animação repentina e um tom que tenta soar casual.

— Acho que prefiro um romance — responde, dando mais uma garfada no jantar.

— Você quer romance porque está apaixonada, né? — Andressa brinca, tentando aliviar o clima.

Marina sorri suavemente. Sabia que seu sentimento por Victor ia além de simples atração, especialmente depois de tudo que ele havia feito nos últimos dias. Ele se mostrou romântico, atencioso e protetor, coisas que nunca imaginou esperar dele.

— Acho que sim, estou apaixonada — confessa, corando levemente.

Andressa interrompe sua refeição e a encara, nos seus olhos há uma expressão de surpresa quase cética.

— Sério que você está mesmo apaixonada por Victor Ferraz?

— Sim, acho que estou — responde Marina, sentindo as bochechas queimarem.

— E como isso aconteceu, Mari? — pergunta, parecendo genuinamente curiosa.

Marina reflete um pouco, antes de responder:

— Acho que, ao conhecer um lado dele que eu nem imaginava existir. Victor tem um lado carinhoso e protetor, que me conquistou. Nunca imaginei que alguém fosse me dar tanta atenção e me defender, ainda mais contra a própria família, que é claramente contra o nosso relacionamento — explica, lembrando-se de quando Victor se impôs diante dos pais. — Ver como ele estava determinado em me proteger me deu a certeza de que vale a pena lutar pelo que estamos vivendo.

Andressa torce o nariz, disfarçando, mas um leve tom de desdém escapa em sua próxima pergunta:

— Você acha mesmo que isso tem chance de dar certo? Olha, não é querendo te desanimar, mas Victor vem de um mundo muito diferente do seu.

— Mas o seu namorado também pertence a um mundo diferente do seu e, mesmo assim, deram certo, não foi? — rebate Marina, surpresa com a insinuação.

Andressa engole em seco, desviando o olhar.

— Tudo bem — diz Marina, observando a amiga se afastar.

Assim que Andressa sai do apartamento, Marina sente um impulso irrefreável de investigar. Levantando-se rapidamente, anda de um cômodo a outro. A cada detalhe, uma sensação estranha cresce em seu peito. Ela entra no escritório e estranha a ausência de qualquer objeto pessoal — sem papéis, sem computador, nada que indicasse que alguém realmente trabalhasse ali. Seguindo para o quarto principal, abre o armário e o encontra vazio. Não há roupas, perfumes, acessórios, nada que sugira a presença de um morador.

— Isso não parece certo… — murmura para si, sentindo um peso no peito.

Com receio de que Andressa retorne a qualquer momento, rapidamente se apressa para voltar à cozinha, onde começa a abrir os armários, um a um. A quantidade escassa de utensílios só intensifica o incômodo em seu peito, e uma sensação de vazio e desconfiança toma conta dela. Decidida a esclarecer aquilo, uma ideia audaciosa lhe vem à mente. Com o celular em mãos, ela começa a filmar o apartamento, registrando cada canto, cada detalhe. Suas mãos tremem levemente enquanto seguram o celular, mas ela tenta ser rápida e discreta. Por mais que não queira duvidar da amiga, sabe que precisa mostrar esse lugar a Victor e confirmar com ele se, de alguma forma, conhece o local.

Assim que termina, desliga a câmera e volta para a mesa, tentando parecer tranquila. Espera o retorno de Andressa, mas o tempo passa e sua ausência se estende mais do que deveria. A sensação de que algo está errado cresce dentro dela, como um presságio. Nesse instante, uma notificação aparece na tela do seu celular, chamando sua atenção. Ela desbloqueia o aparelho, e a mensagem que lê a deixa sem fôlego:

“Você acaba de receber uma transferência no valor de cinco milhões de reais.”

Por um momento, sente-se como se o chão desaparecesse sob seus pés.

“Deve ser um erro no aplicativo”, pensa, respirando fundo. Mas, ao abrir a notificação para verificar os detalhes, sua incredulidade só aumenta. A transferência realmente ocorreu — e, para ficar mais perturbador, foi realizada por Xavier Ferraz. O nome na tela parece brilhar como um sinal de alerta, e um frio se espalha por sua espinha. Antes que ela possa entender o que aquilo significa ou esboçar qualquer reação, a campainha toca, quebrando o silêncio opressor do apartamento.

Sentindo o coração disparar, se levanta e caminha até a porta, cada passo é mais hesitante que o anterior. Ela gira a maçaneta lentamente e, ao abrir a porta, se depara com Victor. O olhar dele é intenso, penetrante, quase carregado de um misto de determinação e angústia.

— Victor… o que você está fazendo aqui? — pergunta, com a voz saindo num sussurro nervoso, enquanto uma sensação de urgência cresce em seu peito.

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