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Um chefe irritante e irresistível (Celia Oliveira) romance Capítulo 286

Mesmo com a segurança que a mãe lhe transmite, a expressão de Amelie volta a ficar tensa. Ela morde o lábio inferior, como se tentasse reunir coragem para falar o que realmente a preocupa.

— E o papai? — pergunta, inquieta.

Marina sorri suavemente, buscando tranquilizá-la.

— Não se preocupe com isso, amor. Vou conversar com seu pai. Sabíamos que esse momento chegaria, mais cedo ou mais tarde.

— Mas ele não pareceu nada feliz quando soube que estou gostando de alguém — Amelie desabafa, suspirando.

— Você conhece seu pai, ele é ciumento com todo mundo, mas especialmente com você, que é a princesinha da casa.

— Acha que ele vai aceitar o Daniel? — questiona com os olhos cheios de expectativa.

Marina franze levemente a testa, surpresa.

— Daniel? Esse é o nome do seu namorado?

— Sim — responde Amelie, com um leve sorriso. — Ele estuda medicina e estagia na escola de idiomas duas vezes por semana.

— Uau, ele parece ser bem inteligente — comenta Marina, impressionada.

— E ele é, mãe! Tenho certeza de que a senhora vai amá-lo — diz a jovem, com olhos brilhando de entusiasmo.

Marina ri baixinho, apreciando o encanto da filha.

— Tem alguma foto dele para me mostrar? — pergunta, curiosa.

— Vou te mostrar o I***a dele! — Amelie diz animada, pegando o celular rapidamente. Ela desliza os dedos pela tela até encontrar o perfil de Daniel.

— Aqui — mostra, exibindo duas fotos do rapaz. — Ele é meio low-profile, não gosta de postar muita coisa.

Observando as imagens com atenção, um sorriso divertido se instala nos lábios de Marina.

— Nossa, ele é bem gatinho, hein? — brinca.

— Sim, mãe, ele é o homem mais lindo que já vi na vida, além de ser o mais respeitador e fofo. Eu gosto tanto dele — responde Amelie, suspirando de leve, como quem se perde em pensamentos.

— Tudo bem, mas vá com calma, ok? Você ainda é bem jovem e tem muita coisa para conhecer ainda.

Assentindo, Amelie volta para a realidade e coloca os pés no chão.

— Obrigada por me apoiar, mãe.

— Sabe que sempre estarei aqui para isso, não sabe? — diz, abraçando a filha. — Agora vá se arrumar porque daqui a pouco iremos comemorar o seu aniversário e do Arthur.

Amelie assente, sentindo-se um pouco mais confiante.

Ao se despedir da filha, Marina sai do quarto dela e caminha em direção ao do filho. Ao entrar, vê Arthur se olhando no espelho. Vestido em uma calça social escura e uma camisa marrom, ele exala uma maturidade precoce que a faz lembrar imediatamente de Victor. Não era apenas a aparência física; a postura firme e a determinação no olhar refletiam o pai de maneira impressionante.

— Como você está lindo, meu amor — diz ela, o abraçando por trás.

— Obrigado, mãe — ele responde, terminando de pentear o seu cabelo.

— Ouvi dizer que você e sua irmã tiveram uma discussão hoje — comenta ela casualmente, embora sua curiosidade seja evidente.

— Então a Amelie já correu para reclamar, foi? — zomba, caminhando até o seu armário para colocar o seu relógio novo que havia ganhado de presente da mãe pela manhã.

— Na verdade, foi seu pai quem mencionou — revela Marina, observando-o atentamente.

— O que quer dizer com isso? — ele pergunta, franzindo a testa, confuso e incomodado.

— Estou dizendo que esse sentimento vai além de um amor platônico. É algo real. Ela e o rapaz já estão namorando e querem apenas oficializar isso com o nosso conhecimento.

— Namorando? — Victor repete, incrédulo, como se a palavra tivesse um peso insuportável. — A minha pequena Amelie está namorando?

— Sim, e não faça essa cara de contrariado, está me ouvindo? — alerta Marina. — Ela queria contar isso há algum tempo, mas estava com medo da sua reação. O rapaz quer vir aqui pedir a nossa permissão. Não acha isso muito nobre da parte dele?

Victor se levanta bruscamente, sua expressão de incredulidade se transforma em indignação, enquanto começa a caminhar de um lado para o outro.

— Esse desgraçado quer vir aqui pedir a nossa permissão depois de já estarem namorando? — ele dispara, agitado. — Se ele fosse mesmo nobre, teria vindo antes de começar esse namoro!

Suspirando profundamente, Marina tenta manter a paciência diante da reação exagerada do marido.

— Amor, pelo amor de Deus! Acha que estamos em que século? — retruca, cruzando os braços. — Nem nós, tivemos esse tipo de formalidade, e agora você quer exigir isso desse rapaz?

Victor para de andar e encara a esposa, ainda lutando para digerir a situação, enquanto Marina o observa com um olhar firme, como quem tenta trazê-lo de volta à realidade.

— Mas conosco foi diferente, amor. Estamos falando da minha princesinha — diz Victor, insistindo.

— Eu também era a princesinha do meu pai, e mesmo assim você fez de tudo para me conquistar, lembra? — brinca Marina, com um sorriso travesso. — Ou será que esqueceu do quanto você me provocava quando estávamos a sós?

Victor ri, incapaz de evitar as lembranças de quando começaram a se envolver. O sorriso travesso no rosto dele reflete o carinho pelos momentos compartilhados, mas logo sua expressão volta a ficar séria, como se a realidade o puxasse de volta.

— Não, não posso aceitar isso — retruca, cruzando os braços. — Só de pensar que algum cara pode querer fazer com a minha filha o que eu fazia com você… Isso me deixa completamente desconfortável.

Sem conseguir conter o riso diante da reação exagerada do marido. Marina aproxima-se dele com ternura e o envolve em um abraço caloroso.

— Relaxa, amor. Uma coisa de cada vez, tudo bem? — murmura, com a voz tranquila, tentando acalmá-lo.

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