Um chefe irritante e irresistível romance Capítulo 220

Os dias se passam, e Victor e Marina encontram um equilíbrio delicado em sua convivência. Decidiram, mutuamente, evitar falar sobre trabalho, conscientes de que o confronto iminente no tribunal seria inevitável. Cada um respeitava o espaço do outro, buscando preservar o relacionamento em meio à tensão crescente.

Apesar da aparente harmonia, ambos sabiam que a sombra do caso pairava sobre eles. O fato de Dona Valquíria ter rejeitado a proposta de acordo sugerida pela AgroTech apenas intensificava o peso da situação. Victor entendia que, para seu cliente, o acordo teria sido uma saída estratégica, mas também sabia que a rejeição era um reflexo da determinação de Dona Valquíria — uma qualidade que Marina parecia compartilhar.

Com o passar dos dias, o caso de Xavier também começava a tomar um rumo mais sombrio. Após semanas de especulações e falhas em comparecer para prestar depoimento, ele desapareceu completamente, levando as autoridades a declará-lo oficialmente como um foragido da justiça.

Joana, que até então mantinha uma fachada de controle, sentia o peso da situação crescer sobre seus ombros. Ela sabia mais do que estava disposta a admitir, mas continuava a proteger o paradeiro do marido, acreditando que o silêncio era a única forma de evitar um escândalo ainda maior.

Enquanto isso, Victor e Rodrigo começavam a desconfiar do envolvimento da mãe. A ausência de explicações claras e o comportamento evasivo dela levantavam perguntas que Joana se esforçava para evitar. Para Victor, especialmente, a situação era um misto de frustração e desconfiança. Ele sabia que o pai sempre teve o dom da persuasão, manipulando palavras com maestria para convencer a esposa a ceder e fazer exatamente o que ele desejava.

O desaparecimento de Xavier não era apenas um problema familiar, mas uma bomba-relógio prestes a explodir, ameaçando arrastar todos os envolvidos para o centro de consequências imprevisíveis.

Numa noite de sexta-feira, após um dia exaustivo no escritório, Victor decide que é hora de mudar a rotina. Ele veste-se casualmente, escolhendo uma camisa de tecido leve e calças jeans bem alinhadas, enquanto olha no espelho com uma expressão de confiança. Desde que ele e Marina começaram a namorar, percebeu que o trabalho e as tensões do dia a dia os haviam impedido de aproveitar momentos de qualidade juntos.

Não houve espaço para passeios tranquilos no parque, nem jantares românticos, e muito menos aquelas noites despreocupadas de conversas e risadas que ele imaginava viver com ela. Tudo parecia girar em torno de responsabilidades e obstáculos, e ele sabia que isso precisava mudar.

Pegando o celular, ele envia uma mensagem para Marina:

“Amor, passo aí em uma hora. O fim de semana será nosso.”

Ele sorri de canto, já imaginando a surpresa no rosto dela. Decidido a compensar o tempo perdido, Victor sai de casa com uma sensação de propósito. Afinal, era hora de mostrar à Marina que, apesar de todas as pressões externas, ela era a prioridade em sua vida.

Quando chega em frente à casa dela, a vê saindo pelo portão. Ela está usando um vestido azul-celeste, leve e solto, que balança suavemente com a brisa da noite e realça delicadamente sua cintura. A simplicidade do vestido contrasta com a beleza natural dela, fazendo com que Victor perca o fôlego por um instante.

Ele desce do carro sem hesitar, caminhando em sua direção. Assim que se encontram, ele a puxa para um beijo, bem ali, no meio da rua, como se nada mais existisse ao redor.

— Você está linda — murmura, afastando-se apenas o suficiente para analisá-la dos pés à cabeça. — Muito linda.

Marina sorri, corando levemente.

— Você diz isso só para me agradar.

Ele balança a cabeça, segurando delicadamente o rosto dela com as duas mãos.

— Não, loirinha. Digo porque é a verdade. Você está deslumbrante, como sempre… desde o dia em que a vi pela primeira vez.

— Achei que havia me odiado quando me viu pela primeira vez — ela brinca.

— Odiei o seu temperamento, não nego. Mas a sua aparência sempre me agradou desde sempre — revela.

Ela solta uma risada baixa, tentando disfarçar a timidez, mas o brilho em seus olhos a entrega. Sem mais palavras, Victor segura sua mão e a conduz até o carro, abrindo a porta para ela com um gesto cavalheiro.

— Pronta para uma noite só nossa? — ele pergunta, sorrindo enquanto observa Marina entrar.

— Com você, sempre — responde ela, com o mesmo sorriso que faz o coração dele bater mais forte.