Um chefe irritante e irresistível (Celia Oliveira) romance Capítulo 19

Irritado com o modo como o irmão o encara, Victor protesta mais uma vez:

— Pelo amor de Deus! Existem tantas mulheres maravilhosas neste mundo que fariam qualquer coisa para estar comigo, e você acha que eu iria gostar logo da que me irrita?

Rodrigo observa o irmão com um olhar afiado e responde calmamente:

— Talvez seja justamente esse o motivo, Victor. Marina te desafia, e é isso que te atrai. Você está interessado nela porque ela não se curva ao seu jeito.

— Eu não estou atraído por ninguém, que droga! — Exclama, batendo a mão na mesa com tanta força que o som ecoa pela sala. — Já disse que, por mim, essa garota nem estaria mais nesta empresa!

Rodrigo percebe que o irmão está no limite e decide mudar o tom, cruzando os braços e se recostando na cadeira. Ele o alerta com uma voz mais séria:

— Espero que você realmente não esteja interessado nela, porque sabe que isso nunca daria certo. — Victor permanece em silêncio, sentindo o peso das palavras. Sabe o que o irmão quer dizer e concorda com ele. — Nossa família jamais aceitaria uma moça como Marina.

Victor, tentando controlar a irritação, responde com frieza:

— Já disse que não estou interessado nela, não está me ouvindo? Não fale mais absurdos como esses porque a única coisa que sinto por aquela garota é um desprezo que só cresce com o passar do tempo.

— Por que a odeia tanto assim? — A curiosidade de Rodrigo cresce. Sabe que o irmão implica com algumas pessoas, mas a expressão fria que ele faz quando fala de Marina o assusta.

— É inútil saber agora, só digo que se arrependerá de ter aceito-a como sua funcionária.

— Não acredito que isso acontecerá, pois cada dia que passa Marina só se mostra cada vez mais eficiente.

— Sabe-se lá o motivo de mostrar tanta eficiência — comenta com desdém.

Rodrigo sorri levemente, mas muda de assunto.

— Tudo bem, já vi que tem uma opinião formada sobre minha assistente e eu não quero insistir nesse assunto. Me diz, por que você veio aqui? Não acredito que tenha tempo o suficiente para sair do seu escritório para vir falar mal da Marina.

— Claro que não. Vim aqui por outro motivo. Mas quando a vi na entrada, não pude deixar de comentar — Victor balança a cabeça, tentando retomar o foco. — O julgamento do Raul Vilela está chegando, e eu preciso viajar para o Rio de Janeiro.

Rodrigo levanta as sobrancelhas, surpreso:

— Sério? Achei que esse caso demoraria para ir a julgamento.

— Eu também — confirma Victor. — Felizmente, me adiantei e consegui reunir todas as provas da inocência dele. Tenho que ir hoje mesmo para o Rio para discutir com ele a estratégia defensiva que usarei.

— Se precisar de alguma coisa, me avise. Posso providenciar o que for necessário — diz Rodrigo, sempre disposto a auxiliar o irmão.

— Na verdade, eu preciso sim — Victor endireita-se na cadeira, preparando-se para o pedido. — Minha assistente está nas últimas semanas de gestação e não posso arriscar levá-la. Precisarei de uma de suas funcionárias para ir comigo.

Rodrigo sorri de maneira insinuante, como se já soubesse o que o irmão estava pensando:

— Então, você quer que eu libere a Katrina para ir com você? Assim pode unir o útil ao agradável? — brinca, provocando.

— Não, não é isso! — responde rapidamente, visivelmente desconfortável. — Estou indo a trabalho, Rodrigo, há pouco espaço no meu calendário para essas coisas.

Rodrigo ri baixinho, balançando a cabeça.

— Como se eu não te conhecesse, irmão. Sei muito bem que você está envolvido com a minha secretária. Não precisa negar.

— Pelos céus, você vai pegar no meu pé até por causa disso? — revira os olhos, impaciente.

— Não, claro que não — Rodrigo responde com tranquilidade. — Não vou porque sei que você deixou claro para ela que não quer compromisso. E, além disso, ela trabalha para mim há tempo suficiente para saber que nossa família jamais aceitaria que uma simples secretária fizesse parte dela.