Um chefe irritante e irresistível romance Capítulo 164

A expressão nervosa no rosto de Xavier mostra que ele não está nada feliz com a mensagem que leu pela barra de notificação no celular de Andressa. Ele levanta o olhar, com a mandíbula travada e os olhos semicerrados.

— Me responde logo! Quem é Leonel e por que ele quer te ver? — grita, sem se importar se algum funcionário do hotel escutaria.

Sentindo o coração disparar, Andressa se levanta lentamente da banheira, pega o roupão ao lado, veste-o e caminha até Xavier, que está com o celular dela em mãos. Sabe que precisa pensar rápido, por isso, mantém a expressão suave, como se não estivesse nada nervosa com aquela situação.

— Ah, não acredito que ele fez isso de novo! — exclama, bufando como se estivesse verdadeiramente irritada.

— O que você quer dizer com “de novo”? — Xavier cruza os braços, claramente impaciente.

— Leonel é o primo da minha mãe — ela inventa, mantendo o tom casual, mas com um leve toque de cansaço. — Ele vive pedindo dinheiro emprestado ou ajuda para resolver os problemas dele. É um drama atrás do outro. Eu nem atendi as últimas ligações dele, porque sabia que ele ia vir com mais alguma história. Pelo jeito, agora ele está tentando me pegar pelo W******p.

Xavier franze o cenho, ainda desconfiado.

— E por que ele mandaria “preciso te ver”? Parece mais íntimo do que pedir dinheiro.

Andressa revira os olhos, cruzando os braços como se estivesse ofendida com a insinuação.

— Porque ele é assim, dramático e insistente. Provavelmente não sabe que viajei e deve estar querendo ir lá em casa, em busca de ajuda. Ele sempre faz parecer que é o fim do mundo só para me forçar a responder. Da última vez ele me contou uma história de ter ficado desempregado e com contas de casa para pagar. Fiquei com pena dele e emprestei mil reais, porque ele sabe que sou meio mole com essas coisas. — Ela faz uma pausa, depois solta uma risada amarga. — Quer saber? Nem responderei. Não tenho paciência para lidar com isso agora.

— Não gosto da ideia de outro homem mandando mensagem para você — confessa. — Acabe com isso logo e mais — a encara sério. — Não empreste o dinheiro que te dou a ninguém, a não ser a sua família.

— Me desculpe, amor, prometo que não farei mais isso, agora mesmo vou ligar para minha mãe e pedir para ela dar um toque para ele parar de me procurar. Se ele continuar insistindo, eu bloqueio. Problema resolvido. Agora, por favor, vamos mudar de assunto? Estou tentando relaxar.

Xavier encara Andressa por mais alguns segundos, avaliando cada detalhe de sua expressão, antes de relaxar finalmente os ombros. Ele ainda parece desconfiado, mas não insiste.

— Espero que você esteja falando a verdade — diz com uma expressão séria, entregando o celular para ela. — Você conhece muito bem o meu temperamento. Se me trair, eu mato você e seu amante.

Em silêncio, Xavier volta a sair do banheiro deixando-a sozinha. Assim que a porta se fecha, Andressa sente as pernas quase cederem. O aperto em seu peito diminui, mas o nervosismo ainda paira no ar. Ela sabe que Xavier não comprou completamente a história, mas, por ora, escapou da situação. Rapidamente ela pega o celular e envia uma mensagem para Leonel, dizendo que o procurará depois e pede para ele não ligar e nem enviar nenhuma mensagem para ela.

Acalmando os nervos, Andressa sai do banheiro, envolta em uma aura de tranquilidade forçada. Xavier está diante do espelho, ajustando a gola da camisa com precisão. O silêncio no quarto é denso, mas ela não quer o provocar ainda mais. Dirige-se ao armário e começa a escolher sua roupa, tentando se concentrar nos movimentos e afastar qualquer pensamento que a denunciasse.

Quase uma hora depois, os dois estão prontos. Xavier, impecável em um terno preto ajustado, parece o retrato da elegância fria. Andressa opta por um vestido longo e simples, que contrasta com o nervosismo interno que a consome. Os dois caminham até o saguão do hotel, sem trocar muitas palavras, depois entram no táxi.

O restaurante escolhido por Xavier é um local sofisticado, com vista panorâmica para a cidade.

Assim que entram, Xavier guia Andressa até uma mesa estrategicamente localizada próxima à janela. O garçom os recebe com um sorriso cordial, e Xavier comanda a situação com a confiança de quem está habituado a lugares como aquele.

— Escolha o que quiser, Andressa. Quero que aproveite a noite. — Apesar das palavras gentis, o tom dele é firme, quase uma ordem.

Ela assente e sorri, fazendo seu pedido.