Marina sente o corpo inteiro ficar tenso. O tom dele, a proximidade… tudo parece conspirar para deixá-la sem palavras. O coração dela acelera, mas, ao mesmo tempo, seu instinto profissional a faz buscar uma saída.
Tentando manter o controle, desvia o olhar por um segundo e, com uma voz mais firme do que esperava, pergunta:
— Estamos indo bem no tribunal, certo? — A tentativa de redirecionar a conversa para o trabalho é evidente, como uma fuga desesperada da angústia que cresce entre eles.
Victor, no entanto, percebe exatamente o que ela está tentando fazer. Ele sorri, mas não é um sorriso de diversão; é um sorriso afiado, predatório. Ele se recosta levemente, como se estivesse saboreando cada segundo do estresse que ela tenta disfarçar.
— Tudo está sob controle, Marina — responde, sua voz é calma, mas os olhos continuam cravados nos dela. — O problema não é o julgamento.
Marina, em um misto de nervosismo e confusão, decide arriscar uma pergunta para tentar desviar a atenção:
— Então, por que você está tão tenso? — Ela finge um tom casual, mas a verdade é que está começando a ficar incomodada com o modo como ele está agindo durante o julgamento.
Ele solta uma risada baixa, mas após alguns segundos fica sério, como se estivesse prestes a revelar uma verdade inegável.
— Estou tenso por sua causa, loirinha. Você acendeu o fogo e depois fugiu. Agora, garantirei que não escape novamente.
Sentindo o impacto das palavras como um choque elétrico, tenta manter a expressão neutra, mas seus olhos revelam o nervosismo crescente. Victor, percebendo o efeito que tem sobre ela, se aproxima mais, reduzindo a distância entre os dois.
— Estou falando de trabalho agora, Victor — diz, um tanto incomodada.
— E você sabe muito bem do que estou falando — ele continua, com a voz carregada de desejo e provocação. — E hoje à noite, vou te mostrar o que acontece com quem faz alguém como eu esperar tanto tempo.
Marina engole em seco, tentando manter a compostura, mas as palavras dele deixam claro que não está blefando. Ela olha para os lados, com medo de que alguém estivesse escutando aquela conversa.
Victor estava se segurando, e agora sua paciência tinha se esgotado. Marina sente o peso do que está por vir. Não era apenas uma questão de atração física, era o controle que ele parecia ter sobre ela. E o fato de ele saber disso tornava a situação ainda mais tensa. Precisava dar um fim àquilo tudo.
— Victor, sobre isso… — começa a falar, mas antes que possa terminar a frase, a porta do tribunal se abre e o juiz retorna, sinalizando que o julgamento está prestes a recomeçar.
Victor recua ligeiramente, mas o olhar que lança a ela é um aviso claro: a conversa continuará na cama.
Sem dizer mais nada, ele volta para o seu lugar, preparando-se para a continuação do julgamento, mas Marina sabe que, quando saíssem dali, ela teria que encarar a realidade do que ele havia prometido.
O julgamento prossegue, com Victor retomando sua postura profissional e suas palavras afiadamente precisas. Ele conduz sua defesa com maestria, como sempre, mas Marina sente o peso dos olhares ocasionais que ele ainda lança em sua direção, como se a apreensão entre eles fosse uma corrente invisível que ninguém mais no tribunal pudesse perceber.
O tempo passa e o segundo dia do julgamento se arrasta até o final da tarde. Quando o juiz encerra finalmente a sessão, Marina sente um alívio temporário, mas o peso da responsabilidade entre ela e Victor parece aumentar a cada passo que eles dão em direção à saída.
Durante a viagem de volta ao apartamento, o silêncio é quase insuportável. Ela sente as mãos suadas e o coração acelerado, ciente do que a aguardava assim que entrassem no apartamento de Victor. O que ele queria estava mais do que claro, e a ideia de finalmente encarar isso a fazia sentir um misto de ansiedade e nervosismo.
O que diria? Que desculpas daria àquele homem tão sério e disposto a não mudar de ideia? Assumindo ou não, foi ela que começou com aquela brincadeira.
Ao chegarem ao prédio, Victor estaciona o carro e desce rapidamente. Ele mantém uma expressão séria, como se estivesse focado apenas no que estava por vir. Marina, por outro lado, tenta respirar fundo e manter a calma. Ela desce do carro um pouco mais devagar, como se cada passo em direção ao apartamento fosse um desafio.
Comentários
Os comentários dos leitores sobre o romance: Um chefe irritante e irresistível (Celia Oliveira)
Muito chateada comprei as moedas , desconta mas não desbloqueia os capítulos, alguém sabe me dizer se o site é sério?...