Um chefe irritante e irresistível romance Capítulo 257

Já haviam se passado duas semanas desde o trágico evento que marcara o casamento de Victor e Marina. A imagem de Victor sendo levado às pressas para o hospital ainda estava gravada na mente de Marina, mas agora, mais do que nunca, ela se recusava a sair do lado dele. Desde aquele dia, ela não deixou o hospital nem por um minuto, determinada a estar ali para ele, mesmo que isso significasse dormir em cadeiras desconfortáveis ou comer irregularmente. Cada segundo ao lado de Victor era um lembrete do amor que sentia e da força que precisava ter.

A cada manhã, quando os médicos vinham para dar o boletim, ela prendia a respiração, agarrando-se à esperança de ouvir algo positivo. Cada dia em que o quadro dele permanecia estabilizado era uma pequena vitória, e ela se agarrava a essas conquistas como se fossem grandes triunfos. Sua fé, já inabalável, parecia se fortalecer ainda mais com o passar dos dias.

Na UTI, Victor ainda estava inconsciente, mas Marina conversava com ele todos os dias quando conseguia alguns minutos ao seu lado. Ao lado da cama, segurando sua mão, ela murmurava palavras de amor, memórias dos momentos felizes compartilhados e até pequenos detalhes de como imaginava o futuro deles.

— Você é tão forte, meu amor — sussurra, enquanto seus dedos acariciam suavemente a mão dele. — Sei que está lutando, e eu também estou. Não vou sair daqui até que você acorde e me diga que está tudo bem.

Os pais de Marina a visitavam frequentemente, preocupados com o desgaste emocional da filha.

— Filha, você precisa descansar — dizia Daniela, enquanto acariciava os cabelos da filha. — Se o Victor acordar e te ver assim, vai se preocupar.

— Mãe, eu estou bem — Marina respondia com um sorriso forçado. — Ele precisa de mim aqui, e eu preciso estar aqui. É o nosso começo juntos e não vou desistir dele.

Rodrigo e Valentina também estavam presentes diariamente, dando apoio não apenas à Marina, mas também se revezando para lidar com a imprensa que ainda rodeava o caso e os advogados que trabalhavam incansavelmente para juntar todas as provas contra Joana e Xavier.

— Alguma novidade? — pergunta Rodrigo, entrando no quarto com duas xícaras de café nas mãos. Ele lança um olhar preocupado para Marina, que está sentada na poltrona próxima à janela, visivelmente exausta. O quarto, reservado por ele com antecedência para receber Victor assim que saísse da UTI, agora servia como um refúgio temporário para Marina, um lugar onde ela pudesse ao menos tentar descansar.

— Nada ainda — responde Marina, com um suspiro cansado, enquanto aceita a xícara de café que ele lhe oferece. Seus dedos envolvem a xícara quente, como se buscassem algum conforto naquilo. — Mas continuo acreditando que ele vai sair dessa.

Observando a cunhada por um momento, Rodrigo percebe o desgaste em seu rosto. Ele sente um aperto no peito ao notar o quanto ela está se dedicando, mesmo quando parece estar no limite de suas forças.

— Esse quarto foi reservado para ele, e ele vai usá-lo em breve, Mari — diz ele, tentando transmitir um pouco de esperança. — Enquanto isso, você precisa descansar um pouco. Victor vai querer te ver bem quando acordar.

Marina sorri, mas o sorriso não chega aos olhos. Ela sabe que o cunhado tem razão, mas não consegue se permitir relaxar completamente enquanto Victor continua naquela situação.

— Eu sei, Rodrigo. Mas só vou descansar quando o médico disser que ele está fora de risco.

Sentando-se na poltrona ao lado dela, Rodrigo coloca a própria xícara sobre a mesa.

— Já se passaram duas semanas... — murmura Marina, olhando para fora da janela enquanto o sol se põe, tingindo o céu com tons de laranja e dourado. O cansaço em sua voz é evidente, mas há algo reconfortante na vista, como se a natureza estivesse tentando acalmá-la.

— Sim, duas semanas... Parece uma eternidade — comenta, apoiando os cotovelos nos joelhos.

Marina vira o rosto lentamente para ele, revelando seus olhos cheios de preocupação.

— E como está o andamento do caso dos seus pais? — pergunta, em busca de alguma novidade que possa trazer algum sentido a tudo o que aconteceu.