Um chefe irritante e irresistível romance Capítulo 156

Já é manhã e o quarto está iluminado por uma luz suave que entra pelas cortinas parcialmente fechadas. Victor está acordado, mas permanece deitado, enquanto observa Marina dormir com a cabeça apoiada em seu peito. A respiração dela é tranquila e ritmada, como uma melodia que acalma qualquer tumulto interno. Seus cabelos estão espalhados pelo seu braço e o rosto sereno transmite uma paz que ele raramente encontra.

Ele se lembra de ontem à noite e das palavras dela: Victor, eu te amo.

A declaração o pegou completamente de surpresa, fazendo com que paralisasse no mesmo instante.

Ao longo de sua vida, já havia conhecido muitas mulheres. Algumas eram atraentes e confiantes, outras mais tímidas, mas todas pareciam seguir um padrão previsível. Palavras como aquelas ditas por Marina já haviam sido usadas contra ele antes, geralmente como desculpas ou artifícios para garantir que ele permanecesse ao lado delas, mesmo sem um verdadeiro compromisso emocional. Contudo, dessa vez, foi algo diferente, por sentir uma vontade enorme de responder o mesmo naquele momento, porém não respondeu… Um peso de culpa se forma em seu peito por não ter tido coragem para dizer aquelas palavras.

Ele a observa em seu colo e a abraça com mais força. Marina se mexe levemente, mudando a respiração por um instante, mas logo volta ao ritmo calmo. Victor não desvia o olhar, cada detalhe dela é gravado em sua mente como se fosse uma obra de arte. Mesmo não sendo do tipo que se deixava levar por momentos como aquele, sentia que com ela era diferente. Tudo com Marina parecia mais intenso, mais real.

Ao lado de sua cama, sobre a pequena mesa de cabeceira, o celular vibra e toca repentinamente, quebrando o silêncio do ambiente. Ele estende o braço rapidamente na intenção de cortar o som para que Marina não acorde, mas é em vão, ela abre os olhos lentamente e o observa.

— Me desculpa — ele pede para ela, que assente e sorri.

— Não tem problema, possivelmente já estava na hora de acordar — responde, se levantando da cama. — Já volto — diz Marina, saindo do quarto.

Enquanto ela se afasta, Victor olha para a tela do celular e vê o nome do detetive que havia contratado para vigiar o pai. Rapidamente, decide retornar a ligação, sentindo que alguma coisa importante poderia estar acontecendo. A chamada toca algumas vezes, antes de Fausto Cambrainha, um dos detetives, atender.

— Bom dia, Fausto — diz Victor.

— Bom dia, senhor Ferraz. Creio que liguei muito cedo — comenta ele, num tom envergonhado.

— Não se preocupe com isso, se me ligou é porque tem algo importante para me dizer — responde Victor.

— Sim, eu tenho algumas novidades — revela o homem. — Desde que começamos a seguir o seu pai, notamos que a vida dele aqui está sendo bem agitada.

Mesmo que o assunto seja sério e delicado, Victor não deixa de soltar um leve riso, sabendo que o pai deveria estar aprontando muito nessa viagem.

— Do quão agitada estamos falando? — questiona intrigado, enquanto arqueia uma sobrancelha.

— Bem, senhor… Ele saiu do avião e foi direto para o hotel, onde uma mulher jovem o aguardava no lobby, aparentemente ansiosa. Os dois se cumprimentaram com um beijo bem caloroso — acentua.

— Você registrou isso, não registrou? — Pergunta, curioso.

— Claro, as fotos já foram enviadas para o seu e-mail — explica o homem.

— E depois, o que ele fez?