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Um chefe irritante e irresistível (Celia Oliveira) romance Capítulo 205

Ao ouvir as palavras da esposa, um sorriso discreto surge nos lábios dele. Então, ele se levanta do chão rapidamente e a envolve em um abraço apertado, deixando transparecer uma emoção genuína.

— Obrigado, meu amor. Prometo que nunca mais vou te decepcionar — diz ele, beijando o rosto da esposa com a reverência de quem contempla algo divino. — Eu sabia que você não iria me abandonar. Tudo isso que está fazendo por mim só prova o quanto você é a mulher perfeita. Vou fazer tudo valer a pena, querida. Tudo! — exclama, com uma alegria evidente de quem conseguiu o que queria.

Joana, no entanto, permanece firme, embora sua expressão denuncie um conflito interno.

— Me solte — pede ela, com a voz baixa. Ela sente que está à beira de ceder aos caprichos do marido, e isso a incomoda profundamente. — Como já disse, não estou fazendo isso por você, Xavier. Estou fazendo para evitar os escândalos que podem surgir daqui em diante.

— Eles não vão aparecer, querida — garante, tentando acalmá-la. — Eu já disse que vou cuidar de tudo. E quando isso acabar, vamos fazer uma viagem, só nós dois, para esquecer tudo isso.

Revirando os olhos chateada com o tanto de promessas que o marido fazia, Joana o encara com o olhar firme.

— Pare de me prometer coisas. Apenas faça o que tem que ser feito — adverte, com um tom cortante. — A única coisa que planejo saber agora é o que pretende fazer.

Tentando se recompor, Xavier dá um passo para trás e olha para a bolsa com o dinheiro que acabara de retirar do cofre. Depois, encara a esposa com seriedade.

— Preciso sair daqui — revela. — A polícia com certeza voltará, e dessa vez, eles terão um mandado para entrar na casa.

— E para onde você vai? — ela pergunta, confusa.

— Preciso encontrar um lugar onde ninguém cogite me procurar, pelo menos até conseguir um bom advogado que me ajude a resolver isso.

Respirando fundo, ela pensa por um momento, antes de sugerir:

— Olha, eu sei que o Victor está furioso com você devido a tudo o que aconteceu, mas talvez eu possa conversar com o Rodrigo. Ele é mais racional, mais pé no chão e menos impulsivo. Talvez possa ajudar.

Xavier balança a cabeça, claramente cético.

— Rodrigo é louco pelo Victor. Você sabe disso. Ele vai ficar do lado do irmão, Joana. Jamais me ouviria. — Sua voz é firme, mostrando o quanto está decidido a não pedir ajuda para nenhum dos filhos, afinal sabia que eles não seriam tão burros quanto a esposa.

Em silêncio, Joana observa o marido por alguns segundos, ponderando, antes de continuar:

— Você se lembra da casa que minha mãe deixou para mim no litoral? — pergunta, num tom neutro, mas decidido.

— Sim, eu me lembro — responde, intrigado.

— Quase ninguém sabe daquela casa — explica, dando um passo para trás. — Vá para lá e fique até conseguir resolver tudo.

Caminhando até a sua bolsa, Joana pega a carteira e retira um de seus cartões. Segurando-o com firmeza, ela o estende para Xavier.

— Fique com o meu cartão — diz, tentando passar confiança na voz.

Xavier observa o cartão com um brilho quase ganancioso nos olhos, como se aquele pedaço de plástico fosse a solução para todos os seus problemas. Ele rapidamente tenta pegá-lo, mas, em um movimento calculado, Joana puxa o cartão de volta antes que ele consiga alcançar. O gesto o surpreende, e ele ergue os olhos para encontrar o olhar sério dela.

— Sim — afirma, já pegando o celular. — Além disso, vou pedir ao motorista que o leve ao aeroporto. Vou providenciar um voo por meio de uma empresa de táxi aéreo. Se você usar o nosso avião, eles podem desconfiar e ligar os pontos. Não podemos correr esse risco.

Observando-a por um momento, ele absorve o quanto Joana está sendo meticulosa e prestativa, mesmo em meio à sua própria indignação. Ele sente uma mistura de gratidão e alívio, embora também perceba o quão frágil é a linha de confiança que ela continua estendendo para ele.

— Você está realmente fazendo tudo isso por mim… meu amor — diz ele, se aproximando para lhe dar um beijo nos lábios.

Virando o rosto, ela rejeita o beijo.

— Não estou fazendo isso por você, Xavier. Estou fazendo isso pela nossa família, pela reputação que lutei para construir e que você quase destruiu. Não confunda isso com perdão.

Engolindo em seco, ele sente a frieza nas palavras dela, mas assente sem contestar. Em silêncio, observa enquanto a esposa faz uma ligação rápida para confirmar os detalhes do táxi aéreo.

— Tudo certo — ela diz, encerrando a chamada. — O motorista estará pronto em dez minutos. Prepare-se e saia sem levantar suspeitas. E lembre-se: não cometa mais erros.

Xavier dá um leve aceno, pegando sua bolsa e o cartão que ela lhe entregou. Quando o motorista chega e tudo está pronto, ele dá uma última olhada para a esposa antes de sair.

— Obrigado, querida… por tudo.

— Apenas vá, Xavier — responde ela, desviando o olhar. — E não me decepcione mais.

Ele sai rapidamente, deixando-a sozinha no meio da sala. Ao fechar a porta, ela finalmente se permite respirar fundo, começando a chorar toda a lágrima que estava segurando.

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