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Um chefe irritante e irresistível (Celia Oliveira) romance Capítulo 262

O juiz direciona sua atenção aos réus.

— Senhora Joana Ferraz, senhor Xavier Ferraz, os senhores estão cientes das acusações que lhes foram imputadas?

Joana assente, respondendo com a voz baixa:

— Sim, meritíssimo.

Xavier apenas inclina levemente a cabeça, murmurando um “sim” quase inaudível.

— Muito bem — prossegue o juiz, olhando para os advogados de acusação e defesa.

— Promotoria, está pronta para apresentar o caso?

O promotor, um homem de olhar intenso e postura confiante, se levanta e ajeita os papéis.

— Sim, meritíssimo. Este caso trata de uma conspiração que expôs o lado mais sombrio de uma família poderosa. Apresentaremos evidências incontestáveis que comprovam a intenção deliberada dos réus de causar danos diretos e irreparáveis às vítimas.

O juiz se volta para os advogados de defesa.

— Defesa, estão prontos para responder às acusações?

O advogado de Joana se levanta e responde, transparecendo calma.

— Sim, meritíssimo. Nossa cliente lamenta profundamente os eventos e trabalharemos para demonstrar que sua participação foi limitada, e as acusações feitas pela promotoria são desproporcionais.

O advogado de Xavier segue, com um sorriso que beira o cínico:

— Meritíssimo, estamos prontos para provar que meu cliente, senhor Xavier Ferraz, está sendo injustamente responsabilizado por crimes que não podem ser atribuídos exclusivamente a ele.

O juiz escuta as respostas e assente levemente.

— Muito bem. A promotoria pode chamar sua primeira testemunha.

O promotor ajusta os óculos, pega um bloco de notas e olha para o banco das testemunhas.

— Chamamos à bancada Marina Ferreira, vítima direta das ações dos réus.

Marina se levanta com passos firmes, embora sua expressão revele uma emoção contida. Seus olhos encontram brevemente os de Victor, que lhe faz um gesto sutil de encorajamento. Ela respira fundo antes de se sentar.

O juiz a observa atentamente.

— Senhora Marina Ferreira, a senhora está disposta a prestar depoimento sob juramento de dizer apenas a verdade?

— Sim, meritíssimo — responde ela, com firmeza.

— Muito bem. Promotoria, pode prosseguir.

O promotor caminha até Marina com passos calculados, segurando um bloco de notas.

— Senhora Marina, pode nos contar como conheceu os réus?

— Meritíssimo, evidências claras apontam não apenas para Xavier Ferraz como mandante do uso indevido das imagens, mas também para Andressa Souza, que desempenhou um papel ativo na produção e disseminação desse material. Requeremos que ambos sejam formalmente acusados pelo crime de violação de intimidade — afirma o promotor, com tom assertivo.

O juiz observa atentamente a solicitação e consulta os documentos apresentados.

— Considerando as provas e depoimentos apresentados, acato o pedido da promotoria. O crime de violação de intimidade será adicionado às acusações contra Xavier Ferraz e Andressa Souza, pelo papel direto que desempenharam nesse ato deplorável — sentencia o juiz, com firmeza.

Andressa, que até então parecia estar tentando manter a compostura, baixa a cabeça, visivelmente abalada pela decisão. Mesmo assim, estava ali disposta a dizer a verdade e pagar pelos seus erros. Xavier, por outro lado, continuava com a cabeça baixa, como se estivesse sentindo o peso das acusações, mas por dentro estava explodindo de raiva por cada palavra que Marina dizia.

Sentindo uma mistura de alívio, sabendo que, finalmente, a justiça estava começando a ser feita, Marina termina de contar o que aconteceu até o dia do atentado contra o marido em seu casamento.

— A senhora afirma que ambos os réus participaram diretamente do atentado? — questiona o promotor.

— Sim. As provas mostram que eles planejaram tudo — responde Marina, num tom firme.

O advogado de Joana interrompe, levantando-se rapidamente.

— Objeção, meritíssimo. A testemunha está baseando suas respostas em suposições emocionais.

O juiz b**e o martelo levemente.

— Sustentada. Senhor promotor, restrinja suas perguntas aos fatos concretos.

Após o promotor fazer todas as perguntas à Marina, o advogado de defesa de Joana Ferraz caminha com passos calculados até a testemunha. Com a postura rígida e tom provocativo, questiona-a:

— Senhora Ferreira, a senhora mencionou em seu depoimento que, ao conhecer minha cliente, disse a ela que não estava ali para conquistar nenhum dos filhos dela. Contudo, hoje a senhora é casada com um deles. Não acha que isso contradiz sua declaração anterior? Não seria uma hipocrisia da sua parte?

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