— Um mês?
A voz de Rodrigo ecoa pelo escritório, carregada de incredulidade, enquanto ele encara o irmão, que está parado à sua frente, com uma expressão de quem não entende a reação exagerada.
— Não sei por que tanto alarde. Eu já havia dito que iria pedir a loirinha em casamento — comenta Victor, revirando os olhos diante da atitude do irmão, que parece desesperado.
— Sei que você iria pedir, mas isso não significava que já planejariam se casar tão rápido! — explica Rodrigo, ainda tentando digerir a notícia. — Eu e a Valen estamos noivos há tanto tempo e nem pensamos em marcar a data do casamento. E vocês já estão prontos para subir ao altar assim, de uma hora para outra?
Victor suspira, cruzando os braços.
— O problema é que você e a Valen já vivem como marido e mulher há anos, por isso não têm pressa em oficializar nada. Comigo e a loirinha, é diferente. Quero fazer as coisas do jeito certo.
Rodrigo levanta as sobrancelhas, intrigado.
— Fazer as coisas do jeito certo? O que você quer dizer com isso?
Victor respira fundo, como se pesasse as palavras antes de responder.
— Os pais da Marina são conservadores. E, mesmo sendo flexíveis conosco, sinto que eles preferem que a filha se case antes de morar comigo.
Rodrigo solta uma gargalhada zombeteira, balançando a cabeça.
— Conservadores, é? Só falta você dizer que você foi o primeiro homem com quem ela… — Ele faz uma pausa, lançando um olhar irônico. — Você sabe do que estou falando.
Victor permanece em silêncio, com uma expressão séria, e aquele silêncio faz Rodrigo arregalar os olhos, finalmente entendendo. O sorriso no rosto dele desaparece rapidamente.
— Não acredito… — murmura Rodrigo, ainda incrédulo. — Ela realmente era virgem?
Victor ergue a mão, interrompendo-o com firmeza.
— Não vim discutir a intimidade da minha noiva, Rodrigo. Só estou te avisando para estar preparado: você será meu padrinho.
Levando a mão à cabeça, Rodrigo solta um suspiro exagerado.
— Minha nossa! — exclama. — Agora que você vai se casar, as pessoas vão começar a pensar que estou enrolando a Valen. Sinto que serei pressionado a me casar também.
Victor dá um pequeno sorriso, cruzando os braços.
— Então faça! O que você está esperando?
Virando os olhos, Rodrigo caminha até a janela enquanto observa a cidade lá fora.
— Não me pressione, tudo bem? — pede, com um tom levemente defensivo.
Franzindo a testa, Victor percebe o tom reflexivo do irmão.
— O que está pegando, Rodrigo? — pergunta com seriedade. — Por acaso, você não quer se casar com a Valen?
— Claro que quero — responde rapidamente, virando-se para encará-lo. — Só que tem uma coisa… Depois do casamento, ela quer ter filhos imediatamente, e eu… não sei se estou pronto para isso, entende?
Victor balança a cabeça lentamente, estudando o irmão.
— Filhos são uma grande mudança, sim, mas você já está com a Valen há anos. Talvez seja hora de pensar nisso seriamente.
— Estou bem, considerando as circunstâncias. E você? — responde, colocando a revista de lado e encarando o filho.
Sentando-se ao lado dela, percebe a resistência no olhar da mãe.
— Estou bem, mas decidi passar aqui porque precisamos conversar — anuncia, com um tom sério, mas não acusador.
Inclinando levemente a cabeça como se já adivinhasse o tema, Joana declara:
— Se você veio falar sobre o Victor e aquela mulher, poupe seu fôlego — diz, cruzando os braços. — Eu já disse o que penso sobre isso.
— Está mesmo decidida a não apoiar o seu filho mais novo no dia mais importante da vida dele? — Rodrigo pergunta, com o tom mais áspero do que pretendia.
Estreitando os olhos, Joana ergue uma barreira invisível diante dela.
— Como pode dizer que esse dia será importante se ele se casará com aquela mulher? — responde, com desdém evidente.
Soltando um suspiro pesado, Rodrigo passa a mão pelo rosto, tentando manter a calma.
— Aquela mulher é a pessoa que ele escolheu — rebate com firmeza. — Se não mudar de ideia antes de um mês, saiba que perderá o seu filho para sempre. Porque tenho certeza de que, uma vez que ele caminhe sozinho até o altar, perceberá que pode seguir sua vida sem a senhora e não sentirá mais necessidade de tê-la ao seu lado!
As palavras atingem Joana como um golpe certeiro. Ela fica em silêncio, desviando os olhos para o chão, enquanto o peso da realidade começa a se infiltrar em sua consciência. O rosto endurecido dá lugar a uma expressão de dúvida, quase vulnerável.
Rodrigo percebe a hesitação e suaviza o tom.
— Mãe, o Victor pode ser teimoso, mas ele é justo. Ele só quer que você o apoie. Isso é pedir demais? — questiona, mais gentilmente. — Pense bem. É o casamento dele, o futuro dele. A senhora realmente quer ser lembrada como alguém que virou as costas para ele nesse momento?
Comentários
Os comentários dos leitores sobre o romance: Um chefe irritante e irresistível (Celia Oliveira)
Muito chateada comprei as moedas , desconta mas não desbloqueia os capítulos, alguém sabe me dizer se o site é sério?...