Sentindo que está começando a baixar a guarda para Victor, Marina se levanta bruscamente, colocando os olhos fixos nele com firmeza.
— O que está acontecendo com você, hein? — pergunta, com a voz tensa, tentando manter o controle. — Está querendo me testar?
Victor sorri e se levanta também, aproximando-se sem recuar, mantendo-se diretamente à sua frente.
— Acha mesmo que isso é uma provocação? — questiona com uma pitada de ironia, divertindo-se com a situação.
— Sim, acho! Ou vai me dizer que é normal o que disse ontem?
— O que há de errado com isso? — rebate, fingindo desentendimento. — Sou um homem e você é uma mulher, não seria nada errado se ambos entrassem num consentimento.
— Escuta aqui, Victor, eu não sei com que tipo de mulher está acostumado a lidar, mas quero que fique bem claro que não sou uma delas — anuncia, com a voz firme.
— Vai mesmo continuar se fazendo de puritana? — questiona, mais alterado.
— O que quer dizer com isso? Por acaso, te dei motivos ou me insinuei para você pensar de outro modo?
— Não se faça de boba, Marina! — ordena. — Se tem algo que odeio é que alguém finja ser o que não é na minha frente.
— Do que está falando? — questiona confusa.
— Se quer mesmo continuar com isso, tudo bem, vamos jogar o seu jogo — declara.
Nervosa com a insinuação, Marina se afasta, respirando fundo.
— Já deixei os documentos na mesa do meu quarto. Se não for incômodo, trabalharemos lá hoje — acrescenta Victor, saindo da varanda com uma confiança inabalável. Quando está prestes a sair pela porta, se vira, com a voz cortante: — Temos que organizar todas as coisas para o primeiro dia do julgamento, então não demore.
Marina fica estática, sem palavras. É como se Victor soubesse algo muito ruim a seu respeito e estivesse ponderando para dizer.
“Isso não pode ser real”, pensa, ainda incrédula com o que acaba de acontecer. Tentando se recompor, ela termina o café com pensamentos agitados e vai para o quarto dele, decidida a não permitir que mais provocações a afetem.
Durante toda a manhã, os dois trabalham em silêncio, trocando apenas o necessário sobre o trabalho. Quando a tarde chega, dirigem-se ao tribunal para encontrar Raul.
O primeiro dia do julgamento de Raul começa sob uma atmosfera pesada de tensão. O tribunal está repleto de jornalistas e curiosos, todos ansiosos para testemunhar o desenrolar do caso. Marina se senta entre a equipe de apoio, mas sua atenção está fixada em Victor.
Comentários
Os comentários dos leitores sobre o romance: Um chefe irritante e irresistível (Celia Oliveira)
Muito chateada comprei as moedas , desconta mas não desbloqueia os capítulos, alguém sabe me dizer se o site é sério?...