O som estrondoso de uma música romântica ecoa do quarto da jovem Amelie, reverberando por toda a casa e preenchendo cada canto com suas melodias intensas, impossibilitando qualquer tentativa de silêncio. Nem mesmo Arthur, seu irmão, consegue se concentrar nos estudos, tentando em vão focar no livro de direito constitucional que segura entre as mãos.
Exasperado, ele solta um suspiro pesado, fecha o livro com firmeza e passa a mão pelo rosto, buscando paciência. Após alguns segundos de reflexão, decide que já é o suficiente. Levanta-se determinado e sai do quarto, marchando até a porta da irmã. Sem sequer bater, escancara-a com um movimento brusco e entra sem cerimônia, dirigindo-se diretamente ao aparelho de som ao lado da cama de Amelie, com a intenção clara de desligá-lo.
— Ei! Você não pode fazer isso! — protesta Amelie, elevando a voz ao perceber a atitude do irmão.
Arthur ergue uma sobrancelha, encarando-a com seriedade, e sua voz grave soa firme e autoritária.
— Como assim, não posso?
— Eu estava ouvindo minha música favorita e justo agora estava na melhor parte! — reclama ela, apressando-se para recuperar o controle do aparelho. No entanto, Arthur rapidamente se coloca à frente, bloqueando sua passagem com uma postura imponente.
— Sim, você estava… e a casa inteira também! — diz ele com sarcasmo, cruzando os braços. — Por acaso, nunca ouviu falar em fones de ouvido?
Amelie bufa, cruzando os braços em desafio, mas sabe que o irmão não vai dar o braço a torcer tão facilmente.
— Sim, eu já ouvi falar em fones de ouvido, mas com eles não consigo sentir toda a emoção da música. Não entende? — questiona, tentando ligar novamente o som, apenas para ser impedida mais uma vez pelo irmão.
— Emoção de quê? — Arthur arqueia uma sobrancelha, visivelmente cético.
— Não te interessa. Além disso, hoje é meu aniversário e posso ouvir música no volume que eu quiser! — protesta, se irritando.
— Hoje também é o meu aniversário, sua tonta! Por acaso esqueceu de que somos gêmeos? — rebate ele, impaciente.
— Claro que não esqueci — responde ela, revirando os olhos. — Mas somos gêmeos só na aparência, porque na personalidade, meu Deus… — ironiza. — Você parece um senhor de 80 anos! Nem parece que estamos completando dezesseis.
— A diferença é que amadureci e você não! — retruca Arthur, sem se abalar com a provocação. — Preciso estudar, e essa sua música melosa está me atrapalhando.
— Estudar no dia do nosso aniversário? — Amelie o encara, incrédula. — Hoje é um dia especial! Você deveria relaxar um pouco.
— Relaxar? Amelie, em que mundo você vive? Quero entrar em Harvard, e você realmente acha que tenho tempo para relaxar? — questiona ele, com um tom sério.
— Ainda falta um ano para pensarmos em faculdade, e você já está com essa neura. Fala sério, Arthur! Tire um tempo para você. Vá se divertir, chame uma garota para sair, sei lá.
— Não me diga o que fazer, está me ouvindo? — ele responde firme. — Vou voltar para os meus estudos, mas se você ousar ligar esse som alto de novo, juro que ele vai voar pela janela. Entendeu? — diz, caminhando até a porta.
— Você é um grosso, Arthur! Assim, nunca vai namorar na vida.
Comentários
Os comentários dos leitores sobre o romance: Um chefe irritante e irresistível (Celia Oliveira)
Muito chateada comprei as moedas , desconta mas não desbloqueia os capítulos, alguém sabe me dizer se o site é sério?...