Entrar Via

Um chefe irritante e irresistível (Celia Oliveira) romance Capítulo 44

— A polícia já deve estar chegando, pediram que não mexêssemos em nada — Marina diz, ao terminar a ligação.

Victor, ainda visivelmente preocupado com o desaparecimento dos documentos, começa a andar de um lado para o outro no apartamento, passando a mão pelos cabelos enquanto tenta processar o que aconteceu.

— Maldição, esses documentos eram cruciais para o julgamento de amanhã. Como vamos seguir sem eles? — Ele diz, frustrado, olhando para Marina como se esperasse alguma solução imediata.

— Não precisa se preocupar tanto, Victor. Fiz uma cópia de tudo por precaução — revela, com sua voz calma, mas carregada de um certo orgulho por sua iniciativa.

Victor para abruptamente e a encara com os olhos arregalados, como se não acreditasse no que acabou de ouvir.

— Você fez o quê? Quando fez isso?

Marina levanta o queixo, mantendo a postura firme. Ela sabia que sua precaução acabaria sendo útil em algum momento, e agora tinha a prova disso.

— Tomei a liberdade e fiz as cópias ontem à noite, antes de ir dormir — responde, olhando diretamente nos olhos dele. — Achei que, com tudo que tem acontecido, seria sensato garantir que tivéssemos mais cópias de segurança. Não queria arriscar.

Victor a encara em silêncio por alguns segundos, absorvendo a informação. Ele está surpreso, e talvez até um pouco impressionado. Ele esboça um pequeno sorriso, misturado com alívio.

— Eu não sei se te beijo ou te agradeço de joelhos — brinca, deixando escapar parte da tensão que estava segurando.

— Confesso que estou tentada a te ver de joelhos na minha frente — comenta sorrindo. — Mas não temos tanto tempo — explica. — As cópias estão em P*F, precisamos imprimir tudo antes do amanhecer.

— Isso é o de menos — responde, se sentando no sofá.

Alguns minutos após, a polícia chega, com alguns peritos que examinam o apartamento de Victor.

— O senhor tem onde ficar essa noite? — Um policial diz. — É que com o apartamento vazio nosso trabalho será facilitado.

— Vou providenciar um lugar para ficar, afinal dormir aqui não é tão seguro, ainda mais sabendo que esse arrombamento pode ter sido feito por um morador, já que o segurança da guarita não viu nada de estranho.

— Iremos examinar as câmeras de segurança até o momento em que vocês chegaram aqui — diz o perito.

Ao escutar aquilo, as bochechas de Marina coram; ela sabe muito bem o que eles verão nas câmeras quando abrirem as filmagens.

— Victor — sussurra, chamando a atenção dele.

Ele se aproxima dela, notando o rubor em suas bochechas.

— O que houve?

— Eles verão o que estávamos fazendo no elevador, isso não vai cair bem — sussurra.

Notando o constrangimento dela, ele sorri.

— Não se preocupe com isso, eles são profissionais, não sairão por aí falando o que não devem — se aproxima mais um pouco, deixando que a última frase seja ouvida apenas por ela. — Além disso, do jeito que é bonita, o ângulo deve ter te favorecido.

Os olhos de Marina se arregalam assustadoramente. Ela dá alguns passos para trás, tropeçando nos móveis, nervosa.

— Está tudo bem, senhorita? — Um dos policiais pergunta, percebendo a inquietação dela.

— Sim, está tudo bem! — diz, se afastando e indo em direção à cozinha, em busca de um copo de água.

Aquela cena faz Victor sorrir. O modo como Marina se comporta a faz parecer tão inocente. “Até parece que não sai com homem casado”, pensa, caminhando em direção à cozinha.

— Vou tomar um banho rápido. Depois, precisamos terminar de revisar os documentos. Pedi o jantar e uma impressora emprestada para refazermos tudo — diz ele com praticidade, já tirando o terno enquanto se dirige ao banheiro.

Enquanto Victor toma banho, Marina tenta se distrair, mas seu coração continua acelerado. Quando ele sai do banheiro, vestindo apenas um roupão, o ar ao redor parece ficar ainda mais carregado. Ele, porém, está focado.

— Sua vez — diz Victor, pegando o celular para verificar os e-mails enquanto espera a impressora chegar.

Marina se apressa para o banheiro, levando consigo um pijama que havia trazido na mala. Depois de um banho rápido, veste seu pijama curto e confortável, com a frase “Queridinha da Mamãe” estampada na frente. Quando sai do banheiro e entra no quarto, Victor já está sentado à mesa, montando a impressora e conectando-a ao laptop, mas ao vê-la com aquele pijama, ele para por um segundo. O olhar dele fica intenso, seus olhos percorrem o corpo de Marina com uma mistura de desejo e frustração. O pijama curto, as pernas dela à mostra, e aquela frase provocativa… tudo faz o sangue dele ferver. Ele fecha os olhos por um momento, tentando se controlar, sentindo o corpo reagir à visão dela.

— Isso é jogo sujo, loirinha.

Marina, percebendo o olhar de Victor, começa a se sentir desconfortável e tenta disfarçar sua própria timidez.

— Eu não sabia que dormiríamos no mesmo quarto, está bem? Já disse que não estava preparada para essa viagem e muito menos por tudo que está acontecendo — ela diz, tentando quebrar o clima que claramente está mais carregado do que o esperado.

Victor respira fundo e, com um sorriso torto, se levanta e começa a organizar os papéis enquanto a impressora começa a funcionar. Ele sabe que não pode se deixar levar pela tentação, por mais que seu corpo estivesse gritando o contrário.

— Você tem sorte, loirinha — murmura, sua voz baixa é carregada de provocação. — Se não tivéssemos tanto trabalho para fazer, juro que não escaparia.

Marina sente as bochechas queimarem com a insinuação, mas finge estar focada nos papéis que estão sendo impressos. Ela sabe que, embora haja uma angústia inegável entre os dois, o trabalho e o caso de Raul Vilela são a prioridade naquele momento.

Mesmo assim, as palavras de Victor ecoam em sua mente. Victor olha para os papéis recém-impressos, tentando se concentrar no que precisa ser feito. Mas, a cada vez que seus olhos passam por Marina e aquele maldito pijama, a vontade de deixar o trabalho de lado cresce. Contudo, ele sabe que não pode perder o foco.

Sentindo que está a um triz de jogar tudo para o alto, ele se levanta rapidamente e pega um roupão no armário.

— Veste isso — ordena, estendendo o roupão para ela. — Veste logo ou juro que não respondo por mim.

Histórico de leitura

No history.

Comentários

Os comentários dos leitores sobre o romance: Um chefe irritante e irresistível (Celia Oliveira)