Quando está prestes a sair do quarto, Marina é surpreendida pela entrada da mãe, carregando uma caixa grande que parece pesar tanto quanto a empolgação estampada em seu rosto.
— Que bom que te encontrei acordada, Mari! — exclama Daniela, já atravessando a porta sem cerimônia. — Olha só o que comprei para você! — diz ela, abrindo a tampa da caixa com um brilho nos olhos.
Apesar da pressa que a domina, Marina sente-se forçada a parar por um momento. A energia da mãe é quase contagiante. Ela se aproxima e olha para dentro da caixa. Seus olhos se deparam com um vestido branco, deslumbrante, todo de seda. Os detalhes delicados e o caimento perfeito são de tirar o fôlego.
— Que lindo, mãe! — exclama, deixando escapar a surpresa que não consegue esconder.
— Então, vista-o agora! Quero ver como você fica nele — insiste Daniela, quase como uma ordem mascarada por entusiasmo.
Marina hesita.
— Faço isso quando voltar, mãe. Estou indo ver o Victor agora — explica, tentando argumentar com suavidade.
Daniela, no entanto, não se dá por vencida.
— Ótimo! — diz, quase triunfante. — Vista-o e vá até a casa dele com o vestido. Tenho certeza de que o Victor ficará encantado ao te ver assim.
— Mas, mãe… — Marina tenta interromper, sentindo a pressa se misturar ao dilema, mas Daniela não dá espaço.
— Sem “mas”, Mari! — corta a mãe, firme. — Olha só a roupa que você está usando agora. Parece uma desleixada. É o seu namorado que você irá ver, não qualquer pessoa.
— Eu sei, mãe — responde, ligeiramente sem graça. — Mas estou indo só para conversar algo rápido.
— Não interessa o motivo! — retruca Daniela, movida por uma firmeza que não deixa margem para discussão. — Não pode ir de qualquer jeito. Apenas o vista.
Marina suspira, percebendo não haver como escapar da insistência carinhosa e determinada da mãe. Relutante, mas sorrindo, ela pega o vestido e entra no banheiro para trocá-lo. Quando sai, o tecido cai sobre seu corpo como se tivesse sido feito sob medida, moldando sua silhueta com elegância e simplicidade.
— Está perfeita! — exclama Daniela, com os olhos marejados de emoção. — Agora coloque um sapato que combine com o vestido — exige.
— Mas, mãe, desse jeito, vai parecer que estou me arrumando para uma festa — reclama Marina, ajustando o vestido em frente ao espelho.
— Você está elegante, filha! Exatamente do jeito que imaginei que ficaria — responde Daniela, com um sorriso orgulhoso, ignorando as objeções da filha. — Agora, faça o que eu digo. Passe algo em seu rosto, não pode sair numa sexta à noite de qualquer jeito.
Marina suspira, pegando a necessaire enquanto observa a mãe por cima do ombro.
— O que deu na senhora? — pergunta, enquanto começa a passar um pouco de blush nas bochechas.
— Só quero te ver andando conforme o modo como você vive agora — comenta Daniela, já revirando o armário em busca de uma bolsa que combine com o vestido. — Me agradeça depois — acrescenta, exibindo um sorriso que mistura orgulho e segurança.
A penumbra do ambiente a deixa desconcertada, sua mente tenta decifrar o que está acontecendo ali.
— Pode acender as luzes? — pergunta hesitante, enquanto seus olhos percorrem o espaço escuro.
— Claro, como você quiser — ele responde, com um sorriso contido, enquanto caminha calmamente até o interruptor.
Ao acender as luzes, a sala se ilumina, revelando um cenário deslumbrante. Os olhos de Marina se arregalam ao se deparar com arranjos e mais arranjos de flores brancas, estrategicamente dispostos, enchendo o ambiente com um ar de pureza e sofisticação. A imagem delicada das flores invade seus sentidos, enquanto ela leva as mãos à boca, surpresa.
— Victor… o que é isso? — sussurra, incrédula, enquanto observa cada detalhe.
Com o coração acelerado, Marina se vira para encará-lo, ainda tentando processar o cenário à sua frente. Mas o que a espera é ainda mais surpreendente: Victor está de joelhos, segurando uma caixa luxuosa de madeira de ébano polida, com bordas detalhadas em ouro 18 quilates e interior revestido de veludo preto. No centro, repousa um anel de platina cravejado de pequenos diamantes, com um grande diamante central em formato de gota, brilhando intensamente.
— Loirinha… — ele começa, um pouco nervoso. — Sei que isso pode parecer repentino ou até mesmo inusitado, mas não consigo mais ignorar o desejo imenso e incontrolável de ter você ao meu lado para sempre.
Ela sente os olhos marejarem, incapaz de dizer uma palavra, enquanto o observa completamente rendida.
— Sei que tenho minhas falhas e limitações, e estou tentando aprender e melhorar a cada dia, mas… — ele pausa, reunindo ainda mais coragem antes de prosseguir, com a voz mais firme. — O desejo que arde dentro de mim de tê-la completamente em minha vida me consome. Tudo o que mais quero é que você esteja presente em cada momento, em cada passo que eu der. Marina… você aceita se casar comigo?
Comentários
Os comentários dos leitores sobre o romance: Um chefe irritante e irresistível (Celia Oliveira)
Muito chateada comprei as moedas , desconta mas não desbloqueia os capítulos, alguém sabe me dizer se o site é sério?...