Após uma longa conversa com a esposa, Victor finalmente consegue se acalmar, ainda que a preocupação persista em algum canto de sua mente. Ele respira fundo, decidido a aproveitar o momento e deixar as preocupações de lado, pelo menos por aquela noite. Afinal, era uma data especial: o aniversário de seus filhos.
Com dedicação e carinho, havia reservado uma mesa num dos restaurantes mais renomados da cidade, para celebrar a ocasião em família. Para tornar o momento ainda mais especial, contariam com a presença dos avós dos gêmeos, Daniela e José, além dos tios Valentina e Rodrigo, que trouxeram consigo os filhos, Jasmin, Théo e André.
O clima de celebração o fez pensar em transformar aquela noite em uma lembrança inesquecível para todos, especialmente para seus filhos.
Embora tudo transcorresse perfeitamente naquela noite, Victor não conseguia evitar lançar olhares furtivos para a filha de tempos em tempos. Cada detalhe parecia reforçar algo que ele relutava em aceitar: sua menininha estava crescendo.
No caminho de volta para casa, enquanto todos conversavam animadamente no carro, ele notava Amelie com o celular nas mãos, deslizando rapidamente os dedos pela tela enquanto ela trocava mensagens. O que mais chamava sua atenção, no entanto, eram os sorrisos discretos, quase involuntários, que surgiam em seu rosto a cada nova notificação.
Era impossível para Victor não sentir o coração apertar um pouco mais. Por trás de todo aquele sorriso feliz e juvenil, ele via um mundo de novas experiências se abrindo para a filha, um mundo que ele sabia não poder controlar. Ele suspirava silenciosamente, tentando equilibrar a alegria pela felicidade dela com a dificuldade de aceitar que ela não era mais a garotinha que corria para o seu colo.
[…]
Quando estava prestes a dormir, Victor sente a esposa se aproximar, encostando-se nele e afagando a cabeça em seu peito com carinho. O gesto traz conforto, mas ele percebe que ela tem algo em mente.
— A Amelie perguntou se poderia trazer o namorado aqui amanhã — diz ela, com a voz suave, mas firme.
Suspirando, ele fecha os olhos por um momento.
— Você quer mesmo falar sobre isso agora? — questiona, tentando adiar o inevitável.
— Amor, fugir do assunto não vai resolver nada — responde ela, levantando a cabeça para encará-lo. — O que você precisa fazer agora é conhecer o rapaz, olhar nos olhos dele e saber se ele é uma boa pessoa.
Voltando a soltar um suspiro longo, como quem carrega o peso do mundo nos ombros, ele responde:
— Você tem razão — admite, derrotado. — Diga a ela que pode trazer esse rapaz para almoçar aqui amanhã.
Marina sorri com ternura, plantando um beijo suave no peito do marido antes de se ajeitar ao lado dele.
— Vai dar tudo certo, amor. Você só precisa confiar.
— Vamos ver… — ele rebate, com um sorriso de canto. — Mas agora não quero pensar nisso — confessa, puxando a esposa para mais perto, apertando-a contra o peito. — Agora só quero fazer algo para relaxar.
— E o que tem em mente? — ela pergunta, com um sorriso inocente, embora já desconfiasse da resposta.
Victor inclina o rosto, aproximando-se ainda mais.
Comentários
Os comentários dos leitores sobre o romance: Um chefe irritante e irresistível (Celia Oliveira)
Muito chateada comprei as moedas , desconta mas não desbloqueia os capítulos, alguém sabe me dizer se o site é sério?...