— O que está acontecendo aqui? — A voz firme de Daniela corta o ar, fazendo com que Sávio solte o braço de Marina de imediato. Ela continua visivelmente abalada pela atitude dele.
— Dona Daniela, a senhora sabia que a Marina vai viajar sozinha com o chefe para outro estado? — questiona Sávio, com o olhar cheio de reprovação pousado sobre Marina.
Daniela franze a testa, surpresa. Até aquele momento, não sabia de nada sobre a viagem.
— Não, minha mãe não sabe porque foi uma decisão de última hora, e eu ainda não tive tempo de contar — explica Marina, desapontada com a maneira como Sávio está lidando com a situação.
— O que ele está dizendo, Mari? — indaga Daniela, agora olhando diretamente para a filha, esperando por uma explicação.
— Vim para conversar com você e o papai mais cedo, mas parece que o Sávio não sabe respeitar o espaço dos outros — responde, com a indignação evidente em sua voz. — Podemos conversar lá dentro, mãe? — sugere, ignorando Sávio.
— Tudo bem — concorda Daniela, em um tom calmo, entendendo que a filha precisa explicar com mais privacidade. — Com licença, Sávio — diz, enquanto se afasta e entra na padaria.
Cruzando o balcão, caminha em direção à escada que dá acesso à sua casa, seguindo a filha. Quando Marina entra no quarto, senta-se na beira da cama, com o peso da situação ainda recaindo sobre seus ombros.
— O que houve entre você e o Sávio? — pergunta Daniela, preocupada com a tensão que acabou de testemunhar.
— Eu não sei… De repente, ele começou a fazer uma cena de ciúmes — responde, ainda perplexa com o que acabara de acontecer.
— E por que ele reagiu assim? Vocês dois estão envolvidos em alguma coisa? — pergunta, com uma pontinha de esperança e curiosidade.
— Não, claro que não — responde, afastando rapidamente qualquer ideia da cabeça da mãe. — Ele simplesmente não gostou quando eu disse que teria que viajar a trabalho para o Rio de Janeiro.
— E quando isso vai acontecer? — sua mãe pergunta, agora mais preocupada.
— Hoje — responde, suspirando. — Foi uma decisão de última hora do senhor Rodrigo. Ele me pediu para acompanhar o Victor, já que a assistente dele não pode ir. E você sabe o quanto levo meu trabalho a sério…
— Sim, sei. Mas como ele te avisa uma coisa dessas em cima da hora? Nem mala temos aqui! — observa Daniela, franzindo a testa.
— É verdade… — Marina reflete, mordendo o lábio. — Vou até a casa da Andressa ver se ela pode me emprestar uma mala.
— Quer que eu te ajude em algo? — oferece Daniela, preocupada.
— Pode me ajudar a arrumar a mala? Ficarei uma semana fora e parece que terei que frequentar o tribunal todos os dias — explica, tentando organizar os pensamentos.
— Vou separar suas roupas mais profissionais e lavar as que estiverem sujas — diz Daniela, já se levantando para ajudar.
— Muito obrigada, mamãe. Obrigada por entender e apoiar — sorri, aliviada por contar com o apoio da mãe.
— Sei que isso é muito importante para você, embora eu fique um pouco preocupada. Mas sei que você já é bem crescida e sabe se cuidar sozinha — responde Daniela, carinhosa.
— Pena que o Sávio não entende isso e já foi tirando conclusões erradas — diz, balançando a cabeça, ainda incomodada com a atitude dele.
— Ele agiu assim por ciúmes, filha. É normal quando se gosta de alguém — declara, tentando justificar a reação de Sávio.
— Seu namorado deve ser um amor para te dar tudo isso — Marina observa, impressionada.
— Você nem imagina. Ele é o homem da minha vida, e eu nem sei o que seria de mim sem ele — diz, sorrindo. Finalmente, ela encontra a mala que procura e a coloca em cima da cama. — Aqui está.
Marina olha para a mala com cuidado e nota que parece muito cara, com as iniciais “V” e “L” estampadas, sugerindo ser uma peça de grife.
— Essa mala parece muito cara… — comenta, hesitante.
— E é — responde Andressa, sorrindo. — É uma Louis Vuitton.
— Eu não posso aceitar algo assim. É muito caro para eu pegar emprestado — Marina diz rapidamente, recuando.
— Não se preocupe com isso. Confio em você, sei que tem cuidado com as coisas — Andressa diz, tranquilizando-a.
— Sim, eu sou cuidadosa, mas e se a companhia aérea perder ou danificar a mala? Eu não tenho como te comprar uma de volta se algo acontecer — diz, ainda nervosa.
Andressa ri suavemente e balança a cabeça.
— De onde veio essa, milhares podem vir. Não se preocupe. Eu me responsabilizo por isso. Leva, sem preocupações.
Marina sorri, grata pela ajuda da amiga, mas ainda um pouco ansiosa com a responsabilidade de cuidar de algo tão valioso.

Comentários
Os comentários dos leitores sobre o romance: Um chefe irritante e irresistível (Celia Oliveira)
Muito chateada comprei as moedas , desconta mas não desbloqueia os capítulos, alguém sabe me dizer se o site é sério?...