Ao olhar para o homem em sua frente, Xavier se contorce de fúria, sentindo o sangue ferver em suas veias. Mesmo que nunca o tenha visto pessoalmente, aquele rosto era inconfundível. Ele o reconhecia dos registros daquela m*****a noite em que Marina foi até a sua casa na companhia de Victor para lhe humilhar diante de toda a sua família. Devido àquelas fotos, ele teve noites mal dormidas, revivendo o escândalo que destruiu sua vida.
Diante dele estava Leonel, o homem com quem Andressa havia traído sua confiança e que, de certa forma, contribuiu para a sua ruína.
— Você… — murmura Xavier, com a voz carregada de ódio e incredulidade. — Nunca pensei que teria o desprazer de vê-lo pessoalmente.
Cruzando os braços com uma expressão neutra, Leonel o encara deixando apenas o seu olhar frio.
— O desprazer é todo meu, Ferraz. Confesso que fiquei bem receoso se devia te fazer essa visita ou não, mas depois do que acabei ouvindo atrás da porta, não pude deixar de notar o quanto essa visita será significativa para mim — provoca Leonel, com um sorriso sarcástico no rosto.
Rapidamente os olhos de Xavier se estreitam e seu rosto fica mais vermelho a cada palavra.
— O que você quer dizer sobre ter ouvido atrás da porta, seu miserável? — pergunta, com os olhos flamejando de raiva.
Inclinando-se levemente para frente, Leonel mantém o sorriso frio.
— Ouvi que você estava crente que conseguiria escapar das consequências das suas ações. Mas fique sabendo de algo — ele pausa, aumentando o peso tenso no ambiente. — Vim até aqui apenas para frustrar os seus planos. O médico que te ofereceu ajuda acaba de ser preso, então não espere pelo laudo falso que ele prometeu te entregar.
As palavras caem como uma bomba na mente de Xavier, que sente o sangue ferver em suas veias. Num movimento impulsivo, ele tenta se levantar da cama e avançar contra Leonel, mas a algema presa ao seu braço impede qualquer tentativa de agressão. Ele puxa o braço com força, mas a corrente não cede, só aumentando sua frustração.
— Seu desgraçado! — rosna Xavier, lutando inutilmente contra as algemas. — Você acha que pode aparecer aqui e acabar com tudo? Quem você pensa que é para se meter nos meus assuntos?
Leonel não recua. Em vez disso, ele sorri, observando o homem à sua frente com um olhar de superioridade.
— Quem penso que sou? Alguém que está apenas garantindo que a justiça seja feita — responde, com desdém. — E sabe o que é melhor? Assistir você se contorcer de raiva, sabendo que todos os seus planos estão desmoronando para mim é um prazer.
Mais uma vez Xavier puxa a corrente, seu rosto fica tomado por um misto de ódio e desespero.
— Está fazendo isso por causa daquela vagabunda da Andressa? — pergunta Xavier, cuspindo as palavras com desprezo. — Porque se for por isso, fique sabendo que ela não vale nada. Aquela desgraçada traiu a própria amiga, que confiava nela plenamente, e fez tudo isso por mim.
Leonel, que até então mantinha uma postura mais controlada, perde a compostura.
— A Andressa foi manipulada por você! — ele grita e sua voz acaba ecoando pelo quarto.
— Uma pena que ela não tenha partido junto com ele na queda da escada — zomba, enquanto suas palavras carregadas de puro veneno ecoam no ambiente como uma provocação calculada.
A provocação é a gota d'água para Leonel. Sem conseguir se conter, ele avança em direção a Xavier, com os punhos cerrados e o semblante tomado pela fúria. Porém, antes que o soco atinja seu alvo, a porta do quarto se abre bruscamente.
— O que está acontecendo aqui? — A voz firme do policial que guardava o corredor ecoa no ambiente, congelando os movimentos de Leonel.
O policial entra no quarto acompanhado de Rodrigo, que observa a cena com uma mistura de curiosidade e cautela. Leonel, visivelmente abalado, recua lentamente, tentando controlar a respiração acelerada. Xavier, por outro lado, mantém um olhar frio e desdenhoso, como se estivesse saboreando cada segundo da tensão no ar.
— Senhor Ferraz — o policial anuncia com firmeza, interrompendo o silêncio pesado no ambiente —, o senhor será levado de volta à delegacia.
— É isso aí, está na hora de parar de brincar que está doente e pagar pelos seus erros, pai — Rodrigo diz, numa frieza que ele não sabia ter o poder de demonstrar. Seu olhar, agora distante, penetra como gelo nos olhos de Xavier, que finalmente parece vacilar por um instante.
— Nunca imaginei que você viraria as costas para mim, Rodrigo — responde, com um tom ácido. — Que decepção…
— A decepção aqui foi você, pai. Sempre foi — ele rebate, mais contido e controlado. — Aproveite esse momento. É o mais próximo que você chegará de ter o controle de alguma coisa novamente.
Comentários
Os comentários dos leitores sobre o romance: Um chefe irritante e irresistível (Celia Oliveira)
Muito chateada comprei as moedas , desconta mas não desbloqueia os capítulos, alguém sabe me dizer se o site é sério?...