Toda aquela conversa arranca um turbilhão de sentimentos em Marina, que mal consegue dormir. Se sua mente já estava confusa com a avalanche de emoções que a dominavam, agora sente o peso das consequências diante de si.
— Por que ele foi me ligar logo agora? — murmura, enquanto fecha a porta da varanda e entra no apartamento.
Rapidamente, ela verifica a porta de entrada e em seguida confere se as câmeras estão funcionando.
Cansada mentalmente, decide se deitar, deixando o telefone ao lado, na esperança de ouvir caso Victor ligue ou precise de algo. Mesmo com o corpo exausto, a mente de Marina continua a vagar, dominada por pensamentos confusos e sentimentos que não consegue afastar.
“Você precisa reagir, Marina”, pensa, fechando os olhos e tentando relaxar, embora o coração continue acelerado.
[…]
Enquanto dirige até o hospital onde Raul está, Victor pensa na jovem loira que deixou em seu apartamento. Seu corpo ainda responde ao calor dos momentos que compartilhou com ela. Não pode negar que a sensação foi mais intensa do que esperava, mas deve manter o foco. Havia um propósito maior em tudo aquilo.
Tentando afastar Marina de sua mente, ele se força a concentrar-se no caso de Raul. Precisa traçar uma estratégia para garantir que Fernando Albuquerque, o principal suspeito dos ataques, seja preso rapidamente.
Ao chegar ao hospital, Victor se dirige à recepção e obtém o número do quarto de Raul. No corredor, ele avista um segurança atento, postado em frente à porta, armado.
— Como ele está? — pergunta Victor, tentando manter a voz controlada.
— Ainda assustado, senhor Ferraz. Foi por pouco… — responde o segurança, com um olhar sério. — Se eu não estivesse por perto, o atirador teria se aproximado e terminado o serviço. Pelo jeito, ele foi bem pago para isso.
Victor respira fundo, seus olhos escurecem com a tensão. Ele aperta o ombro do segurança.
— Bom trabalho. Raul precisa de pessoas como você ao lado dele. Fique alerta e saiba que, não importa quanto te ofereçam para trair seu chefe, Raul te pagará o dobro para ser leal. — A voz de Victor carrega uma mistura de firmeza e advertência.
Após a conversa, entra no quarto, encontrando Raul ao telefone, visivelmente abalado. Ao ver Victor, Raul se despede da esposa e coloca o celular de lado.
— É bom te ver, Victor — diz Raul, tentando disfarçar o nervosismo enquanto se ajeita na cama.
— Digo o mesmo — responde, observando o arranhão no braço de Raul, causado pela bala que passou de raspão. — Ainda bem que foi apenas um arranhão.
— Foi por pouco… mas tenho certeza de que ele não vai parar até conseguir me silenciar — Raul confessa, com a voz trêmula, deixando o medo evidente.
— Não se preocupe. Vou mandar você e sua família para um lugar seguro até que Fernando seja preso — promete Victor, com uma expressão séria.
— Acha que isso acaba quando ele for preso? Você sabe como a justiça funciona no nosso país… — Raul questiona, com a preocupação clara em seus olhos.
— Sei disso, mas provar sua inocência é o primeiro passo para garantirmos sua segurança e justiça. — Victor fala com convicção, embora, no fundo, a sombra da incerteza o atinja.
Raul reflete por um instante, suspirando.
— Com isso, conseguirei meu passaporte de volta. Assim que tudo acabar, sairei do país com minha família.
Comentários
Os comentários dos leitores sobre o romance: Um chefe irritante e irresistível (Celia Oliveira)
Muito chateada comprei as moedas , desconta mas não desbloqueia os capítulos, alguém sabe me dizer se o site é sério?...