Enquanto caminha em direção ao ponto de ônibus, Marina sente uma raiva crescente queimando em seu peito. Ela está convencida de que Victor fez tudo deliberadamente, apenas para pressioná-la a sair da empresa.
— Ele não vai conseguir. Eu me recuso a deixar que ele me vença — sussurra para si mesma, com passos firmes refletindo sua determinação.
De repente, o som familiar de um motor luxuoso chama sua atenção. O carro de Victor para ao seu lado. Fingindo que não o vê, continua andando com o olhar fixo à frente. Mas o estrondoso e longo barulho da buzina que ele aperta de propósito a assusta, fazendo-a tropeçar e cair no chão, deixando o seu sapato direito escapar do pé.
No carro, Victor observa a cena com diversão mal contida. Ele sabe que o nervosismo dela está no auge, e isso só intensifica sua satisfação.
Rapidamente, estaciona o carro e sai, caminhando em direção a ela, que tenta se levantar.
— Precisa de ajuda? — pergunta, segurando o riso que ameaça escapar.
— Não, eu não preciso de nada! — Marina responde, tentando colocar o sapato de volta, apenas para perceber que o salto está quebrado. — Merda, merda, merda! — murmura para si mesma, enquanto a raiva cresce ainda mais dentro dela.
Sem paciência para lidar com as provocações de Victor, ela tira os sapatos de vez e continua andando descalça pela calçada, deixando-o para trás. Mas Victor, teimoso, não desiste. Ele segue seus passos firmes e rápidos.
A cena seria quase cômica, se não fosse a raiva evidente no rosto de Marina, que está à beira de explodir.
— Espera — ele pede, alcançando-a. — Eu te dou uma carona.
— Não precisa. Vou pegar o ônibus — responde, sem sequer olhar para ele.
— Vai mesmo entrar no ônibus nesse estado? — questiona, com os olhos fixos nos pés descalços dela.
Marina para abruptamente e se vira, com o olhar faiscando de irritação.
— Você está se divertindo bastante com isso, não é? — questiona, com a cabeça erguida e o rosto carregado de indignação.
— Eu não estou sentindo nada — responde Victor, mordendo os lábios para conter o riso, mas o brilho divertido em seus olhos o trai.
— O que você quer? — dispara, carregada de frustração. — Me diz por que está me perseguindo se vamos passar praticamente uma semana juntos?
— Só vim me oferecer para te levar em casa — responde, agora mais sério. — Você precisa de tempo para arrumar suas coisas.
Refletindo por um momento sobre as palavras dele, Marina cede, tentando recuperar seu tom profissional.
— Tudo bem — suspira, cansada. — Vamos logo.
Ela passa por Victor em direção ao carro, sem esperar por ele.
Já dentro, Marina sente o desconforto de sua aparência desalinhada. Os cabelos desgrenhados e um pequeno machucado no joelho, resultado da queda, não ajudam a melhorar o seu humor.
Victor a observa de canto de olho e, por um breve momento, sente um leve peso na consciência. Ele não pode ignorar a culpa pelo que acabou de acontecer.
Silenciosamente, desvia o caminho e para em frente a uma farmácia.
— Eu já volto — diz, saindo do carro e deixando Marina perplexa.
Ela o observa sair, curiosa, e minutos depois ele retorna com uma sacola nas mãos.
Sem dizer nada, Victor abre a porta do passageiro e retira um recipiente da sacola. Marina o encara, confusa, mas antes que possa protestar, ele molha um pedaço de gaze e, com delicadeza inesperada, começa a limpar o ferimento no joelho dela.
— Não precisa fazer isso — diz Marina, sentindo-se estranhamente vulnerável, mas Victor a ignora, concentrado no que está fazendo.
Ele finaliza os cuidados soprando o ferimento e colocando um pequeno band-aid no machucado.
Comentários
Os comentários dos leitores sobre o romance: Um chefe irritante e irresistível (Celia Oliveira)
Muito chateada comprei as moedas , desconta mas não desbloqueia os capítulos, alguém sabe me dizer se o site é sério?...