Após conversar com a mãe por um tempo, Marina toma um banho relaxante e se deita na cama. Embora o estômago reclame de fome, o cansaço a domina e ela prefere não sair do quarto para evitar encontrar Victor, especialmente após a estranha conversa que tiveram mais cedo. O relógio marca quase nove da noite, e o sono começa a tomar conta de seu corpo. No entanto, quando está prestes a adormecer, um som alto e repentino na porta a faz pular da cama. Assustada, Marina corre para abrir a porta e se depara com Victor.
Ele está com o cabelo molhado e a barba recém-feita. Usa uma toalha em volta do pescoço, evidenciando que acabou de sair do banho. A aparência relaxada e confiante dele lhe deixa fascinada.
“Tão sexy”, pensa, embora rapidamente tente afastar essa ideia.
Ele observa que os olhos de Marina estão vermelhos, e então resolve questionar:
— Estava chorando?
Ela sorri, lembrando-se da conversa intensa que teve com a mãe.
— Não — diz, querendo evitar entrar em detalhes.
— Você não vai jantar? — pergunta, notando que ela o observa de um jeito diferente.
— Eu estava quase dormindo — responde, tentando disfarçar o nervosismo. — O cansaço foi mais forte que a fome.
Victor cruza os braços, olhando-a com um semblante que mistura curiosidade e provocação.
— Não deveria pular as refeições. Ainda mais porque teremos um dia agitado amanhã — aconselha, com um tom de seriedade, mas deixando transparecer um leve sorriso.
— Eu sei… — responde Marina, ponderando. — Já que me acordou, vou aproveitar para comer um pouco.
Ela tenta sair do quarto, mas Victor continua próximo à porta, dificultando sua passagem. O clima entre os dois fica tenso, com a proximidade incomodando ambos.
— Tem certeza de que não aconteceu alguma coisa? — Victor pergunta, percebendo que ela está estranha.
— Não, nada… — responde rapidamente, afastando-se e passando por ele.
Enquanto caminha pelo corredor em direção à cozinha, ouve os passos dele logo atrás. O silêncio entre os dois é espesso, e se sente nervosa na presença dele. Havia algo no ar, como se uma mudança sutil houvesse ocorrido desde que chegaram ao apartamento.
Marina serve sua comida em silêncio e se senta à mesa da cozinha, tentando manter uma postura casual. Victor, por sua vez, pega sua comida e vai até a varanda, preferindo o ar noturno para relaxar.
A noite está quente e o clima do Rio só aumenta a sensação de desconforto que Marina sente. Quando termina de comer, ela limpa a cozinha e começa a caminhar em direção ao seu quarto. Mas, antes que possa chegar, a voz de Victor ecoa da varanda.
— Venha até aqui! — a ordem é clara e direta, como sempre.
Odeia o tom autoritário dele, mas, suspirando, caminha até a varanda. Ao chegar, encara-o com uma expressão de leve desaprovação. Victor, no entanto, não deixa de sorrir, achando graça na resistência dela.
— Revise alguns papéis comigo — pede, colocando algumas pastas sobre a mesa da varanda.
Resignada, Marina se senta e começa a revisar os documentos. Ela organiza as folhas com uma agilidade surpreendente, separando as informações e os papéis por ordem de importância e por dias do julgamento. Victor observa com atenção, admirando o quanto ela é eficiente, mas não diz nada.
Os dois trabalham em silêncio, e o tempo passa sem que percebam. Victor sente o cansaço começando a vencê-lo.
— Acho melhor pararmos por hoje — diz ele, fechando o notebook e esticando-se na cadeira.
Comentários
Os comentários dos leitores sobre o romance: Um chefe irritante e irresistível (Celia Oliveira)
Muito chateada comprei as moedas , desconta mas não desbloqueia os capítulos, alguém sabe me dizer se o site é sério?...