Embora não queira se alarmar com a situação, Victor percebe o olhar assustado de Marina e entende que precisa agir.
— Não se intimide com isso, tudo bem? Você sabe que advogados passam por esse tipo de coisa o tempo todo — declara, com a intenção de acalmá-la.
— Sei — diz ela, tentando se recompor. — Só não esperava que isso fosse acontecer tão cedo.
— Melhor não pensar muito nisso. Vista uma roupa e tomaremos café fora. Não confio mais no que nos entregaram — comenta, desamassando o bilhete ameaçador e tirando foto dele, junto da embalagem alterada que entregaram.
Marina caminha até seu quarto, escolhendo uma roupa leve, mas formal, já que o dia promete ser quente no Rio. Ao retornar à sala, ela encontra Victor já pronto, vestido impecavelmente.
— Vamos — diz ele, abrindo a porta do apartamento, deixando-a segui-lo.
Eles descem até o estacionamento, onde Victor destrava um carro estacionado. Em silêncio, entram no carro e os dois seguem pelas ruas da cidade.
Mesmo quieta, Victor nota como ela não para de olhar para os lados, visivelmente tensa, como se temesse ser seguida.
— Se pretende se assustar com a primeira ameaça que recebe, é melhor mudar de profissão antes mesmo de começar — comenta. Seu tom firme chama a atenção dela.
As palavras dele pesam, então ela ajeita-se no banco, tentando demonstrar mais confiança. Embora ainda nervosa, sabe que ele tem razão.
— Quem você acha que mandou a ameaça? — pergunta, deixando a voz agora mais firme.
— Fernando Albuquerque. Tenho certeza de que foi ele — responde Victor, sem hesitar.
— Fernando… o empresário que está usando Raul como bode expiatório?
— Exatamente. Ele está por trás de tudo, e sabe que tenho provas suficientes para colocá-lo atrás das grades. Sabia que ele tentaria nos intimidar, só não pensei que seria tão direto assim — comenta, mantendo o olhar na estrada enquanto dirige pela cidade.
Eles chegam a um pequeno restaurante em uma área nobre, onde Victor decide que tomarão o café da manhã. Assim que se acomodam, Marina observa Victor de soslaio, percebendo como ele parece completamente concentrado no menu.
“Por que ele tem que ser tão atraente?”, pensa, sentindo o rosto esquentar com a direção de seus pensamentos. Mesmo que não queira, acaba pensando em Victor com mais intensidade do que de costume. Talvez isso se deva ao fato de ele ser extremamente bonito e ter uma expressão dura, sempre com um olhar que pode destruir uma mulher na cama.
Ao notar as atrocidades que está pensando, ela tenta disfarçar, mas o desconforto cresce. Desviando o olhar para o ambiente ao redor, tenta focar em qualquer coisa que não seja a presença marcante de Victor ao seu lado.
O garçom traz o café e a torta que pediu. Ela toma um gole, mas o calor do café a surpreende, queimando sua língua. Tentando disfarçar o incômodo, quase não percebe o olhar atento de Victor.
— Ainda assustada, loirinha? — ele pergunta, com o tom mais amigável do que de costume, mas com um leve toque de provocação.
— Não, claro que não. Estou apenas pensando em outra coisa — responde ela, forçando-se a manter a compostura.
Victor nota o leve rubor nas bochechas dela e, sem perder a oportunidade, continua.
Comentários
Os comentários dos leitores sobre o romance: Um chefe irritante e irresistível (Celia Oliveira)
Muito chateada comprei as moedas , desconta mas não desbloqueia os capítulos, alguém sabe me dizer se o site é sério?...