— A polícia já deve estar chegando, pediram que não mexêssemos em nada — Marina diz, ao terminar a ligação.
Victor, ainda visivelmente preocupado com o desaparecimento dos documentos, começa a andar de um lado para o outro no apartamento, passando a mão pelos cabelos enquanto tenta processar o que aconteceu.
— Maldição, esses documentos eram cruciais para o julgamento de amanhã. Como vamos seguir sem eles? — Ele diz, frustrado, olhando para Marina como se esperasse alguma solução imediata.
— Não precisa se preocupar tanto, Victor. Fiz uma cópia de tudo por precaução — revela, com sua voz calma, mas carregada de um certo orgulho por sua iniciativa.
Victor para abruptamente e a encara com os olhos arregalados, como se não acreditasse no que acabou de ouvir.
— Você fez o quê? Quando fez isso?
Marina levanta o queixo, mantendo a postura firme. Ela sabia que sua precaução acabaria sendo útil em algum momento, e agora tinha a prova disso.
— Tomei a liberdade e fiz as cópias ontem à noite, antes de ir dormir — responde, olhando diretamente nos olhos dele. — Achei que, com tudo que tem acontecido, seria sensato garantir que tivéssemos mais cópias de segurança. Não queria arriscar.
Victor a encara em silêncio por alguns segundos, absorvendo a informação. Ele está surpreso, e talvez até um pouco impressionado. Ele esboça um pequeno sorriso, misturado com alívio.
— Eu não sei se te beijo ou te agradeço de joelhos — brinca, deixando escapar parte da tensão que estava segurando.
— Confesso que estou tentada a te ver de joelhos na minha frente — comenta sorrindo. — Mas não temos tanto tempo — explica. — As cópias estão em P*F, precisamos imprimir tudo antes do amanhecer.
— Isso é o de menos — responde, se sentando no sofá.
Alguns minutos após, a polícia chega, com alguns peritos que examinam o apartamento de Victor.
— O senhor tem onde ficar essa noite? — Um policial diz. — É que com o apartamento vazio nosso trabalho será facilitado.
— Vou providenciar um lugar para ficar, afinal dormir aqui não é tão seguro, ainda mais sabendo que esse arrombamento pode ter sido feito por um morador, já que o segurança da guarita não viu nada de estranho.
— Iremos examinar as câmeras de segurança até o momento em que vocês chegaram aqui — diz o perito.
Ao escutar aquilo, as bochechas de Marina coram; ela sabe muito bem o que eles verão nas câmeras quando abrirem as filmagens.
— Victor — sussurra, chamando a atenção dele.
Ele se aproxima dela, notando o rubor em suas bochechas.
— O que houve?
— Eles verão o que estávamos fazendo no elevador, isso não vai cair bem — sussurra.
Notando o constrangimento dela, ele sorri.
— Não se preocupe com isso, eles são profissionais, não sairão por aí falando o que não devem — se aproxima mais um pouco, deixando que a última frase seja ouvida apenas por ela. — Além disso, do jeito que é bonita, o ângulo deve ter te favorecido.
Os olhos de Marina se arregalam assustadoramente. Ela dá alguns passos para trás, tropeçando nos móveis, nervosa.
— Está tudo bem, senhorita? — Um dos policiais pergunta, percebendo a inquietação dela.
— Sim, está tudo bem! — diz, se afastando e indo em direção à cozinha, em busca de um copo de água.
Aquela cena faz Victor sorrir. O modo como Marina se comporta a faz parecer tão inocente. “Até parece que não sai com homem casado”, pensa, caminhando em direção à cozinha.
Comentários
Os comentários dos leitores sobre o romance: Um chefe irritante e irresistível (Celia Oliveira)
Muito chateada comprei as moedas , desconta mas não desbloqueia os capítulos, alguém sabe me dizer se o site é sério?...