Um chefe irritante e irresistível (Celia Oliveira) romance Capítulo 238

Enquanto estão no quarto do noivo, organizando as malas para a viagem, o som da campainha ecoa pela casa, interrompendo a conversa tranquila entre eles.

— Quem será? — Victor pergunta, franzindo a testa em surpresa enquanto olha para Marina.

— Não faço ideia… Você está esperando alguém? — ela responde, largando um vestido que dobrava.

— Bem… O Rodrigo mencionou que talvez viesse com a Valen mais tarde, mas pode ser que tenham decidido aparecer mais cedo.

— Vou dar uma olhadinha — diz ela com um leve sorriso, saindo do quarto. Seus passos descem suavemente pelos degraus da escada, enquanto a curiosidade começa a se formar em sua mente.

Ao abrir a porta, se depara com Joana, parada ali com sua postura altiva e um olhar enigmático que parece analisá-la dos pés à cabeça antes de dizer qualquer palavra. A elegância e frieza da mulher criam uma atmosfera pesada, que a deixa ligeiramente desconcertada.

— Onde está o meu filho? — Joana pergunta, com a voz firme e direta, sem qualquer indício de cordialidade.

Por um instante, Marina sente sua respiração pesar, mas rapidamente se recompõe, mantendo a postura firme, embora seu coração bata acelerado.

— Ele está no quarto, arrumando as malas — responde com educação, tentando esconder o nervosismo.

Joana esboça um sorriso tênue, quase forçado, e dá um passo à frente, como se esperasse ser convidada a entrar. Marina se afasta um pouco, abrindo a porta por completo, sem dizer nada. Assim que entra, Joana observa o ambiente com olhos críticos, analisando cada detalhe da decoração da casa.

— Bonito lugar — comenta secamente.

— É aconchegante — responde Marina, sem se deixar abalar pelo tom da outra.

— Vocês já estão morando juntos? — ela pergunta sem nenhuma cerimônia.

— Não, senhora.

Cruzando os braços, volta o olhar para a jovem.

— Então, é aqui que meu filho pretende viver, com você, não é? — diz, com um ar de desprezo na voz.

Antes que Marina pudesse responder, Victor aparece no topo da escada, com uma expressão surpresa ao ver a mãe.

— Mãe? O que está fazendo aqui? — pergunta, descendo rapidamente.

Virando-se para ele, solta um suspiro dramático.

— Não gostou da minha visita? — questiona com ironia. — Preciso falar com você, Victor. E gostaria que fosse em particular — declara, lançando um olhar breve e frio para Marina.

Parando ao lado da noiva, Victor coloca uma mão em seu ombro como se quisesse tranquilizá-la.

— Se tem algo a dizer, pode falar na frente da Marina. Não há nada que eu esconda dela — afirma com firmeza.

Estreitando os olhos, claramente insatisfeita com a resposta, ela suspira pesadamente, mas mantém a compostura.

— Tudo bem — diz, num tom quase desafiante. — Vim porque quero entender como pretende seguir adiante com esse casamento. Você sabe muito bem o que penso sobre isso.

— Sei, mãe. E a sua opinião já ficou clara inúmeras vezes — rebate Victor, cruzando os braços. — Mas se veio aqui para tentar mudar minha decisão, está perdendo seu tempo.

Fechando os olhos por alguns segundos, ela pondera, como se precisasse reunir forças para continuar.

— Não vim para isso, Victor. Vim porque… — pausa, escolhendo cuidadosamente as palavras. — Porque, mesmo não concordando, quero fazer parte desse momento — revela.

Mantendo o olhar fixo na sogra, Marina tenta transmitir sinceridade e confiança, enquanto Victor, mais calmo agora, apenas observa, deixando que sua noiva lidasse com a situação à sua maneira.

Se aproximando do filho, Joana toca a mão dele com delicadeza.

— Eu te amo Victor, e só quero vê-lo feliz no final das contas.

— Espero que esteja realmente sendo sincera — diz ele, ainda com um olhar desconfiado enquanto aperta a mão da mãe. — Porque a mentira tem um poder devastador, capaz de destruir vidas inteiras.

Percebendo que mãe e filho precisavam de um momento a sós, Marina decide se afastar, utilizando a desculpa de que precisava buscar algo na casa dos pais.

Victor permanece ali, conversando com a mãe, tentando compreender suas intenções. Embora o tom da conversa seja civilizado, ainda há uma desconfiança palpável entre os dois. Após alguns minutos, Joana, de maneira inesperada, se despede com pressa.

— Preciso ir agora, mas obrigada por me ouvir, filho — ela diz, com um tom apressado, ajeitando a bolsa no ombro.

— Tem certeza de que não quer ficar mais um pouco? — ele pergunta, desconfiado da repentina urgência. — A Marina vai preparar o jantar hoje. Talvez queira jantar conosco — sugere, tentando suavizar o clima.

— Agradeço o convite, mas é melhor deixarmos para a próxima — responde, levando a mão à testa com uma expressão de cansaço. — Minha cabeça está doendo um pouco. Precisa entender que não foi nada fácil estar aqui.

— Sei que não foi — diz ele com um tom mais suave. — De qualquer forma, agradeço por vir.

Erguendo os olhos para o filho, uma leve sombra de emoção passa pelo rosto de Joana.

— Por você, faço tudo, Victor, sabe muito bem disso — declara, segurando o rosto dele com delicadeza e depositando um beijo em sua bochecha. — Só por você…

Ele a observa se afastar com seus passos apressados ecoando pela casa. Algo na atitude da mãe o incomoda, como se houvesse algo mais escondido por trás de suas palavras. Mesmo assim, decide não insistir, sentindo que o momento não era o certo para pressioná-la.

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