Na delegacia, o caos é evidente. A entrada de Joana Ferraz atrai uma multidão de jornalistas e curiosos. Repórteres cercam a viatura que a trouxe, enquanto câmeras e microfones se estendem em sua direção. O barulho é ensurdecedor, e as perguntas vêm de todos os lados:
— Senhora Ferraz, a senhora planejou realmente tirar a vida de seu filho?
— O que tem a dizer sobre as acusações?
— É verdade que a senhora confessou no hospital que o alvo era a noiva?
Joana mantém a cabeça erguida, mas o olhar é gélido. Ela não responde nada, apenas segue em direção à delegacia, escoltada pelos policiais. Entretanto, sua postura de altivez começa a desmoronar à medida que os flashes das câmeras iluminam seu rosto e o som das palavras “mãe assassina” ecoam ao seu redor.
Enquanto isso, a notícia ganha proporções avassaladoras. Manchetes surgem em todos os portais de notícias e redes sociais:
“Socialite encomenda assassinato do próprio filho no dia do casamento.”
“Joana Ferraz: A mãe que quis ver o filho morto.”
“Ódio e Preconceito: A trágica história da família Ferraz.”
O vídeo que circula na internet, gravado por um desconhecido, mostra Joana sendo presa no hospital. Em meio às algemas, sua voz cheia de ódio ecoa enquanto ela grita que Marina Ferreira era o verdadeiro alvo. “Aquela favelada! Era ela quem deveria estar morta!” A gravação é compartilhada milhões de vezes, e a revolta pública cresce progressivamente.
Na delegacia, Joana é colocada em uma sala para interrogatório. O delegado responsável, um homem de expressão dura, entra com um bloco de notas e um gravador. Ele encara a mulher à sua frente, que até há pouco tempo era uma das figuras mais influentes da sociedade brasileira.
— Senhora Ferraz, a senhora tem ideia da gravidade das acusações contra você? — pergunta ele, sem rodeios.
Joana não responde de imediato. Ela respira fundo, tentando recuperar a compostura, mas suas mãos tremem levemente.
— Estou sendo acusada injustamente — declara, com um tom indignado e desesperado. — Eu nunca quis o mal do meu filho!
O delegado ergue uma sobrancelha e reproduz o áudio captado no hospital, onde ela claramente confessa suas intenções. Joana engole em seco, mas tenta se defender:
— Minhas palavras foram mal interpretadas! Estava fora de mim, desesperada pelo estado do Victor!
— Então a senhora quer que acreditemos que tudo isso é uma coincidência? — rebate o delegado. — Os relatos, os áudios, as mensagens. Inclusive, temos uma transação financeira no valor de cem milhões de dólares, transferidos para uma conta no exterior, relacionada ao seu marido, Xavier Ferraz. Quer explicar isso?
Sentindo o chão desaparecer sob seus pés, Joana percebe que Xavier havia fugido, deixando todo o peso da culpa recair sobre ela. Com a pressão aumentando, ela finalmente explode:
— Foi ele! Foi o Xavier! Ele que organizou tudo! Ele que usou o meu nome para essa atrocidade, enquanto isso, desviou milhões da minha conta se passando por mim. Não sou eu quem vocês deviam estar interrogando e sim aquele desgraçado!
O delegado a encara com ceticismo, mas não deixa de notar as nuances de desespero em sua voz. Ele interrompe suas lamúrias:
— Senhora Ferraz, preciso informá-la que o atirador foi preso — declara com calma, mas sem qualquer suavidade. — Ele confessou que a senhora foi quem encomendou o assassinato do seu próprio filho, Victor Ferraz.
Arregalando os olhos, sua expressão passa rapidamente de choque para negação.
— Isso é mentira! — grita, batendo as mãos na mesa. — Eu nunca quis a morte do meu filho! Foi o Xavier, ele planejou tudo! Ele está tentando colocar a culpa em mim para se livrar!
O delegado mantém a postura firme enquanto observa Joana, visivelmente perturbada, parecendo tentar encontrar as palavras certas para se defender.
— Descobrimos que a senhora programou um voo para fora do país, assim que a tragédia fosse completada — afirma o delegado, sem tirar os olhos dela.
Joana se agita na cadeira, enquanto seus punhos cerram em indignação.
Joana ergue o queixo, como se tentasse recuperar o controle da situação.
— Sim, eu sei! — ela interrompe. — Se cometi algum crime, foi apenas esse!
O delegado inclina-se levemente sobre a mesa, aproximando-se dela.
— Esse “apenas” pode custar caro, senhora Ferraz. Proteger um foragido já é um crime grave, mas considerando as circunstâncias, isso pode se tornar ainda mais sério — ele avisa, sem desviar o olhar.
Mesmo apertando os lábios, como se tentasse manter a compostura, o brilho nos olhos dela revela o nervosismo que começa a dominá-la.
— Eu só queria acreditar que ele resolveria as coisas, que tudo isso não passaria de um mal-entendido — responde.
O delegado não responde imediatamente. Ele a observa por um momento, como se tentasse avaliar cada palavra.
— Vamos verificar a sua versão dos fatos. Mas saiba de uma coisa, senhora Ferraz: a justiça não tem espaço para omissões ou desculpas. Se houver mais alguma coisa que queira confessar, este é o momento — diz, sério.
— A única coisa que exijo agora é a presença do meu advogado. Fora isso, não direi mais nenhuma palavra — declara, mantendo o tom firme enquanto cruza os braços, sinalizando o fim da conversa.
Enquanto isso, na sala de espera da delegacia, repórteres continuam tentando capturar cada detalhe. Do lado de fora, pessoas se aglomeram, gritando palavras de ordem contra Joana. Algumas seguram cartazes: “Justiça por Victor!”, “Não à impunidade para a elite!”
Naquele mesmo momento, Rodrigo chega à delegacia acompanhado de Valentina. Ele tenta passar despercebido, mas seu rosto abatido atrai olhares. Um dos repórteres o reconhece e grita:
— Rodrigo Ferraz, você apoia sua mãe depois de tudo isso?
Rodrigo para por um instante no meio do caminho, seus olhos demonstram sua angústia. Ele respira fundo, mas ao invés de responder, continua seu caminho, ignorando as provocações.
Comentários
Os comentários dos leitores sobre o romance: Um chefe irritante e irresistível (Celia Oliveira)
Muito chateada comprei as moedas , desconta mas não desbloqueia os capítulos, alguém sabe me dizer se o site é sério?...